DRAKE - Saga "Pearl"

VII

Começo a choramingar. Ele me quer!? Socorro! Alguém me tira daqui! Ele me apavora!

Ele olha para trás e faz um sinal com a cabeça. Faruk surge ao seu lado. "Não..."

- Faça logo. Não quero que ela se machuque mais. - ele diz sério. A voz grossa é potente, mas muito mais potente quando ele ordena ao de Smoking para fazer. Não!

Me debato.

- Não! Não me toque. Por favor! Isso é loucura! Estão me assustando de verdade! Parem. - digo com a voz trêmula. Drake se debruça sobre mim prendendo as mãos com uma mão só e me travando no chão e usa a outra mão para manter meu rosto virado de lado contra a grama. - Socorro! - grito. Faruk toca minha testa e sinto um formigamento. Minha visão embaça e tento me manter acordada. A visão começa a ficar turva e tudo some. Apago.

***

Aos poucos ela para de lutar e Faruk se afasta.

- Pronto. - ele diz. Saio de cima dela e puxo ela para meus braços. Levanto e Ada segura a porta aberta para que eu entre. Coloco ela no sofá e me coloco de cócoras ao lado do sofá. Tiro a grama de seu rosto e cabelo. Bato as roupas dela.

- Ei! Está sujando o chão! - Tessa grita. Encaro ela com uma carranca.

- Por que eu nunca conheci ela Tessa? - Tessa coloca as mãos na cintura.

- Talvez por quê vocês são segredo absoluto! Precisava matar aqueles homens ontem! Estou chocada que tenha sido você! - ela para de me olhar e encara Faruk - e por quê não me disse que esse era o negócio que tinha para tratar!? Gente! Isso é grave sabia! - ela diz e bufa. Ada me encara.

- Você também né! Por que parou Faruk aquela hora? Olha toda a comoção que causou. - Nox para ao meu lado e toca a bochecha de Mary. Mary... Agora sei o nome e exatamente como ela é.

Olhos castanhos, cabelo cacheado e longo o suficiente para que eu possa enrolar no braço se precisar mantê-la no lugar em minha cama. Fecho os olhos. "O que está havendo comigo?" Abro os olhos e encontro o olhar de Faruk. Ele está do outro lado do sofá e sorrindo como um idiota.

- Meu amigo... Acho que você vai enfrentar dificuldades até aprender a lidar com isso... Eu levei seiscentos anos para aprender, mas você não tem esse tempo inteiro. - ele gargalha. Cerro os dentes. Olho para ela. Nox acaricia sua bochecha. Sua boca é bem convidativa aliás.

- Pare de atormentar ele! - Ada o repreende e agradeço. - Deixe ele descobrir sozinho que seres alados são fracos com mulheres. Dão a vida por uma. - ela suspira. Faruk fica sério. Sei que Gael a queria, mas ele aprendeu a se controlar. Se ele podia eu também posso. Nox me olha e sorri.

- Tio Drake... Ela morreu? - "Não! Pelo amor de Deus menino!" Encaro ele perplexo.

- Não Nox! Não repita isso! - digo com frieza. Ele faz cara de choro e sai correndo. Aperto o maxilar. "Permiti que apagassem a memória dela para ter uma oportunidade de conhecê-la..." Suspiro e fecho os olhos. "Estou louco! Isso é loucura!"

- Drake... Vem comer. Ela preparou com muito carinho. Pude perceber que queria que nós tirássemos proveito. Ela não vai acordar até que estejamos em casa grandão! Então sai daí e vem comer. - olho mais uma vez para sua mão.

- Será que fiz a coisa certa? - pergunto e olho para Ada. Ela espreme a boca em uma linha fina.

- Achei que odiasse mortais... Principalmente os que são humanos. - "Também achei..." Ela acena para que eu me aproxime. - Deixe ela descansar e vem comer. Não quero você deprimido como um certo alguém que conheço... Basta que briguemos para que ele quase inunde Pearl.

- Estou ouvindo Ada. - Faruk diz e Ada encara ele rindo.

- É mentira? - ele dá de ombros.

- Rápido Drake. Quero voltar. - Assinto e saio de perto dela. Faruk puxa Lux para seu colo e Ada coloca Nox no seu. Eles comem e alimentam as crianças. Me sirvo e me sento. Faruk encara Ada. - Vou lhe ensinar bons modos minha criança... - ele diz e ela morde o lábio. Reviro os olhos.

- Poupem-me de ver essas cenas. - digo com frieza. Tessa se senta colocando o prato a frente e concorda.

- Dois! Estou com você nessa Drake. - me sento e começo a comer. Me surpreendo com o sabor da comida. É realmente muito bom.

- Pai? - Lux chama.

- Sim?

- Que castigo vai dar a mamãe por se comportar mal? - Começo a rir. Faruk se engasga e gargalho. Tessa ri junto e Ada fica roxa de vergonha. Ele se recompõe e continuo rindo. Ele me fuzila com o olhar e limpo a garganta ficando sério. Me concentro em comer. Ele olha para Lux.

- Podemos falar disso depois que você comer ok... - pobre criança. Nunca saberá.

Terminamos o almoço e Ada carrega Lux no colo. Faruk leva Nox. Me sento ao lado do sofá uma vez mais.

- Vamos Drake! Deixe ela. - Faruk Pede. Sinto a necessidade de olhar para ela um pouco mais e me seguro para não me debruçar sobre ela e sentir seu cheiro. "Estou enlouquecendo com toda a certeza!" Me levanto e saio pela porta. Tessa se despede e me encara.

- Ela é humana Drake... E não é uma mortal do lado de vocês... Ela não pode aprender magia e virar bruxa ou coisas assim entende? Ela é mais fraca. Quero que entenda que Ada é um ser alado e Mary é completamente humana. Pode entender? - assinto. Tessa suspira. - Não estou gostando de vocês apoiando ele. É loucura! Tessa é mulher! Não é como se fosse sua mãe quando se envolveu com seu pai! - Tessa diz olhando para Ada. Ada assente e olha para Tessa com o olhar sério.

- Ele não vai machucar ela Tessa. Drake não é louco. Ele sabe que ela é humana. - Ada me encara. - Vamos para casa e lá eu te direi o que jamais deverá tentar com ela. Assinto. Ela encara Tessa. - Acho que nos veremos mais vezes em. - Tessa sorri.

- Voltem com cuidado. - ela diz. Saímos e caminhamos em direção a floresta. Assim que estamos entrando encaro Ada.

- O que quer dizer com nunca tentar com Mary? - ela sorri.

- Ficará surpreso com a quantidade de diferenças de um mortal do nosso lado e os daqui. Não é só fragilidade. Os humanos desse lado são delicados. Principalmente as mulheres. Não poderá fazer o que está pensando em fazer com ela ou vai matar Mary...

Encaro Ada boquiaberto.

- Matar?!

- Se estiver pensando no que Faruk costuma fazer... Então sim... Eu suporto por ser uma alada, mas Mary não terá psicológico forte o bastante.