Capítulo XXIX - Embate de Reis

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— Ora, ora que belo grupo de guerreiros temos aqui, não é todo dia que se pode ver um grupo com tão poucos miseráveis homens darem cabo de tantos dos meus soldados. E um dos meus generais cair com um único golpe! Que esplendido! Eu lhes felicito.

    Sem deixar que o elfo continuasse com suas palavras repulsivas, Djalma se atirou furioso contra Elendor, cego pelo desejo de matar o inimigo. Elendor desviou-se do golpe da espada do homem com as costas de sua mão direita, e tirando sua espada da bainha num rápido movimento, cortou o guerreiro pela metade na altura da cintura. Vendo o companheiro morrer de maneira tão brutal diante de seus olhos Ivar se encheu de fúria e se lançou contra Elendor, porém antes mesmo de entrar no alcance da espada do rei elfo o homem foi atingido por um fogo negro que queimou sua armadura e corpo. Olhando para trás, Elendor viu seu filho Érebo, que lhe acenou e disse:

— Quanto aos outros dois, essa honra deixo para ti, ó Grande Rei.

    Elendor sorriu, e virando-se encarou aquele a quem seu coração há muito desejava enfrentar. Porém ainda havia um empecilho, Bern se colocava entre ele e seu inimigo.

— Bem... chegou minha hora e sendo o último membro da guarda real não posso permitir que enfrente meu rei enquanto eu ainda vivo. É meu dever e honra tal função e não vacilarei nesse momento! – Dizendo essas palavras se lançou contra o elfo, Thurgon tentou segura-lo, mas Bern foi rápido e já não estava mais ao alcance de seus braços.

— Talvez para os homens seu ato seja coragem, para mim é apenas tolice, abreviando sua morte nas mãos do mais poderoso rei élfico que já viveu, mas te darei o que procura. – Falou Elendor com um sorriso zombeteiro nos lábios.

    Bern brandiu sua espada rapidamente na direção do inimigo, mas para seu espanto o Rei Maldito deteve o golpe com a lâmina de sua espada, e num movimento de grande perícia traçou um talho sangrento na face do homem, que recuou. Já não era Bern quem estava na ofensiva. Elendor arremeteu contra ele. Desferiu um poderoso golpe de cima para baixo, Bern precisou segurar o cabo de sua espada com as duas mãos para interceptar o ataque, e no instante que as lâminas se chocaram seu corpo tremeu devido ao poder do inimigo. O homem retomou a ofensiva com uma rápida estocada, impelindo a espada visando o peito do adversário, porém o elfo já havia previsto o movimento e, se desviando para a lateral, desferiu um golpe certeiro na região do abdome do oponente. Quando o elfo estava prestes a arrancar-lhe a cabeça foi interrompido por uma lança atirada por Thurgon que o fez recuar.

Thurgon se aproximou e se ajoelhou ao lado do companheiro caído.

— E assim morre Bern, o incrédulo...

— Não... assim morre Bern o valente, Bern o fiel. – Thurgon o corrigiu.

— Meu rei... obrigado... obrigado, pois quando vacilei vossa alteza me ajudou a voltar para a luz... me ajudou a manter firme a minha fé... e.... no final, estava certo. Nossa resistência não foi em vão...

— Não fale mais. Poupe suas forças.

— Não... não há mais jeito. Estava certo, meu rei. Obrigado... irei em paz ao encontro do Supremo... obrigad... – Bern expirou antes de terminar suas palavras.

    Thurgon ergueu a cabeça para o alto, fechou os olhos e espirou. Depois voltou sua atenção para o corpo de Bern e fechou os olhos do companheiro.

— Patético! Vamos, levante-se! Quero saborear a vitória completa. Te derrotarei em um combate mano a mano e me deleitarei quando te matar com facilidade, mesmo depois de ter dado tudo de si. – Elendor provocou.

— Veremos se será tão fácil assim. – Disse Thurgon enquanto se levantava – Te darei algo pelo qual se lembrará de mim até seu último suspiro.

Crônicas de Eretz: Queda de Reis (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora