TATTOO

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Bailey foi vencido pela teimosia de Joalin, mas ele também não podia negar sentir uma crescente necessidade de mostrar para a garota que ele podia se aventurar por aí. Ela era autêntica, rebelde e não tinha medo, ele era justamente o contrário. 

A loira pediu para que o motorista os levasse até o endereço no celular e fez suspense pelo  caminho, estava amando ainda mais a Jamaica depois dos trajetos curtos e sem trânsito. 

-Quanto irá aprontar até voltarmos para casa? 

-O máximo que eu conseguir, prometo que não será muito.

-Duvido um pouco da unidade de medida que tem usado. 

-Não confia em mim, Príncipe?

-Quando estamos tratando de suas rebeldias, não! 

-Não sou uma adolescente rebelde a anos, não precisa se preocupar. Posso agir como uma inconsequente mas não sou uma- ela manteve o tom de voz baixo e provocativo. 

-Como afirma não ser uma inconsequente se admite agir como uma?

-Pode não parecer, Bailey, mas penso muito bem antes de tomar qualquer atitude. Tenho clara percepção do que pode ou não me prejudicar, diferente de você- provocou mais uma vez- afinal, foi o grande prejudicado de nossa noite de ano novo- se referiu a festa de Josh. 

-Você venceu dessa vez, Princesa- deu de ombros como uma criança de 5 anos e passou a observar a cidade pela janela. 

Kingston era linda e original, como puderam viver tanto tempo ser conhecer a Jamaica? 

O carro estacionou na frente de um conjunto de lojas, das mais diversas. Eles saíram do carro e não foi difícil para May identificar os planos de sua esposa. 

-Joalin, não- ele reclamou ao ver o grande letreiro iluminado, "Jamaica's Tattoo"- Você sabe que os membros da Família Real não tem tatuagem, se meu pai sabe disso ele vai me matar e

-Eu que irei me tatuar Bailey, seu pai não pode controlar minhas ações. Além do mais, ninguém precisará saber, acha mesmo que ninguém tem tatuagens as escondidas? 

-Eu não concordo com isso Joalin, pode nos prejudicar- a calmaria da conversa no carro estava sumindo aos poucos 

-Você não precisa concordar, é meu marido, não meu dono. 

-E se alguém descobrir?- os olhos do meio filipino brilhavam em sinal de estresse, ele passava a mão pelos cabelos e pensava que teria mais um problema para resolver na volta à Londres.

-Se descobrir problema é deles, século XXI. Entenda uma coisa, você mal me conhece e não faz ideia da maioria das coisas que enfrentei em minha vida, você sabe o que é ser a princesa sem pai e ver todo seu país julgando sua mãe quando na verdade ele que era o errado? Você não sabe, sabe menos ainda todos os transtornos que isso me causou até eu resolver não ligar mais, até eu aprender a me amar e enxergar que não sou um erro na vida dos meus pais e que se meu pai me abandonou, a culpa não é minha. Então não vem me dizer que não posso fazer uma simples tatuagem que representa tanto pra mim porque ninguém pode me impedir. - ela levou a discussão para o lado pessoal e emocional, o que fez as pernas de Bailey falharem.

 Era verdade, ele não a conhecia, não profundamente. Tudo o que sabia eram histórias ou boatos que rondavam os reinos, ou pior, notícias de revistas. Mas ela também não facilitava, não o deixava compreendê-la, ele não tinha culpa de ter a vida "perfeita", muito menos de ter sido diferente da finlandesa. 

O moreno a olhou um pouco assustado, Joalin era sempre de poucas palavras, principalmente quando tratava de sua vida e seus sentimentos. Não foi a maneira mais correta mas ele não deixou de sorrir ao perceber que ela estava começando a se abrir. 

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