XVII

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Termino de tirar o sangue do abdômen dele. Drake se vira de costas e quase bate com a asa em mim. Recuo e ofego. Ele se deita de bruços e observo a asa ferida. Ele me coloca a cabeça virada para me olhar e apoia os braços por baixo do rosto usando como travesseiro. Ele não tira os olhos sequer um minuto de mim. É bem desconfortável.

- Me sentiria melhor se parasse de me olhar assim... - digo. Pego uma flanela limpa e mergulho na água.

- Não ia te acertar com minha asa. Notei que se assustou. - sorrio.

- Ela é enorme, achei que ia acertar meu rosto, mas vi que consegue encolher ela. - ele assente ainda me encarando.

- Faz parte do meu corpo. Controlo elas. - ele diz. Ele abre as asas para cima e estende elas até o alto. Abro a boca encantada. Elas ficam esticadas e quase tocam o teto. Ele abaixa elas e lentamente estende para os lados. A envergadura de uma toca minha cintura na cama e me empurra. Me levanto e ele ri - Sente-se. Não ia te empurrar da cama. Só pressionar ela contra você. - assinto e me sento mais para cima. Ele coloca as asas abertas na cama e olha para cima onde estou na cama. Observo a asa ferida. - Toque com cuidado. Dói. Minhas asas são uma das partes mais sensíveis do corpo. - ele diz e assinto.

- Vou ser o mais delicada possível. - Digo. Toco a asa dele com a flanela e ele geme. - Dói? - ele coloca a cabeça contra o colchão.

- Sim! - afasto a flanela.

- Não sei se posso fazer isso Drake! - digo alarmada. Mal toquei e ele sentiu dor. Vou acabar machucando ele se tentar limpar.

- Sou forte, pressione e vou resistir. Se eu gritar de dor não se importe. Seria pior se algum curandeiro fizesse isso. - engulo seco.

- Não quero te ma...

- Faça Mary! - ele ordena com autoridade. Ofego. Vou machucar ele... Tento não pensar muito e toco sua asa com a flanela. Ele rosna de dor e seu corpo inteiro tensiona. Lágrimas juntam em meus olhos. Limpo a asa dele e parece que estou torturando ele. Ele se arqueia na cama segura o lençol com força suficiente para quase rasgar. Os gritos dele e ela gemidos de dor me fazem chorar.

- Terminei... - digo com a voz trêmula. Ele ofega e relaxa na cama. Suas costas tem gotículas de suor. Observo suas costas e onde as asas nascem. Fungo. Seco as lágrimas. Isso foi cruel. O local que elas nascem já é coberto de pequenas plumas. Parece fofo, mas tenho medo de tocar e ele sentir dor. Olho para ele com vontade chorar. Depois de um tempo pego ele me encarando.

- Quer tocar ali? - nego veemente.

- Vou te machucar... - ele nega. Sua respiração está quase normal.

- Só dói no ferimento. Pode tocar onde elas nascem. Não vai doer. - olho para ele. Seus olhos estão como sempre. Heterocromáticos. Estendo a mão e toco. É extremamente quente e fofo. Ele geme. Afasto minha mão.

- Desculpa! Juro que não queria te machu... - Minha voz some. Ele gira na cama e me segura. Sou levantada na cama e colocada no meio. É tudo muito rápido. Ele fica sobre mim e seus olhos estão violetas novamente.

- Não é de dor dessa vez... Minhas asas são sensíveis ao toque. - Ele paira sobre meu corpo e está com as mãos apoiadas em cada lado. Ele olha para baixo e seu cabelo toca meu rosto. Sigo seu olhar e volto a olhar para o rosto dele. Ele me encara. - Entende agora? - assinto. Meu coração parece um tambor.

- Drake... - ele assente. - Não pode me tocar lembra? - ele nega.

- Tenho sérios problemas de audição baby... - engulo seco. Nem morta que ele pode me tocar. É muito grande. Balanço a cabeça.

- Sai de cima de mim. - peço com a voz abafada. Minha respiração começa a sair do controle. Tem um homem com asas sobre mim e com uma baita ereção.

- Você não quer tentar? Eu serei bonzinho. Não vou te machucar e prometo te preparar antes. - nego.

- Não pense nisso! Que tal levantar e me deixar sair da cama? - ele nega.

- Não quero. - engulo seco. Assinto.

- Você quer sim! Agora me dê espaço. - ele suspira e baixa a cabeça para meu pescoço.seu cabelo se amontoa em meu pescoço e sinto sua respiração perto do meu ouvido. Um arrepio percorreu meu corpo e ofego. Olho para o teto. Borboletas dançam na minha barriga e estou extremamente mexida com a presença dele.

- Já disse que seu cheiro é bom? Ele é. - fecho os olhos e engulo seco. Sinto sua língua em meu pescoço e ele solta um pouco do seu peso sobre mim. Abro os olhos instantaneamente. Sinto quando algo toca minhas coxas.

- Drake! Sai agora! - peço. Meu corpo responde aos beijos dele em meu pescoço.

- Não... Você também quer. - ele diz. Meus olhos marejam e penso em Dimy. Ele me deixou por que não fui para a cama com ele. Agora tem um homem extremamente quente em cima de mim e tentando ficar comigo. Me sinto um lixo. Soluço. O corpo dele tensiona e ele pula da cama. Um vento bate e me pressiona um pouco contra a cama. Me sento na cama a tempo de ver ele batendo contra a parede contrária. Ele geme e cai de joelhos. "A asa ferida!" Certeza que se chocou contra a parede. Olho para ele apavorada.

- Você está bem? - pergunto com a voz trêmula. Ele olha para cima e assente. Ele se coloca de pé fazendo uma careta de dor.

- Desculpe... Eu preciso aprender a me controlar. Perdão Mary... Não queria fazer algo que não quisesse. A partir de agora irei te tocar apenas se me der permissão. - ele parece um pouco preocupado. Seus olhos estão amarelos. Ele continua bem ligado, mas agora parece pensar com a cabeça de cima. Assinto. Só estou mexida por causa de Dimy. Ele sobe na cama e engatinha até mim. - Me perdoa? - Assinto.

- Não é você. Eu acabei de levar um par de chifres.

17? Aparece?

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora