Minha cabeça estava dolorida e pesada, meu corpo não estava diferente, mas ao mesmo tempo que ele pesava para cair uma força o segurava no lugar. Só então percebi a situação realmente e vi que estava com os braços e as pernas amarrados a uma cadeira, em um local totalmente escuro e apenas comigo ali.
Sequestrada no dia do casamento. Que bela sorte eu tenho.
Minha cabeça ainda doia um pouco, os pensamentos e lembranças de dias atrás estavam embaralhados, mas eu ainda me lembrava perfeitamente daquela não ser a primeira vez que eu acordava ali, naquele escuro e desconhecido lugar, amarrada e confusa.
Me lembro perfeitamente que das outras vezes que acordei, as mesmas coisas sempre se repetiam. Vinham dois homens com máscaras cobrindo os rostos, injetavam algo em meu braço e eu adormecia de novo por um tempo que eu não sei ao certo quanto tempo era, só sei que eu sempre dormia, acordava, recordava, era dopada e depois voltava a dormir de novo.
Só que agora tudo parecia pior.
Diferente das outras vezes agora eu acordei com uma dor de cabeça ainda mais forte, extremamente tonta e meu estômago estava rogando por comida. É claro, em todos esses processos de dopação não fui alimentada uma única vez, e com certeza estou aqui a mais do que possa lembrar-já que é impossível ver se está dia ou noite lá fora-, me surpreenda que eu não tenha desmaiado totalmente de fome ou por falta de água, já que também não me lembro de ter me hidratado.
Estava com a cabeça abaixada encarando minhas próprias pernas, enquanto focava em algo que não fosse o mal-estar. Eu continuaria nesse estado de quase coma, se não tivesse escutado o som da porta sendo aberta e por ela entrar um pouco de luz. Continuei de cabeça baixa pois já sabia o que viria agora. Seria dopada novamente.
-Levante a cabeça!-a voz autoritária soou.
Estava confusa, normalmente eles não dirigiam uma única palavra à mim, apenas injetavam a droga que me fazia adormecer e iam embora sem falar nada também, mas mesmo assim levantei a vista e dando de cara com a expressão neutra do homem à minha frente.
Esse homem é o que levou um tiro meu a dez meses atrás.
-Yoongi, não deveria falar com ela agora, ela está totalmente fraca por conta da droga e a fome...-a voz calma e preocupada soou.
-Não me importa!-Yoongi puxou a cadeira e se sentou na minha frente ainda me encarando com uma expressão neutra-Como se sente S/N?-ignorei a pergunta debochada e virei a cara para o outro lado-Vai me ignorar?! Quer tentar isso da pior maneira?!-continuei o ignorando-Certo, será pior pra você de qualquer maneira-então o barulho de uma arma sendo destravada e um cano frio encostando em minha bochecha vieram a tona-Você que sabe.
-Para com isso Yoongi, é totalmente desnecessário!-a voz preocupada soou de novo.
-Eu queria uma simples conversa com ela, mas se ela prefere ser ameaçada a culpa não é minha!
-O que quer comigo?!-minha voz saiu baixa mas ainda audível.
-Que pergunta idiota não acha?!-então o cano da arma foi desencostado do meu rosto e eu suspirei aliviada-Esqueceu do que fez?!
-Como me esqueceria?!-virei meu rosto de frente para ele-Foi meu primeiro tiro em alguém-não evitei, um sorriso debochado surgiu em meu rosto.
-Tanta gente pra você atirar e resolveu mexer comigo?! Como pode ser tão idiota?!
-Ninguém mandou ser tão covarde a ponto de querer bater em uma mulher e depois tentar matá-la-um sorriso ladino brotou em meus lábios ao lembrar das cenas-Mas o que quer comigo?!
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I Need A Gangster (Imagine Chanyeol)
FanfictionS/N uma garota de 22 anos que está finalmente terminando sua faculdade; é uma menina confiante, dona de si e que acima de tudo ama sua família (ou o que restou dela) e sua melhor amiga Nayeon. Mas um dia, cansada de seu relacionamento abusivo, ela...