XLV

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Ele começa a subir pelo cabo de aço e olho para baixo. A escuridão é imensa e se cairmos daqui vamos morrer.

- Queria que tivesse suas asas! - digo com a voz trêmula. Ele usa as duas mãos para subir e estou segurando ele com força com medo de despencar. Paramos e ele segura o cabo com uma mão e coloca a perna para o lado. Ele chuta o metal e quase caio.

- Se segura! - ele ordena. Estou tentando droga! Estamos dentro do buraco de um elevador e com risco de morrer. Ele chuta novamente e a porta de aço entorta. Olho para baixo. Um homem olha para baixo e depois olha para cima. Ele está de capacete.

- Drake! - grito.

- Eu sei! - ele grita de volta. Ele impulsiona a perna uma vez mais e a porta voa. O homem aponta a arma para cima.

- Traidor! - ele grita. - Vou matar você e sua namoradinha! - ele grita. - Será que resiste uma bala na sua bunda!? - Drake pega impulso e pula. Grito. Um tiro corta o ar. Rolamos para dentro do andar. Drake geme e olho para ele desesperada.

- Onde ele te acertou?! - pergunto aos prantos. Ele aponta a perna. Vejo que sua panturrilha está sangrando. Me movo para perto da perna e seguro ela soluçando. - E agora!? Não sei para onde os outros foram! - grito. Drake se senta e me encara segurando meu rosto. Sinto o melaço de sangue das suas mãos em minhas bochechas.

- Se acalma. Estou bem. A dor vai diminuir. - soluço e abraço ele. Não me importo. Ele está bem e vivo.

- Achei que eles iam te matar! - digo soluçando. Ele me aperta.

- Eu também baby, mas estava mais preocupado com você. - a voz dele é serena e ele não parece se importar com os tiros que vem do andar de baixo.

- Nunca mais arrisque sua vida por minha causa! - digo e enfio o rosto perto de seu pescoço. Ouço o barulho de algo rasgando e ele me afasta tirando o colete que ele acabou de abrir na frente. Encaro seus olhos com heretocromia e realmente desejo profundamente encarar todos os dias. Ele sorri fracamente.

- Pode me abraçar agora. - faço uma careta e me jogo em seus braços.

- Ainda está em pé a proposta de me levar para sua casa? - ouço um longo suspiro.

- É nossa casa e não minha. - sorrio entre as lágrimas.

- Ok! Nossa! - digo. Ele esfrega minhas costas.

- Pare de chorar. - Assinto, mas continuo chorando. Os tiros cessam e ouço gritos do lado da baixo. Parecem ordens sendo dadas. Fungo. Fico quase uma hora apertando Drake em um abraço e ouço quando uma porta é aberta no andar que estamos. Kate e os outros entram. Ada e Faruk se abaixam e Drake geme. Me afasto dele e noto que Faruk está con uma faixa e enrolando em sua panturrilha.

- Quer sangrar até a morte!? - ele lança um olhar repreensivo para Drake. Drake faz uma careta.

- Não estava sangrando tanto. Você está exagerando. - ele diz e cerra os dentes. Saio do colo dele e me coloco de pé. Kate sorri.

- Conseguimos prender todos os que tentavam invadir. Vamos fingir que seu amigo nunca esteve aqui ok? Mas tem que prometer que vão mantee contato. Queremos ajuda de vocês a partir de hoje em casos mais complicados. - olho para Ada e Faruk. Ele se levanta e nega.

- Não fazemos acordos com humanos. - ele diz e encara Kate com o olhar mortal de sempre. Ela parece não se assustar.

- Senhor Faruk, nós vamos poupar Drake de enfrentar a justiça já que ele não tem registro em nada aqui e por quê ele nos direcionou a pessoas perigosas, mas precisamos de algo mais do que isso... Prometemos não envolver seu pessoal em nada que envolva tirar a vida de inocentes. - ela diz e olha para mim. - Vocês todos agora precisam de proteção do governo. Tem imagens desse rapaz quebrando um vidro blindado e reforçado de um prédio do governo e isso pode se voltar contra vocês. - olho para Ada e ela suspira.

- Vou conversar com Faruk. Kate... Obrigada por nos ajudar. - Ela assente. Drake se levanta e me encara.

- Não precisamos de proteção se você estiver comigo. - Assinto. Ele parece não crer. - Está mesmo dizendo que vem? - ele olha para as mãos e estende para mim. - Manchei minhas mãos com o sangue de um inocente. - Assinto.

- Eu sei. Me promete nunca mais fazer isso? Mesmo que digam que vão me matar... Se me prometer não ferir mais ninguém que seja inocente mesmo que minha vida esteja em risco. Eu vou. - ele assente e se curva.

- Lhe dou minha palavra Mary. - ele diz e ergue a cabeça.

- Então tem a minha de que sou sua para sempre assim como funciona do outro lado. - ele sorri e se levanta me abraçando.

- Isso quer dizer que vou poder te ter na minha cama sem que corra o risco de ser preso? - rio.

- Sim! Não vão tentar te afastar mais. - ele beija meu pescoço.

- Ok! Podem parar! Só eu posso dizer isso sem me preocupar que escutem. - Faruk diz e Drake se afasta arqueando uma sobrancelha.

- Diga isso para Miguel também! Não dou eu que entro na cozinha agarrando Louise e falando em alto e bom som que ele vai pegar ela voando sobre o vilarejo.- Ada fica vermelha de vergonha. Drake aponta para ela. - Pelo jeito você é o único que não escutou isso ainda. Por que será em? - Faruk fuzila Drake. Kate limpa a garganta.

- Eu sinto muito interromper a discussão de vocês, mas acho que perdi alguma coisa? - ela encara todos com um olhar questionador. - O que querem dizer com pegar voando sobre o vilarejo? É uma gíria de vocês? - Drake, Téo e Aigon gargalham. Faruk se virus para Ada.

- Podíamos tentar! - Ada fica mais vermelha ainda e sinto vontade rir.

- Não começa Faruk! - ela diz e todos gargalham. Kate limpa a garganta.

- Ei! Acho que estou perdida na conversa de vocês! Seria educado me ajudar a...

- Uma humana como você não entenderia. É um assunto acima da sua compreensão agente! - Téo diz e encara a mulher com certa raiva. - Vamos embora. Quero dormir! - começamos a caminhar e Drake segura minha mão.

Olho para ele e ele se abaixa perto do meu ouvido.

- Podemos tentar! Você não tem asas como eu e isso me daria total controle baby...

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora