X

7K 773 124
                                    

- É o que?! - Tessa parece brava. - Aquele impulsivo de uma figa... Vou ensinar a ele uma lição. - arqueio as sobrancelhas.

- Tessa? Você ouviu a parte que eu disse que é produto da minha imaginação? - ela parece praguejar.

- Uma ova! - "Vou deixar passar. Tessa as vezes age como se existissem contos de fada!" Acabei de chegar do trabalho. Passei a tarde com Dimy. Ele me trouxe e me levou. Não exatamente nessa ordem. Tessa Está no meu quarto e vez ou outra ela confere a janela.

- Já disse que está trancada... E é impossível escalar até aqui. Está preocupada com o que? - pergunto. Ela me olha com cautela.

- Nada... - ela quase grita as próximas palavras. - Se alguém entrar eu vou saber e terei uma conversa lenta e dolorosa com essa pessoa! Ele está subestimando minha humanidade! Vou castrar ele! - pisco para ela diversas vezes.

- Tessa... Você está falando como uma louca novamente. - ela assente e caminha para a porta.

- Bons sonhos Mary. Espero que não sonhe com esse seu perseguidor. Se ele aparecer em sonhos eu vou invadir seus sonhos e bater nele com uma bengala! - rio. Ela sai fechando a porta e apagando a luz. Uma bengala? Balanço a cabeça e me deito. Adormeço em seguida.

Não sei quantas horas se passam, mas sinto meu corpo quente. Acordo em um solavanco e tiro as cobertas. Apoio as mãos na cabeça e olho para a janela. "Está quente..." Levanto e assim que toco a tranca franzo o cenho. O motivo do meu calor está lá embaixo e com os braços cruzados na entrada da floresta. "Ok! Ja Chega!" Coloco um roupão por cima do pijama e desço as escadas sem fazer barulho. Destranco a porta da frente e saio para fora. Caminho em direção ao portão e noto que estou descalça. "Ótimo!" Volto e pego uma pantufa. Desço novamente e caminho para fora. Saio da casa e caminho em direção a floresta. "Acha que tenho medo?" Se enganou. Agora estou brava. Furiosa. Quero dizer algo a esse cara. Ele sendo ou não fruto da minha imaginação. Dou passos largos e vejo que ele está parado no mesmo lugar escorado em uma árvore. Me aproximo mais e começo a perceber que ele parece de carne e osso. Engulo seco. "Será um perseguidor mesmo?!" Bufo. Não interessa. Vai ouvir do mesmo jeito. Paro de frente com ele e aponto o dedo em seu rosto.

- Primeiramente boa noite! Segundo, você é um empata foda! Terceiro, sai da minha mente! Quarto, eu estou realmente furiosa com você. Pare de me vigiar. - me viro para sair novamente e olho para ele. Ele parece estar se divertindo. - Quinto e último. Se me assistir novamente como tem feito eu irei castrar você! - digo. Tessa disse isso mais cedo e decidi utilizar.

- Ela é brava Drake... - uma voz grossa soa e olhos amarelos enormes surgem detrás de uma árvore. Ele é magricelo, boca enorme e com o rabo felpudo. É fofo e tem a voz mais grave que já ouvi. Ele parece assustado. "Eu deixei ele assim!?" Ótimo! Estou vendo coisas e ainda sou a megera em minha própria cabeça.

- Você vai gostar dela Gruto. - "Gruto!?" Noto que é realmente ele que anda empatando minha vida. Ele se abaixa e coloca a mão de lado. O animal, sei lá como devo chamá-lo... Bem... Ele segura a mão do rapaz e sai de onde está. Ele me encara assustado. Seu corpo é pálido e parece frágil. Pisco vezes seguidas. Me sinto a mente mais criativa do universo. Acabo de criar um bichinho nela. O tal Gruto encara o rapaz.

- Drake... Faz ela sorrir. Você disse que ela tem um sorriso lindo. Quero ver. - olho em volta e volto a olhar para os dois. Aponto o dedo para meu rosto fazendo uma carranca.

- Estão mesmo falando de mim? - "Alguém pelo amor de Deus me acorde!" O rapaz me encara e assente. Seus olhos são chamativos demais. Ele está com os cabelos soltos e me encara de cima em baixo.

- Não vejo outra humana aqui... - ele aperta o maxilar. - E não tenho interesse em outros seres humanos. Me irritam. - A criaturinha bate no braço dele e Drake encara o bichinho.

- Faz ela sorrir Drake. - Drake ri e nega.

- Ela está brava e eu também... Ela anda tentando dormir com um cara sabia? Ela merece ser punida por brincar assim com minha paciência e não quero fazer ela sorrir. - cruzo os braços e paro de frente para ele.

- Eu te conheço? Por que assim... Minha vida sexual só é da minha conta. Minha conta grandão! Pode ir tirando seu cavalinho da chuva se acha que vou permitir que me atrapalhe de ser feliz. - o sorriso dele morre e ele me encara com o olhar mais frio possível. Sinto um calafrio.

- Estou sem dormir por sua causa. Meu chefe está irritado comigo por que passo a maior parte do tempo aqui e é assim que me trata? Mary... - ele se levanta e recuo um passo. "Ele não é real Mary... Não tema! Enfrente-o!" Me mantenho firme. Ele se levanta e caminha em minha direção se espreguiçando. - Sabe o quanto está me deixando tenso? - nego.

- Não! Não é da minha conta. - ele sorri e assente vindo em minha direção.

- É sim! Por sua causa eu estou agindo estranhamente e meu humor tem estado em cacos... - dou de ombros.

- Não dou a mínima. - digo. Ele respira fundo e parece se segurar para não voar em meu pescoço. "Venha! Te farei sumir! Aposto que assim que ele tentar tocar em mim essa ilusão vai sumir!" Ele para a centímetros de mim. Sinto sua respiração em meu pescoço. "Tão real..."

- Você é minha e eu tenho tudo a ver com o que faz. Então pare de ver aquele relés humano ou vou ter que te reinvindicar na frente dele. Lutaremos e o mais forte ficará com você. - sinto vontade rir.

- Meu amor... Drake né... Então querido, aqui a gente tem liberdade. Chamamos de livre arbítrio. - digo me afastando. - Eu quem escolho quem fico. E estou escolhendo ele. Agora se me der licença. Estou com sono e preciso dormir. Se você decidir invadir meus sonhos te darei um pé na bunda. - ele morde o lábio inferior e olha para trás em direção a criaturinha que está com as mãozinhas na cintura fina.

- Não sou paciente como Faruk, Gruto... Posso simplesmente levar ela? - Gruto balança a cabeça e fecha os imensos olhos falando como se fosse um sábio.

- Gruto entende Drake, mas Rocca me disse que a guardiã arrancaria suas asas se a forçasse. Ela é humana. Não deve forçar nada até que ela venha por livre e espontânea vontade. - sinto vontade rir.

- Boa noite cavalheiros. Bons sonhos para vocês que amam me atormentar. - me viro para sair e ouço um rosnado de raiva e frustração. Sorrio. Até que minha mente foi generosa. Ele é cheiroso e muito bonito de perto. E quente... Muito quente.

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora