Elendor e suas tropas foram os primeiros a partir. Seguiram pelas antigas estradas criadas pelos ancestrais dos homens. O basalto que formava as estradas ostentava as marcas do tempo, em alguns locais grama e musgo cresciam entre as rochas, mas ainda assim as estradas mantinham-se em boas condições de uso, proporcionando firmeza aos pés. Passaram por grandes campos, que outrora estavam cheios de plantações, haviam também várias árvores derrubadas com seus frutos ainda em seus galhos. Elendor se deleitava com a destruição e desordem causada pela guerra, e mais ainda ao pensar que em breve, toda aquela terra fértil pertenceria a ele.
As tropas de Aengor e Aeldred saíram pouco depois das forças de seu rei, passaram por planícies que não muito tempo antes estavam densamente povoadas onde, agora, só haviam ruínas e uma atmosfera agourenta. O caminho até Staldfold era mais rápido do que o caminho para Vinnfold e após umas poucas horas de marcha as tropas élficas puderam avistar a paliçada que cercava a cidade.
— Eles acham mesmo que aquela cerca ridícula vai os defender? – falou Aengor a Aeldred, enquanto cavalgavam a frente de suas hostes.
— O obstáculo não será esse, mas as forças que Thurgon enviou para cá. Nossos batedores já nos informaram da chegada dos primeiros destacamentos. – respondeu o outro general.
— Vamos esmagá-los antes mesmo que o príncipe chegue com os reforços, hahahaha.
— Provavelmente – Aeldred não era imprudente como seu companheiro e algumas preocupações ocupavam seus pensamentos. Certamente a cidade dispunha de uma guarnição que seria reforçada pelos soldados do rei. Seu temor era que Thurgon mandasse a maior parte de suas tropas para Staldfold, deixando seus quatro mil soldados em desvantagem numérica. – Lothar!
Poucos instantes após o chamado, um elfo esguio e com armadura leve se juntou aos generais.
— Aqui estou senhor.
— Quero que convoque outros cinco batedores e vão em direção a cidade. Façam a estimativa de quantos defensores ela dispõe e voltem o quanto antes com a resposta. Estaremos esperando aqui.
— Sim senhor! – o elfo se retirou rapidamente, cavalgando para o outro lado da coluna das tropas élficas e começando a recrutar seus companheiros para aquela missão.
— Para quê enviar batedores? – Aengor estava indignado – As ordens do rei foram claras. Nós devemos marchar contra a cidade independentemente do número de seus defensores.
Aeldred dirigiu ao companheiro um olhar cansado. – É verdade, mas sabendo quantos inimigos enfrentaremos poderemos nos preparar melhor. Detenham a marcha – Aeldred elevou sua voz acima dos sons produzidos pela sua tropa – Detenham a marcha! Esperaremos aqui até que nossos batedores voltem. Aproveitem o tempo para descansar e se preparar para o combate que está por vir.
Os comandos do general foram repassados pelas fileiras élficas e dentro de pouco tempo todo o corpo de suas tropas estava imóvel. Os escravos, em especial, se sentiram aliviados por uma pausa no ritmo intenso ao qual eram obrigados a andar e carregar os mantimentos. Os soldados aproveitaram o momento de descanso para amolar as lâminas de suas espadas e até mesmo suas lanças. Alguns delegaram essas tarefas para os escravos, mas esses foram poucos, pois a grande maioria preferia cuidar pessoalmente da lâmina com a qual combateria.
Em uma hora os batedores retornaram. Foram diretamente para o local onde se encontravam os generais.
— Meus senhores – Lothar desmontou com agilidade enquanto falava – contamos cerca de cinco mil inimigos.
— Muito bem – respondeu Aeldred pensativo. De fato, eles estariam em desvantagem, mas não era algo tão significativo, afinal eles eram elfos os seres mais poderosos da terra.
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Crônicas de Eretz: Queda de Reis (Concluído)
FantasíaA terrível guerra entre elfos e humanos está aproximando-se de seu fim. De um lado, os malignos e antigos elfos, liderados por Elendor, buscam conquistar o último reino dos homens e expandir ainda mais seus territórios. De outro, os homens, liderad...