Capítulo VIII - Presságios

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    As forças de Elendor já estavam próximas a Vinnfold quando receberam as notícias dos primeiros batedores que conduziam suas montarias suadas e ofegantes pelas colunas élficas em direção ao rei e seus generais. Quando alcançaram seu objetivo os batedores desmontaram e se ajoelharam diante do rei.

— Meu rei e senhor – disse o líder dos batedores – retornamos assim que fizemos as estimativas do tamanho das tropas inimigas.

— Continue.

— As forças dos homens contam com cerca de cinco mil guerreiros, todos de infantaria. Não vimos arqueiros, mas suspeito que possuam alguns. Não o vimos, mas sabemos que o rei está lá, pois vimos os guerreiros de sua guarda pessoal.

— Muito bem. Agora conte-me sobre a cidade. Como são suas defesas?

— Vinnfold é uma importante cidade portuária. Possui muralhas de pedra com três metros e meio de altura a sua volta e tem também duas torres defensivas, uma a oeste da muralha e outra a leste.

— Tem algo mais a me dizer?

— Não senhor.

— Podem se retirar.

Os batedores se afastaram rapidamente, deixando Elendor e seus generais a sós.

— Parece que teremos outra batalha de cerco. – Galahir falou com um tom de voz cansado.

— Não se os convencermos a saírem para nos atacar – falou Elendor, enigmático – diga-me Gilgalion, qual o mais importante a se considerar em uma batalha de cerco?

" Outra vez com esses jogos, maldição! " O elfo meditou durante algum tempo na resposta.

— Suprimentos, senhor. A cidade não tem suprimentos o bastante para manter seus habitantes, a guarnição e o exército que Thurgon trouxe para cá. Se pensarem que nosso exército é pequeno certamente atacarão na tentativa de evitar um cerco que os levará a passar fome.

— Esplêndido. Meus generais realmente entendem da arte da guerra – respondeu o rei dos elfos com um sorriso sarcástico – detenham a marcha e escondam uma parte de nossas forças. Quando entrarmos no campo de visão dos homens quero que eles vejam apenas um punhado de inimigos.

    Os generais fizeram uma reverência e se retiraram. Os soldados foram reorganizados. Gilgalion levou três mil soldados para se esconderem nos montes a sudoeste da cidade enquanto Galahir e Elendor conduziram os outros três mil  em direção às muralhas da cidade, também levavam os escravos na intenção de, ao chegar à cidade serem postos para trabalhar na montagem de um acampamento, como se os elfos pretendessem levantar o cerco, tornando o ardil ainda mais realista.

    As tropas de Elendor e Galahir pararam acerca de setecentos metros das muralhas e os escravos foram postos para trabalhar a fim de levantar o acampamento.

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    Do alto das muralhas, Nestor e alguns de seus companheiros da guarda real olhavam para seus inimigos.

— Parece que estão levantando um acampamento. Será mesmo que pretendem iniciar um cerco? Não parecem ter nem três mil guerreiros. O que acha Brandon?

— Acho que algo está errado. Devem haver outros elfos por aí. Ou eles estão esperando reforços. – Respondeu o guerreiro enquanto coçava a barba farta e cerrava os olhos enquanto observava os inimigos.

— É o que penso. Vou falar com o rei. Mande me avisar caso consiga alguma informação do inimigo. – Dizendo isso Nestor desceu as escadas em direção ao pátio da cidade.

Crônicas de Eretz: Queda de Reis (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora