CROWN

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A família colocou os pés no Palácio de Buckingham pela primeira vez desde as reformas, iniciadas um período antes de Matt anunciar sua renuncia à coroa. O burburinho das obras levou grande parte dos súditos a acreditar que a saída do cargo se aproximava a cada dia, o que, se acontecesse no século anterior seria uma tremenda vergonha.

A verdade é que a tendência era que o sistema monárquico se enfraquecesse ao longo das décadas, visto que o formato republicado parecia cada vez mais popular, por entre os países. O Reino Unido era governado por meio do parlamento, o que limitava os poderes do rei e passava bem longe do sistema absolutista que dominou a Europa nos séculos passados, principalmente antes da Revolução Francesa. 

Era sim uma democracia. O primeiro ministro, líder do parlamento, era quase como um presidente, de forma que as funções da Família Real fossem minimamente políticas e mais focadas no social, como um elemento nacional de união, lealdade e segurança. 

E mesmo com um pequeno leque de funções políticas, muitas delas foram caindo em desuso e seriam mal vistas pela sociedade, se voltassem a prática. A verdade é que nos dias atuais o povo tinha muito mais conhecimento, dito isso, qualquer abuso de poder por parte dos monarcas podiam significar o fim do regime, já que tais atitudes seriam veementemente repudiadas pela população. 

Outro costume que parecia prestes à ser revolucionado era o tempo de duração de cada reinado. Com a expectativa de vida cada vez mais alta, a sociedade pedia por uma figura mais jovem e firme à frente do país. A decisão de Matt foi acertada e foi a melhor forma de garantir a continuidade do sistema. 

Se esperasse pela sua morte, o filho estaria mais velho, não poderia contar com sua ajuda para eventuais dúvidas e toda a mudança aconteceria sob um dia fatídico. Da forma como havia acontecido, tudo se tornava mais leve e alegre. 

Fazendo uma ponte com situações parecidas ao redor do mundo, se Matt governasse até os 90, Bailey já estaria próximo aos 70 quando tivesse de se tornar Rei. O laço seria enfraquecido, a sociedade não iria encarar a mudança com bons olhos e ele acabaria renunciando ao cargo, em prol de sua filha mais velha, Zara, que de fato teria mais capacidade no momento. 

Quando Matt decidiu renunciar, ele não estava apenas assegurando a continuidade da monarquia, estava prevenindo protestos e confrontos, além de que era uma forma de garantir que isso não explodiria no início do governo de seu filho. Tampouco a sua chance de liderar seria ameaçada. 

Bailey e Joalin se tornaram rei e rainha do Reino Unido com 38 e 39 anos, respectivamente. A mudança não só afetou a linha de sucessão, como os levou à trocar o Castelo em que viveram desde o casamento para a agora residencia real, o Palácio de Buckingham. 

Os quatro filhos ganhavam novas funções a partir daquele dia, mas mais que isso, a antiga princesinha finlandesa continuava a calar a boca de muitos. Muitos que decretavam uma data limite para seu casamento, que a julgavam como irresponsável, que calculavam que ela não tinha dons maternos e principalmente, que julgavam a escolha do matrimônio, se enfurecendo com a possibilidade de ver o então príncipe casado com a garota rebelde. 

Joalin fez cada um deles se arrependerem do que foi dito. Alguns precisaram apenas de semanas, outros de anos, mais de uma década. Mas de fato, o casal vinha revolucionando a Grã-Bretanha e visto o crescimento do poder, agora que eram líderes de Estado, as mudanças se tornariam ainda mais evidentes. 

Mas além de tudo isso, continuavam a ser o casal apaixonado, que mesmo depois de quatro filhos, três gravidez, diversos escândalos midiáticos, várias notícias falsas sobre divórcios e qualquer outro desafio que lhes foi posto, não deixaram a chama do amor se apagar. 

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