XXXIV

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Ela fala como se a vida de Drake dependesse de mim. Encaro ela exausta. Fecho os olhos. Apenas quero dormir. Meu corpo está pesado e cansado de tantas horas sendo forçado. Sinto cada célula do meu corpo gritar por descanso e paz. Meu corpo dói e é uma dor que vem de dentro para fora. Sinto que tem um lapso na mina mente e sei que foi por que ela extraiu uma memória. Agradeço que foi mais depressa do que ela deduziu. Iria durar uma eternidade para mim. Já basta a dor que senti até agora. Não sou capaz de suportar tanto.

Adormeço.

Acordo no dia seguinte com o lobo rosnando. Abro os olhos a tempo de pegar eles decapitando uma fada.

- Faça logo! Se a fada encontrou, logo os Alados vão vir. - o homem gralha. - Toddy comece a abrir o portal. Vamos tirar a mulher daqui e levá-la para a floresta enganosa. Lá é mais fácil de nos achar, mas temos que manter ela longe do alado. Ele tem que pagar por matar os capangas do mestre. São ordens do chefe. - ele diz. Me sinto perdida. Eles tem um mestre e um chefe? Olho para a fada com a cabeça cortada e meus olhos marejam. "Foi inútil tentar me salvar!" Temo por Drake. Não quero que ele venha. Esses homens matariam ele sem pensar duas vezes. Me mantenho deitada. A mulher se senta perto das grades.

- Acorde Mary! Vou devolver sua memória. É questão de tempo até aquele bastardo estar aqui e não quero que ele coloque as mãos em mim. - tento me colocar sentada, mas meus músculos estão debilitados demais para que eu me movimente.

- Estou acordada... - minha garganta arde e acho que feri ela de tanto gritar de dor. Minha voz está rouca e baixa.

- Ótimo! Vou começa te devolver.

- Espere! - peço com um fio de voz. - Por favor... Estou cansada e sem forças. Preciso comer... - digo. Ainda estou caída de lado dentro da cela. Minha bochecha está em contato com o chão duro e acho que está arranhado assim como meu braço direito. Pisco duas vezes e tento limpar a visão. O lobo está do outro lado da grade querendo avançar em mim. Devo parecer bem saborosa para ele estar tão interessado. "Lobinho! Não sou nutritiva! Abocanho o velho e o chato atrás de você!"

- Assim que eles levarem você tenho certeza que a alimentarão.- movo a cabeça. Ela ainda segura a bola de luz branca. - Dessa vez não dói. Vai apenas lembrar quem é o alado. Fico feliz que ele tenha bloqueado essa memória. Pelo jeito você não gosta dos métodos deles. Estou mais surpresas ainda por ele tentar te assustar daquele jeito. Geralmente quando eles colocam os olhos em algo tentam de tudo para mantê-los. Ele quis te mandar para longe. - tento atrasar os planos da mulher. Se ela me causar dor novamente irei desmaiar de exaustão. Não sou tão forte assim.

- Como se chama? - pergunto. Minha garganta reclama pelo esforço de falar. Faço uma careta de dor.

- Maia. Sou uma sereia. - ela sorri. - Aquáticos e seres Alados são cheios de problemas. Digamos que meus métodos envolvem manipulação e sedução e o deles. - ela torce o nariz. - Bem, eles só diretos demais. Amam matar quem ameaça quem eles amam, são uns chatos. Não curtem nada que relacione ferir se não for a um pobre homem que pense diferente. Você acredita que o alado matou os amigos desses dois por que tentaram envenenar as crianças dos guardiões. Bem... Não sei você, mas eu pelo menos deixaria que se explicassem. - olho para os dois e volto a olhar para ela. Pensar diferente? Eles iam matar duas crianças pequenas e inocentes! O motivo? Existe motivo para tirar a vida de duas criança inocentes! Poupem-me! Esse discurso fajuto é fraco demais para me convencer. Quem com todos os miolos permitiria uma coisa dessas.

- Entendo... Eu ouviria. - digo com um fio de voz. Tento parecer convincente. Ela sorri.

- Isso Mary. Vejo que é uma pessoa de horizontes. - meu coração martela e quero apenas permanecer intocada e viva até que eles me encontrem. Ela olha para os Dois. - Ei! Vou devolver a memória para ela. Entrem e segurem pernas e braços. Ela vai se contorcer um pouco. - minha respiração acelera. Arfo. "Não!" Não aguento mais dor.

Os dois caminham em direção a cela.

" Drake! Por tudo que é mais sagrado para você! Me socorre. Não aguento mais dor sendo inflingida. Vou acabar perdendo a consciência. Disseram que me levariam a floresta enganosa. Me ajude."

Ouço a cela abrir e eles entram. Os dois me colocam de costas para o chão. Um estende meus braços acima da cabeça e o outro segura minhas pernas. Sinto meus dedos dormentes e creio que o frio foi bem intenso durante a noite. Devo estar com a boca roxa e muito pálida por causa disso. Imagino o rosto horrível. Meus olhos marejam.

- Maia! - chamo. - Não me cause mais dor... Estou sem forças. Vou acabar perdendo a consciência se me infligir mais dor. - acho que tentar fazer eles acreditarem que estou do lado deles não vai impedir que façam o que planejam.

- Não dói... Vai ser como uma onda de choque e provavelmente você vai se contorcer um pouco. - nego.

- Te imploro que não faça! - peço com a voz trêmula. Engulo o gosto horrível na minha boca. Minha garganta com toda certeza está ferida.

Ela para ao meu lado e olho para Maia. Ela estende a mão e se abaixa aproximando a luz branca.

- Faça um favor para mim Mary. Odeie aquele alado com sua vida. Estou te devolvendo a memória do assassinato de duas pessoas e garanto. Não vai gostar do que ele fez. Seu psicológico pode viver com um assassino? Eu não viveria Mary. - ela se aproxima mais. Fecho os olhos quando sinto que a luz vai tocar minha testa. Assim que ela tem contato meu corto inteiro tensiona e arqueio. Rosno de dor e tento não gritar. A dor se profundiza. Grito. - Bons sonhos Mary.

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora