XXV

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Ada me deixa na casa de Drake.

- Desculpe o mal entendido. Assim que ele acordar e estiver bem tratarei de dispensar ele para te fazer companhia. - sorrio.

- Obrigada. Seria ótimo se fizesse isso. - ela assente e sai voando. Fico parada na porta e olho em volta. "Hora de passear!" Desço as escadas e caminho para o lado contrário da floresta. Drake mora quase entrando na floresta verde. Ada me disse que é assim que eles chamam. Assim que estou me afastando da casa o felpudo que Drake levou em uma das noites para o outro lado aparece. Ele sorri.

- Mary! - ele corre e abraça o vestido. Seu rabo balança para um lado e outro e sorrio. Seus dentes parecem bem afiados e sua voz é um pouco perturbadora, mas ele é adorável e fofo.

- Gruto. Olá... - ele se afasta um pouco.

- Estava indo limpar a casa de Drake. Vejo que vem de lá. Já estão juntos! Drake deve estar feliz. Gruto fica feliz que Drake esta feliz! - sorrio.

- Não estamos juntos ainda... Estamos nos conhecendo. - ele cruza os pequenos braços e para de balançar o rabo.

- Gruto não quer ver Drake triste! Não magoe Drake ou Gruto arranca sua perna. - encaro seus dentes e meu sorriso morre.

- Vou contar a Drake que quer arrancar minha perna. - digo e ele faz uma carinha triste. Gente, ele é muito fofo! Me abaixo perto dele. - Prometo não contar. Ele ficaria muito bravo com você e não quero que leve uma bronca. - ele sorri e os dentes cobertos de baba brilham. Ok... Ele é tenebroso de perto.

- Gruto agradece. Aonde vai Mary? - dou de ombros.

- Dar uma volta. Quero conhecer ao redor. - ele assente.

- Cuidado Mary. Tem pessoas querendo machucar Drake e pegar a Mary seria um ótimo jeito de ferir ele. Gruto teme por Mary! - sorrio. Estendo a mão e ele coloca as duas pequenas mãozinhas sobre as minhas.

- Mary já entendi Gruto! Mary volta logo! - digo e sorrio. Ele abre um sorriso bem grande e ri alto em seguida. Ok... Ele rindo é perturbador. Engulo seco, mas tento não parecer assustada.

- Mary é divertida! - Assinto. Ele bate as mãos na minha e se afasta balançando o rabinho felpudo. Fico abaixada e olhando ele sair. Que criaturinha simpática né! Amei ele! Queria um.

Me levanto e caminho pelo vilarejo. Estou descalça, mas realmente não me importo. As ruas são de pedra. Caminho pelas ruas e vejo uma taberna. Sempre quis entrar em uma. Sei que eles dão imensos copos com cervejas espumosas nos desenhos que assisti quando era pequena. Hora de realizar todas as fantasias de criança! Será que abóboras de transformam em Carruagens?! Sorrio. Quero um sapatinho de cristal. Entro na taberna e resolvo soltar uma piada. Bato com a mesa no balcão.

- Seu melhor rum Marujo! - digo e gargalho. Estou realmente feliz. Todos me olham com caras confusas. Meu sorriso morre e minhas bochechas esquentam. Limpo a garganta. - Piratas? Capitão gancho? - paro de tentar me enturmar. Suspiro e olho para o rapaz atrás do balcão. - Cerveja? Vocês tem? - ele assente e me encara com cautela.

- É estrangeiro por essas bandas? - nego.

- Não. - penso um pouco. Talvez estrangeiros são os que chegam aqui assim como do outro lado. - Sim! Sou de Norfolk. - digo. O homem me serve um copo com cerveja e sorrio. Não é como nos desenhos, mas é alguma coisa. Tomo um gole.

- Norfolk? - ele pergunta. Ouço passos em minha direção e em seguida tem um ser alado de um lado e outro do outro. Um deles tira uma moeda de prata do bolso e coloca no balcão.

- Ignore a moça. Ela é nova no reino. - um deles diz. Olho para ele e franzo o cenho.

- E você quem é? - ele me olha de relance com certo nojo. Não estou fedendo que eu saiba!

- Pode me chamar de alado azul. - ele tem o cabelo e as asas azul marinho. O outro tem a cor verde.

- Esse não é seu nome... - digo e tomo outro gole da cerveja. Ele me fulmina com o olhar.

- Não serei sua babá! Agora tome essa cerveja na velocidade da luz e suma da taverna. - "Gente! Que grosso!" Me concentro em tomar a cerveja. Não pedi uma babá. Certamente não seria ele. Assim que esvazio o copo coloco no balcão e saio da taverna. Caminho e paro na rua. Ele acena com a mão e gesticula para que eu suma.

- Mal educado você em! - grito. Me afasto da taverna. Saio resmungando. Eu apenas queria fazer amizades novas e aquele alado acabou com meu barato. Caminho pelo vilarejo e vejo diversas pessoas. Humanos, pelo menos parecem, seres alados, umas criaturas grandes e terrivelmente assustadoras com asas, pequenos de rabo felpudo como Gruto, Homens enormes e meio monstruosos. Não faço ideia do que são, mas tem várias criaturas aqui. Caminho pelo vilarejo durante algum tempo, perco a hora admirando tudo e sinto o cheiro de comida. Minha barriga ronca. Entro no que parece um restaurante medieval. Me sento em uma mesa e uma mulher me atende.

- O que vai querer? - ela pergunta. Sorrio.

- Seu melhor prato! - digo. Sorrio. Aqui eles são realmente gentis. "Menos alguns!" A mulher retorna com um pernil enorme e coberto com laranjas e um molho verde. Meu estômago ronca. Ela coloca na mesa. Minha boca água por provar.

Pego os talheres e começo a cortar e comer. É magnífico. Nunca comi algo parecido. Me delicio no alimento.

Estou terminando de comer quando vejo Drake. Ele está de Jeans e camisa branca. Ele carrega um chinelo nas mãos e está com outro. Ele parece perfeitamente bem. Seu cabelo está preso em um coque alto e ele parece feliz ao me ver. Sorrio. Ele se senta na cadeira a minha frente e acomoda as asas.

- Gostou? - assinto.

- É delicioso! - ele assente e deixa os chinelos ao meu lado.

- Coloque-os da próxima vez. É mais confortável. - enfio os pés neles e meu pé parece os de uma criança dentro deles. Drake passa o dedo na bandeja e leva a boca fechando os olhos. - Está delicioso mesmo. - ele abre os olhos e eles estão violeta. - Posso provar diretamente da sua boca? - me engasgo.

- Não! - tusso. Me recomponho. - Isso é nojento!

DRAKE - Saga "Pearl"Onde histórias criam vida. Descubra agora