HONEYMOON

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Quando Bailey e Joalin voltaram para o quarto do hotel, era pouco mais que 9 da manhã. O dia não tinha começado fácil para os recém casados, ainda teriam que aguardar algumas poucas horas para a saída do voo que os levaria de volta para a terra natal do príncipe. 

-Foi mais difícil do que eu imaginava- a finlandesa se jogou na cama, respirando fundo e encarando o teto. 

-Ele estará conosco em poucos dias, este é nosso único conforto, pelo menos no momento. 

-É- ela suspirou- Eu espero que tudo ocorra corretamente. Tenho medo do quão materialista, manipuladora e suja a mídia pode ser, não sei se estão dispostos a colocá-lo em perigo por uma manchete. 

-Não vamos deixar que isso aconteça. Seguranças estarão espalhados pelo orfanato e aos redores pelos próximos dias e o acompanharão até Londres- ele tentou tranquilizar a esposa, por mais que sua calmaria não fosse verdadeira. Ele também temia, tanto quanto ela, e ambos sabiam que a prioridade dos próximos dias seria manter Zion em absoluta segurança. 

-Como eu queria que as coisas fossem mais fáceis, toda vez que damos um passo fora do planejado e traçado parece que somos apunhalados. Não saber se teremos apoio está me matando- a loira desabafou- Eu não ligaria para essa situação se estivéssemos tratando de outro assunto, mas é nosso filho, não quero que ele seja rejeitado, vaiado e maltratado como se estivéssemos em pleno Século XVII. Droga, eu teria minha cabeça cortada ou queimaria em uma fogueira se tivesse nascido algumas centenas de anos atrás. 

-Algumas mulheres da minha família foram mortas, durante o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, acusadas de bruxaria e adultério, a matança da minha família não parou nem mesmo quando assumimos o trono- ele observou, voltando a falar sobre o filho- Vamos encontrar um jeito de não deixar isso acontecer, encontrar uma forma de conscientizar a população sobre preconceitos, adoção, o que acontece nos países mais precários da Comunidade das Nações e qualquer outro assunto necessário. Liberamos palestras nas escolas, criamos programas de televisão, damos entrevistas, liberamos vídeos no Youtube, doamos livros, divulgamos matérias em jornais de confiança. 

-Eu nunca confiei no The Rain mas não posso dizer que esperava que seriam tão baixos, a última matéria sobre nós foi um verdadeiro escândalo de preconceito racial, machismo, intolerância e doutrinação. 

-Talvez no dia em que a população passar a nos enxergar como humanos, pessoas que erram, que acertam, que amam e tem seus próprios desejos, passem a respeitar nossas atitudes. Me dói ver minha nação, o lugar que daqui a alguns anos estará sob meus comandos soar tão preconceituosa, estar longe me dá sensação de impotência, não sei se seremos aplaudidos ou vaiados, se os súditos nos apoiarão ou concordarão com as sujeiras que aquele jornal anda falando. 

-Vamos esperar que seja a segunda opção- ela se sentou- E trabalhar para que a visão da monarquia seja mudada, também para contribuir e evoluir para uma nação livre de preconceitos. 

-Temos muito trabalho pela frente- Bailey abriu a porta da sacada, tirando os tênis e a blusa, em seguida caminhando pelo deck e parando aos pés da piscina. 

-Mal conseguimos aproveitar este paraíso- Joalin o seguiu, também sem os sapatos, e sentou na espreguiçadeira. 

-Prometo que iremos voltar um dia, com mais calma e sem tantas polêmicas envolvidas. Realmente sinto muito que precisaremos voltar para a Europa em poucas horas, não sei se ao menos podemos considerar desta nossa viagem de lua de mel. 

-Temos um voo para pegar em cerca de uma hora e nosso quarto ao menos foi utilizado da forma correta, se é que me entende- Joalin caminhou na direção do marido. 

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