NEW YEAR | 03

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Quando todos foram encaminhados de volta para o salão, já se passava das dez da noite. Joalin sabia exatamente do que precisava e o que tinha que fazer para conseguir, porém a garota não tomaria a atitude, nunca. 

Bailey deveria procura-la.

Pista de dança, esse seria o caminho mais fácil. Eram poucas as pessoas que estavam no local e a maioria deles fingia dançar ou se importar com as músicas animadas que tocavam.

Joalin sempre foi inteligente e se destacava em tudo que fazia, mas haviam duas coisas que ela sabia que não precisava se esforçar para ser boa, aprender novas línguas e dançar.

Poliglota desde criança, dançarina desde antes de nascer.

A música eletrônica parecia tocar no fundo da alma da finlandesa, que dançava de forma sensual, chamando a atenção da maioria dos homens no recinto.

Algumas princesas se animaram e se juntaram com a loira mas era inevitável que os olhares continuassem pelo seu corpo.

Bailey sabia que ela havia conseguido chamar a atenção de todos, mais uma prova da versão rebelde. E safada, então os boatos não eram apenas boatos? 

Ele sabia que era para ele, os olhares, os risinhos, o fogo. Mas ele também não a entregaria o jogo de bandeja, pelo menos ele achava que não.

Joalin sabia todas as letras, em todas as línguas, o ritmo, as batidas de cada canção tocada. Ela estava mais familiarizada com as pistas de dança do que qualquer um naquele castelo.

Quando o britânico se viu cercado por algumas princesas, precisou se esforçar para manter Joalin em sua vista, o que não era tão complicado levando em conta que ela rebolava bem no meio da pista de dança, com um curto vestidinho vermelho.

Ele passou a entender que quando Joshua exigia exclusividade e sigilo durante a festa, era uma forma de  medida de proteção, principalmente para a parte sombria e festiva de sua irmã. Ele tinha certeza que parte dos boatos eram espalhados por pessoas que frequentavam aquele salão, porém a finlandesa parecia não se importar muito com o que achavam dela, o que de certa forma era excitante.

Faltava menos de uma hora para a virada do ano e o príncipe continuava  dando atenção para as princesas que pareciam não ter a mínima vontade de largarem de seu pé. A Loukamaa não as suportava, assim como a maior parte das pessoas que ali se encontravam, seja por serem frescas, mesquinhas, corruptas ou até por se acharem superior e com o famoso "sangue azul".

A Nobreza era só um título, um nome. Não se passava disso e ela entendia, era igual a qualquer pessoa e sempre faria o possível, usando de seu nome ou dinheiro, para ajudar os outros.

A história era diferente com a maioria das princesinhas presentes na comemoração, que exalavam superioridade e buscavam famintas pelos seus príncipes encantados, que deveria vir montado em um cavalo branco, prontos para o casamento e para tirar a virgindade daquelas pobres ricas moças, para que possam ter filhos e garantir a integridade do reino. Pobres de caráter, de opinião e de vontade própria. Joalin tinha vontade de vomitar, só de constatar os interesses da maioria das princesas de sua idade. 

Sabina e Hina assistiam de longe o showzinho no qual o irmão mais velho era obrigado a participar, Bailey estava longe de ser o que elas procuravam e esperavam para suas vidas. Nunca se encaixaria se quer no padrão de um inglês, muito menos no de príncipe encantado.

Joalin e Bailey pareciam a dupla perfeita no meio de tanta futilidade e falta de autenticidade. Apollo por exemplo, não era bonito, muito menos gostoso como May, mas parecia combinar muito mais com aquelas princesas "sem sal".

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