XXIV

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Ada me pega no ar e Drake parece possesso. Ada voa e Drake fica para trás com Faruk. Ela pousa na floresta.

- Você está bem? - olho para ela com uma dor profunda no peito.

- Deixem ele ficar perto de mim Droga! Parem de bater nele! - grito. Ela me encara perplexa.

- Ele não abusou de você!? - nego.

- Estava tentando dizer isso, mas toda hora vocês me interrompem. Ele está tentando me salvar de vocês isso sim! - ela me olha confusa.

- Você ouviu a parte que ele pode te machucar? - Assinto.

- Vou impedir ele de me tocar de forma indevida novamente. Vamos nos conhecer e vou tentar mostrar a ele que ele terá que ir com calma comigo ou vai me machucar e que ele nunca poderá usar toda sua força ou me mataria. Se depois de conversarmos ele persistir com essa ideia maluca então veremos no que dá, mas por favor. Parem de brigar. É super divertido voar, mas agora eu achei que fosse morrer! - ela me olha e sorri.

- Ele já te ganhou e você nem percebeu ainda. - nego. Ele não me ganhou ainda. Tudo bem que ele é lindo, forte, habilidoso com as mãos, fala mais do que jamais escutei de outros caras, me olha como se fosse me comer viva, tem o par de olhos mais lindos que já vi e nossa! Estou realmente caidinha por ele! Suspiro. Ainda tem o problema de me matar. Precisamos primeiro resolver esse pequeno problema.

Ada alça vôo. E baixa com Faruk e Drake. Drake tosse assim que chega no chão e respira com dificuldade.

- Drake?! - chamo alarmada. Ele me olha por alguns segundos antes de desabar no chão e desmaiar. As asas caem desajeitadas sobre ele. Corro em sua direção e seguro sua cabeça. - Drake! Fale comigo! - meus olhos marejam. Virei uma chorona depois que conheci ele.

- Ele vai ficar bem. Fique calma.- A voz de Faruk soa. - Me ajude a levar ele Ada. - olho para trás.

- Ninguém toca nele! Vocês machucaram ele! - grito. As lágrimas querem cair. - Ele está ferido! - digo com a voz trêmula. Ada sorri.

- Ninguém mais vai machucar ele. Queremos levar ele de volta. Vamos levar ele para nossos médicos e...

- Curandeiros! - Faruk interrompe - Detesto quando fala como os humanos! - ele cruza os braços fazendo uma careta. Ada revira os olhos. - Ada! Não faça isso! Quer que eu te mostre quando deve revirar os olhos? - ela suspira e me encara.

- De qualquer forma, iremos cuidar dele. Vamos te deixar na casa dele. Acho que isso o tranquilizaria. - nego.

- Quero ir com ele. - Ada nega.

- Não, se ele acordar e ficar nervoso vai matar o nosso curandeiro com as próprias mãos. - suspiro. Olho para ele. Me levanto e me afasto.

- Tirem ele do chão... Cuidado. - peço. Me afasto o suficiente para que Ada e Faruk levantem ele.

- Não deixe ele cair! - Faruk ordena. Ela fuzila ele com o olhar.

- Eu aguento você estúpido! Óbvio que vou aguentar ele. - ela diz. - Pare de me amolar! Hoje você está impossível! - ele encara ela com intensidade. O céu fica cinza.

- Ada... Vou ter lhe dar umas boas palmadas e te fazer implorar por piedade! - engulo seco. Espero que ele não esteja ameaçando ela! Denuncio ele para a polícia!

- Não pode agredir ela! - grito. Já não basta agredir Drake e me arrancar de perto dele. Ele me encara com olhos gelados. Engulo seco. Ada ri.

- Ele não vai me bater Mary... Eles lidam de forma diferente com suas mulheres. Não é agradável até eles te darem uma recompensa no final. Deixe Drake irritado e verá. - o céu clareia e olho para cima.

- O clima aqui não é nada estável. - ela gargalha.

- Também acho Mary!

- Anda Ada! - ele ordena e eles alçam vôo com Drake nos braços. Ada sobe rindo e ele olha para ela com um olhar divertido. A conexão dos dois parece impenetrável e confusa. Parece que apenas os dois sabem o que os espera. Sorrio. Olho em volta e me dou conta que fiquei sozinha na floresta. Pisco algumas vezes e vejo que não estou louca. Tem pequenos pontos de luz brilhando aqui dentro e vejo pequenas coisinhas voando. É mágico. Me sinto em um lugar encantado. As pequenas coisinhas são tão chamativas. Sorrio.

- Olá! - digo. Me sento no chão. Alguém virá me pegar logo. Vejo quando algumas mulheres lindas saem de trás das árvores. Elas sorriem e me encaram. A beleza delas é invejável. Elas se entreolham.

- Drake esta com ela. - uma sussurra para a outra.

- Ela parece mais fraca que nossas mortais! - outra diz. Elas se aproximam e sorriem.

- Olá querida... - uma me cumprimenta e se senta de forma elegante ao meu lado. - Você pertence a Drake? - franzo o cenho. Pertenço a mim mesma.

- Não, mas estamos saindo. - ela franze o cenho.

- Sabe o que ela quer dizer irmã? - a que está de pé sorri e nega.

- Não irmã! - Pisco confusa. A que está de pé me olha. - Ele não te chama de minha? Seres alados tem uma mania esquisita de chamar assim? - Assinto.

- Agora que disse, sim. Ele chama. - Ela sorri e olha para a que está sentada.

- Ela é dele. Drake escolhei alguém tão pequena. Ela é menor que Ada. - a que está sentada me encara e toca meu rosto com leveza.

- Fico feliz por ele não te partir ao meio. Ele não vai lhe partir não é? - encaro a mulher perplexa. Espero que não. Amo viver e não quero ser partida ao meio tão cedo. Engulo seco e meu coração acelera. Ele quer me partir ao meio? Serei seu jantar? Ele disse que o alimento daqui me assustaria e ele já disse que não gosta de humanos. Ele come humanos? Seres alados são maus? Ada pousa e as duas se afastam reverenciando Ada. - Guardiã vermelha! - elas se curvam juntas. Levanto e encaro Ada.

- Seres Alados comem humanos? - Ada franze o cenho.

- Não! Minha nossa! Quem te disse tal atrocidade. - ela aponta para as mulheres - As ninfas? - nego.

- Elas estão felizes que Drake não me partiu ao meio! - Ada começa a rir sem parar. Olho para ela com confusão. - Não tem graça.

- Tem graça sim!

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora