XXXVIII

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Estou em um quarto confortável. Acabei de tomar banho e estou enrolada na toalha. É um dos quartos do castelo. Drake pediu um minuto. Darei esse tempo, mas estou com medo. Desenrolo a toalha e começo a me vestir. Não sei o que esperar. Estou um pouco assustada. Visto o vestido e ouço toques na porta. Faruk e Ada aparecem. Faruk entra com ela e me olha com desprezo.

- Você odeia Drake? - pondero. Não é ódio que sinto por ele, mas certamente não é amor. Estou confusa na verdade. Tudo está acontecendo rápido demais e as memórias que voltaram me deixam apreensiva. Ele parece ser um homem perigoso agora. E desequilibrado.

- Não sei... - Ada parece com muito medo. Seus olhos estão amarelos.

- Mary... Não existe nada que consiga salvar o sentimento que sente por ele? Quer dizer... Você parecia gostar dele. - mordo o lábio.

- Ele me assusta. Não quero dormir ao lado de um assassino. - digo. Faruk encara Ada e volta a olhar para mim.

- Você jamais alcançará meu perdão humana! - ele grita e sai. Estremeço. Ofego e sinto meu emocional na beira novamente. Ada suspira.

- Ele não entende seu lado, mas eu compreendo os dois. Se existir qualquer coisa aí... Não abandone o alado branco. - ela diz e sai. A porta se fecha. Me sento na cama. A porta se abre e dois alados entram trazendo Drake. Ele está horrível. Um alado é o azul marinho e o outro é o verde. Eles soltam Drake e saem. Drake se escora na parede e parece estar mal. Me levanto e tento ir até ele. Meus pés travam. Ele vai me machucar? Drake está suando e está apenas de calça e coturno. Suas asas estão descansando. Ele abre a boca e olha para o teto ofegando. A visão é muito erótica apesar de tudo e me sinto uma pessoa horrível. Tenho medo dele, mas parte de mim ainda se atrai. Ele olha em minha direção com olhos indecifráveis. Engulo seco.

- Um minuto... - encontro minha voz. Ele assente.

- Sobe na cama... - ele diz ofegante. Nego.

- Não! - minha voz sai estridente. Ele suspira.

- Não vou conseguir ficar de pé direito e se eu cair sobre você posso te esmagar com meu peso. - Ó... Subo na cama e me encolho sentada perto da cabeceira. Ele solta um grunhido de dor e ofega novamente.

- O que você tem? - pergunto.

- Dor baby... Muita dor. Já irei até você. A dor vai diminuir logo. - ele diz e aperta o maxilar se virando contra a parede gemendo. Meus olhos marejam. Machucaram ele? Achei que iam apenas manter ele preso para não vir até mim. Ele ofega e se vira em minha direção. Engulo seco quando ele sobe na cama como um gato silencioso. Ele não tira os olhos de mim e continua ofegando.

- Um minuto! - digo amedrontada. Ele parece notar que estou assustada.

- Não vou te machucar. - ele diz e engatinha sobre a cama. Suas asas tomam todo o colchão. Ele coloca as mãos de um lado e outro no colchão e apoia a testa em meu ombro. Evito gritar. Ele se mantém assim e parece realmente frágil. Não sei o que esperar, mas finalmente ele move a cabeça e estremeço quando ele morde meu ombro e usa uma das mãos para afastar meu vestido da parte que ele morde.

- Drake... - choramingo. Sinto sua língua em meu ombro e a respiração dele se controla. Aos poucos ele parece melhorar e isso me deixa abismada. Ele beija meu ombro vezes seguidas, mas não ousa passar disso.

- Você é minha... - engulo seco.

- Não! - digo com a voz falha. - Não sou! Você é mal! - soluço. Ele se move na cama e se senta me puxando para seu colo. Termino sentada com as pernas ao redor de sua cintura. Sei que não sou forte o suficiente para afastar ele e se ele quiser me matar. Fará. - Não me machuque. - choramingo. Ele assente e olha com preocupação.

- Não farei isso. Consegue entender que sou inofensivo para você... Apenas machuco quem machuca pessoas boas ao meu redor. - ele diz e me encara. Ele olha para baixo. Mantenho minhas mãos entre nós dois no colo. Ele suspira. - Olha o que eles fizeram... Eu poderia castigar todos, mas não farei se pedir que eu não faça. - ele passa uma mão ao redor da minha cintura me mantendo no lugar e com a outra acaricia meus pulsos. - Não me deixa... - a voz dele é abafada enquanto ele olha para as minhas mãos. Seu corpo está brilhando com as gotas de suor que estão presentes. Ele coloca a mão dele dentro das minhas. - Eu vou morrer se fizer isso e realmente quero morrer se fizer isso... - "Morrer?"

- O que quer dizer? - ele me encara e vejo olhos amarelos e assustados.

- Seres Alados são proibidos para humanos por tantos motivos... Tudo envolve riscos. Você pode me deixar antes que eu te tenha, mas agora que eu já me envolvi com você preciso de sua presença para estar bem. - franzo o cenho. - Alados podem machucar humanos se quiserem e humanos podem machucar alados... A dor física que eu poderia lhe causar é a dor emocional que você me provoca. Entende? - nego. - Se disser que nunca mais quer me ver não aguentarei muito tempo. Sou dependente de você agora, mas você ainda pode escolher ir... Eu não tenho mais essa escolha. - ele move uma mão para meu rosto e estremesso. - Te causo tanto pavor assim? - Assinto.

- Tenho medo que me machuque. - ele nega.

- Não vou. Juro. - ele diz e apoia a cabeça em meu pescoço. - Já te provei várias vezes que não irei.

- Por que deixou que apagassem minha mente!? - pergunto chateada.

- Por que se eu não fizesse isso você jamais me veria com outros olhos. Era eu olhar para você que sentia sua insegurança. Pelo menos agora você conhece dois lados... - estremeço quando ele passa a língua em meu pescoço.

- Drake! - Repreendo. Ele suspira e volta a me encarar.

- Seu medo diminuiu um pouco. Posso ficar aqui horas conversando com você até que me queira novamente. - ele diz.

- Você vai me machucar? - ele sorri e passa a língua sobre os lábios.

- Não, mas quero te fazer gemer e gritar ainda...

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora