Capítulo XIX - De Volta Para Vestfold

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 — Também posso me divertir?

— Claro, em grande parte essa diversão só será possível por sua causa meu filho. E teremos muito com que nos distrairmos, eu mesmo pretendo extravasar minha ira – respondeu Elendor depois de ter se virado para ver quem se juntava ao grupo.

— Muito bem. Então, vamos nos divertir. "Em grande parte? Não seria em toda ela? "

    Pai e filho conduziram os elfos em direção a cidade. Todos estavam sedentos por levar caos e destruição e se deleitar no processo.

    Quando os elfos chegaram a cidade tiveram uma surpresa. Se depararam com uma cidade deserta. As casas, todas desocupadas; ainda haviam móveis e diversos pertences, mas as despensas estavam desprovidas de alimentos e haviam indícios de que pertences e objetos de lavor tinham sido levados. Elendor se enfureceu ao perceber que seus inimigos tinham dado um jeito de escapar de suas mãos. Ordenou que os soldados revirassem tudo em busca dos habitantes.

    Os elfos percorreram casa por casa procurando por humanos que poderiam estar escondidos, mas não encontraram ninguém. Derrubaram as bancadas dos mercados atearam fogo nas lojas, vasculharam a praça principal, mas tudo estava deserto.

— Maldição! Como podem ter sumido dessa forma? Para onde podem ter ido? – Elendor falava consigo mesmo em voz alta.

— Creio que tiveram muito tempo para fugir. A batalha acabou por demorar mais que o esperado – Érebo falou enquanto se aproximava do pai – para onde foram não importa muito. Afinal, há algum lugar para o qual poderiam ir e ficar livres de nós? Eles poderiam escapar do grande Elendor? – Érebo disfarçou perfeitamente o escárnio que sentia em seu interior, e sua voz soou como de costume, de modo que o pai não percebeu – Mas se posso dar um palpite, imagino que tenham tomado alguma rota de fuga para Vestfold.

Elendor meditou por alguns instantes nas palavras do filho.

— De fato, ninguém pode escapar das minhas mãos e eles devem mesmo ter ido à Vestfold. Afinal, é tudo o que resta do reino de Thurgon, que logo deixará de existir – Elendor parou por alguns instantes, perdido em seus pensamentos – vamos! Chega de perder tempo. Saqueiem tudo que puderem, profanem e destruam – O rei dos elfos ergueu a voz para que pudesse ser ouvido por todos os seus guerreiros – Destruam tudo. Limpem o local. Vamos trazer nossos feridos para cá e nos reorganizar. Logo marcharemos contra Vestfold.

    Os elfos executaram as ordens de Elendor cheios de prazer. Derrubaram estatuas, destruíram mercados e oficinas, arrasaram diversas casas e por fim voltaram os olhos para o templo de Dvalin. Juntaram entulho das construções que haviam destruído, lixo e toda sorte de dejetos que encontraram e lançaram na cella do templo, aos pés da estátua de Dvalin. Mataram inúmeros animais domésticos que os habitantes da cidade tinham deixado para trás em sua fuga e deixaram os cadáveres espalhados pela cella, e por fim, atearam fogo ao local. Elendor assistiu à profanação do templo cheio de satisfação.

— Hahahaha, essa chama é um deleite para os meus olhos. Os deuses dos homens são patéticos, assim como seus seguidores. Logo tanto uns quanto outros cairão no esquecimento.

— Certamente – disse Érebo ao se aproximar do pai – "E esses deuses e seus servos patéticos teriam te derrotado sem minha intervenção. " Quais são suas ordens agora, meu rei?

— Mande trazer o restante de nossas forças para cá. Coloquem os escravos para trabalhar, ponham-nos para organizar um local onde possamos descansar e que preparem um lugar para levarmos os feridos para serem tratados. Chame também Gilgalion, Galahir e Aeldred. Vamos discutir os passos finais de nossa campanha. Eu estarei na praça principal.

Crônicas de Eretz: Queda de Reis (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora