XXXVII

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Ada se afasta levando Mary com ela. Tento me soltar, mas é impossível. Minhas asas estão sendo pressionadas na base com um dos pés de Faruk.

- Por que que Você perdeu a cabeça desse jeito!? Pode imaginar o quão difícil será para se aproximar de sua mulher agora? - Faruk sai de cima de mim e alço vôo. - Não vai não! - sou puxado para trás e olho para Faruk Ainda no ar. Tem uma corrente de magia segurando meu pé. Ele alça vôo e sou obrigado a seguir seus passos. Perco Ada de vista. Paro de voar e caio em queda livre. Faruk me sustenta no ar. - Volte a voar! Você é pesado! - me nego a fazer qualquer coisa se Mary estiver realmente me deixando. - Drake! - Faruk grita. Ele resmunga algo e começa a voar em direção ao castelo. Volto a voar e assim que baixamos nas escadas do castelo. Heig e Yven se aproximam colocando um contensor em minhas asas. Sou algemado e Faruk retira a magia de meu tornozelo. - Levem ele para a cela. Drake está preso até segunda ordem. - Faruk sobe As escadas e olha para trás apontando o dedo para os dois. - Desarmem ele. Se ele tiver alguma arma pode tentar escapar e não quero matar ele. Obriguem-no a comer! - ele sai e Heig me encara.

- Tudo por causa da Humana? Estou chocado. - ele diz e me puxa. Yven caminha logo atrás apontando uma espada em minha nuca. Me mantenho calado ao passar pelo salão. Em um dia tinha Mary na minha casa e no outro estou preso para que não chegue perto dela.

Atravessamos o salão e passamos pelo corredor. Yven abre a porta e descemos as escadas. Assim que estamos na parte mais baixa sou colocado em uma cela de diferença dos sequestradores de Mary. Yven me desarma e Heig me joga na cela. Avanço contra as grades e tento entortar as grades do meu lado. Se conseguir estarei a alguns passos de seus sequestradores. Eles estão com contensores de magia nas mãos.

- Drake! Nem pense nisso. - Yven bate com a espada nas barras e o som é alto e fino o suficiente para fazer eu me curvar e tampar os ouvidos. Solto um gemido com a presença do som.

Assim que eles saem e o som cessa olho para os lados.

"Mary. Me permita te ver. Prometo não te ferir. Eu não sou um monstro!"

Suspiro e apoio a cabeça nas grades. Me sento no chão e me sinto um lixo. Parece que estou realmente agindo como um louco. Tenho que me controlar. Abro a jaqueta e rasgo tirando ela. Abro os botões da camisa e noto que estou suando. As gotas de suor se acumulam em meu abdômen e descem para a calça molhando a parte de cima dela. Isso não é bom... Sinto meu corpo extremamente quente. Mantenho a boca entreaberta e jogo a cabeça contra a cela. Solto um gemido de dor.

- Yven! - grito com raiva. - Me tira daqui! - sei que é o turno dele hoje aqui no calabouço. Preciso sair. Meu corpo está ficando febril e isso é péssimo. Preciso ver Mary uma vez para que me acalme. Uma única vez. Sinto uma raiva descomunal se acumulando e me levanto caminhando dentro da cela. - Yven! Abre aqui! - grito. Me lanço contra a grade. Tudo escurece. Droga! Não... - Yven, irmão... Por favor... Estou ficando febril. Me deixa ver ela de longe. Diga a Ada! - Yven finalmente aparece na frente da minha cela.

- Já?! Geralmente demora meses para que comecem esses sintomas. - Assinto.

- Já... Me leve até ela. Só preciso de um segundo para sentir seu cheiro. Um segundo. - Yven aperta o maxilar e sai.

- Me lembre de nunca arrumar problemas para minha cabeça! Gosto da minha sanidade! - ele diz e some. Os prisioneiros ao lado começam a rir.

- Então já começou! Estou espantado! Achei que tivessem a mesma resistência dos guardiões, mas vejo que os Alados são mais fracos quando se trata do coração. Como se sente alado branco? Como que é o gosto de ter o coração partido? - agarro as grades e estremesso. O suar pinga de meu rosto e solto outro gemido. Dor rasga meu peito. Agonizo. Tento controlar minha respiração. - Você vai morrer se continuar dessa forma alado. Sugiro que Faruk te corte logo a cabeça antes que enlouqueça. É por isso que infelizes como vocês não se envolvem com humanos! Por que eles não amam para a vida toda e vocês sofrem! - ele gargalha.

- Calado! - digo entre dentes. Olho para minha calça. As gotas se acumulam mais e correm soltas por meu abdômen. Minhas pernas fraquejam e fecho os olhos.

"Mary! Me deixe lhe tocar. Um minuto. Prometo que saio da sua vida para sempre se me der um minuto. "

Estou realmente desesperado para pedir apenas um minuto e nunca mais ver ela. Fecho os olhos e a dor me rasga mais uma vez. Não ... Agonizo. Sinto minhas asas pesadas. Não...

- Yven! - grito. Droga. Ouço passos e Ada para na frente da Cela.

- Minha nossa! É a primeira vez que vejo isso! - ela diz. - O que acontece se continuar? - Abro a boca e outro gemido de dor escapa. Perdi minha voz de tanta agonia.

- Ele morre. Simples assim. Por isso não nos envolvemos nunca com nenhum humano. Seja alados homens ou mulheres. A dor que provoca é forte demais e impossível de suportar. Somos proibidos de nos envolver com humanos a mais de mil anos. É para nossa segurança. - Yven responde.

- Drake, me diga como se sente? - Ada pergunta.

- Mal... - digo entre dentes. Sinto meu corpo esquentar mais. - Me deixe ver ela. Só um pouco.

- Ela não quer te ver. Não posso obrigar ela...

- Por favor.

- Yven. Abre a cela e tire ele. Tire os contensores. Vamos levar ele até onde ela está. Chame Faruk. Droga! Ele sabe lidar com isso?

- Não... Sua mãe viveu com seu pai por anos lembra? Ele nunca presenciou isso também, mas ele é o mais velho de todos e deve pelo menos saber mais sobre os sintomas. - Ouço o barulho das trancas e Yven entra me libertando. - Consegue andar?

- Consigo.

" Mary ... Um minuto. Eu imploro."

Subimos as escadas e sinto minhas vistas turvas. Solto outro gemido agonizante. As gotas descem por meu rosto. Ofego e quase caio.

" Um minuto Drake. "

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora