DRAKE - Saga "Pearl"

VIII

Acordo com uma tremenda dor de cabeça. Abro os olhos e sinto um ardor na mão. Me sento no sofá encarando minha mão. Franzo o cenho.

- Você está bem? - olho para Tessa que está atrás do balcão e parece preocupada.

- O que houve? Minha cabeça dói e ... - ergo a mão e mostro para ela. Ela sorri.

- Caiu na cozinha e acabou queimando a mão no processo. Quase morri para te levar para o sofá. Sério! Quase morri. - sorrio.

- Obrigada Tessa. - na verdade não me lembro de bulhufas. Nem sei como cheguei em casa. A última coisa que lembro é de me despedir de Harry e sair da lanchonete. - Acho que estou com amnésia... - Tessa me encara com preocupação.

- Amnésia!? - ela diz alarmada. - Você não lembra de cair?! - nego.

- Não lembro de nada que aconteceu depois que eu saí do lanchonete ontem. - Tessa abre a boca em um grande Ó. - Está tudo bem? - ela parece nervosa. Ri nervosamente e me encara.

- Eu... Bem... - ela leva as mãos na cabeça. - Isso não está certo! E agora? O que eu faço? - olho para ela e me levanto. Caminho para perto de Tessa.

- Ei... Estou bem. Relaxa. - sorrio. Quem nunca tomou um tombo e teve amnésia? Bem, é a primeira vez que isso me acontece, mas não vamos entrar em pânico. - Vou fazer uma bateria de exames para saber se não me machuquei seriamente... Mais tranquila? - ela me olha com pavor e sorri.

- Claro! - ela diz aos gritos parecendo desesperada. Pisco algumas vezes.

- Ok... - aponto para as escadas. - Vou para o quarto então... - saio de perto dela olhando para Tessa com certo receio. Precisava agir dessa forma? Eu estou bem. Me lembrarei do ocorrido logo. Deve ser passageiro. Aproveitarei que amanhã é sábado e irei ao médico de tarde. Tenho que ir na casa de Mag cuidar das crianças logo cedo.

Pego meu celular e confiro as horas. Me deito e tiro um cochilo. Acordo horas depois com o alarme tocando. Me sento na cama como uma sonâmbula e sigo para o banheiro para tomar banho. O cheiro de comida faz meu estômago roncar. Nem me lembro de almoçar. Entro e tomo um banho rápido. Saio e subo novamente. Desço antes que tia Molly me chame. Sorrio.

- Como foi no trabalho? - pergunto alegre. Ela sorri.

- Oi Mary... Como está? - sorrio.

- Bem! - digo. Se não contar o fato que estou com a não queimada e com amnésia. Estou ótima. Não vou preocupar tia Molly com bobagens. Olho em volta. - Onde está Tessa? Saiu com Phelipe?! - ela nega.

- Deus sabe onde aquela criatura se meteu, saiu dizendo que tinha um problema terrível para resolver. - suspiro.

- Ela andou brigando com alguém? - tia Molly nega.

- Não que eu sabia Mary, mas já disse a ela que não é bom ser assim. Você sabe o resultado de muitas rebeldias. - assinto. Realmente sei. Ela serve o jantar e me sento. Antes que eu mr sirva ouço um estrondo. A porta dianteira se abre e tia Molly e eu gritamos. Dimy entra na casa na velocidade da luz e me encara.

- Você está bem? Ele te feriu? Fiquei sabendo do incidente ontem a noite com o assassino. - ele entra apressado. Tia Moly sorri.

- Nem sabia como comentar isso com ela... Obrigada por vir Dimy. É um rapaz incrível. - ele se curva na minha frente e coloca os braços em meu colo. "Quem? Assassino? Ontem?"

- Dimy... Eu não sei do que está falando. - digo. Ele me encara preocupado.

- Mary... - Olho para ele com confusão e para tia Molly.

- Tia Molly eu bati a cabeça hoje enquanto fazia o almoço e ganhei essa queimadura de brinde. - Levanto a mão. - Não me lembro de nada. Eu realmente queria saber do que estão falando. - olho para Dimy e sorrio. - Aliás... Obrigada novamente por me levar. - ele pisca os olhos algumas vezes e se põe de pé.

- Seria bom se deixasse esse trabalho arriscado. - nego assim que ele completa a frase. Dependo do serviço. Me coloco de pé.

- Não... - digo rindo da besteira. - Não vou fazer isso. Bem... - olho para Tia Molly. - Vou jantar agora. Estou faminta. - digo e me sento novamente. Começo a comer e me surpreendo com o tamanho da minha fome. Pareço ter sido amarrada por dias longe do alimento. Cruzes!

Termino de comer e me levanto. Escovo os dentes e prendo o cabelo úmido em um coque. Saio e vejo Dimy discutir algo com tia Molly. Eles me encaram.

- Deveria ver um médico. Pode ter se machucado gravemente na queda. - assinto.

- Amanhã mesmo. - digo. Caminho para fora e assim que Dimy e eu pisamos do lado de fora sinto um calafrio percorrer meu corpo. Paro no meio do caminho e olho em direção as árvores do quintal.

- Mary? Está tudo bem? - assinto e franzo o cenho. "Tenho certeza de sentir algo lá!" Balanço a cabeça. Devo ter batido a cabeça com muita força. Voltados a caminhar e vejo Tessa Chegando no portão. Ela abre e resmunga algo. Dimy encara ela e sorri.

- Brigou com Phelipe? Está super nervosa. - ela nega.

- É um assunto complicado Dimy... Acho que me meti em uma grande bagunça ao permitir que um incidente se estendesse. - ela me olha e sorri com ternura. - Como está? Se lembra de bater a cabeça? - nego.

- Calma Tessa... Vou me lembrar... Amanhã vou ao médico e...

- Levarei ela. Quero me certificar que ela está bem. - Tessa encara Dimy e parece realmente nervosa. Ela sorri.

- Dimy... Eu acho que seria melhor eu ir com ela. Sabe... Uma mulher é uma melhor companhia. - Dimy espreme os olhos.

- Tessa... Vou levar ela. - Tessa parece praguejar baixinho. Sinto um arrepio na nuca novamente e engulo seco. Olho em direção as árvores e solto a mão de Dimy. "Ual!" Sinto como se uma onde de calor corresse meu corpo e acertasse minha nuca. Meu corpo se arrepia e sinto frio em seguida.

- Sentiram isso? - pergunto olhando em direção as árvores. Tessa gruda meus braços.

- Vai trabalhar pelo amor de Deus. Sei chefe é um bundão e se você chegar atrasada ele vai te comer os rins. - ela me empurra pelo portão e paro ao lado da moto. Dimy me entrega o capacete e me encara.

- Não se preocupe... Amanhã te levarei ao médico. - sorrio. "Estou realmente desencalhando ou esse homem é apenas uma miragem!" Tento acalmar minha líbido gritando para convidá-lo para conhecer meu novo jogo de lençóis. "Pare Mary!" Percebo que devo estar corada e coloco o capacete que ele me oferece.

- Deixo que me leve aonde quiser Dimy... - Dimy ri. Sinto outro calafrio.

" Mary... Está brincando com fogo!"

Arregalo os olhos e meu coração salta. Olho em volta. A brisa da tarde sopra com misericórdia.

Juro ter ouvido uma voz masculina extremamente quente falando comigo. Engulo seco.

"Controle-se Mary! É apenas a pancada falando alto!"