— Já terminou suas despedidas verme?
Argon cuspiu. Ergueu a espada como se desafiasse o oponente a sentir o gosto de seu aço e piscou um dos olhos.
— Maldito insolente. – Aeldred avançou com a espada longa já desembainhada em sua mão direita. Desferiu um golpe transversal que Argon bloqueou facilmente com o escudo e contra-atacou com um corte horizontal visando a cintura do elfo. Aeldred abaixou o braço do escudo e deixou a lâmina se chocasse contra a borda de ferro.
— Se cansou do seu escudo élfico? – perguntou o príncipe com um sorriso zombeteiro nos lábios.
Aeldred respondeu com um golpe da espada que mais uma vez foi bloqueado pelo escudo de Argon. O elfo segurou com firmeza nas correias do escudo esperando um contragolpe que não veio, foi então que suspeitou que o inimigo estivesse cansado demais ou ferido. Então decidiu pressioná-lo.
O elfo aumentou a frequência e velocidade dos golpes, que eram bloqueados pelo escudo ou aparados pela espada do príncipe, que contra-atacava poucas vezes.
— As costelas do príncipe devem estar doendo muito. Olhem como os movimentos dele são limitados. – comentou um dos quatro guerreiros que observavam a luta.
— Não é isso, quer dizer, os movimentos dele estão sim limitados pelos ferimentos, mas não só por eles. Continuem observando. – respondeu Malcon num tom enigmático.
Aeldred continuou a atacar em velocidade, seus golpes cada vez mais carregados pela fúria. De sua boca jorravam insultos contra Argon que se limitava a sorrir e se defender dos ataques do elfo que, apesar da insistência não conseguia vencer a defesa do inimigo. Quando Aeldred ergueu um pouco mais o corpo para desferir um golpe descendente com sua espada e seus olhos viram, de relance o horizonte atrás de si ele percebeu que tinha caído em uma armadilha.
A infantaria humana, da qual ele havia se esquecido, tinha chegado.
— Vamos, ataquem! É hora de pôr um fim a essa batalha. – bradava Malcon aos recém chegados enquanto corriam em direção aos elfos que ainda esperavam por seu general.
Aeldred virou-se para trás instintivamente para ver onde estavam seus soldados.
— Seu oponente sou eu. – falou Argon enquanto desferia um violento golpe com sua espada. Aeldred voltou-se para o inimigo e ergueu o escudo para se defender. A lâmina do príncipe arrancou um terço do escudo do elfo, que recuou chocado.
Agora Argon era quem tomava a iniciativa do combate e parecia ser outra pessoa. Seus golpes eram rápidos e violentos, forçando o elfo a recuar cada vez mais. Homens passavam correndo pelos duelistas para perseguir as tropas élficas. – Continuem avançando! Este é meu. – gritava o príncipe para os que passavam.
Argon começou a dançar ao redor de Aeldred. O príncipe se movia cheio de fúria, e sua velocidade era como a de uma águia. O elfo, que pensava ter encontrado a medida do inimigo, foi surpreendido. Não tinha mais fôlego para insultos, apenas para se defender e Argon era todo ferocidade e rapidez. Golpeou Aeldred, fez com que ele se virasse, golpeou de novo, estocou, saltou para longe, fintou baixo, usou o escudo para afastar uma tentativa de contragolpe da espada do elfo e atacou com a sua, acertando o elmo de Aeldred. O metal se amassou, mas não rompeu. O elfo cambaleou, tonto devido ao golpe, e Argon bateu escudo contra escudo para empurrar o elfo para trás. O príncipe brandiu a espada novamente e seu golpe despedaçou o restante do escudo que o elfo portava, partindo as tábuas de tília, arrancando a borda e partindo o aro de ferro.
Aeldred recuou. Usou a mão esquerda, agora livre do escudo, para desembainhar a espada curta, mas a lâmina ainda não havia saído totalmente da bainha quando Argon golpeou novamente. O ataque era destinado a cortar a mão do elfo, mas durante o movimento o príncipe sentiu fortes dores em suas costelas feridas e se retraiu. Em vez de decepar a mão do elfo sua lâmina cortou a metade de dois dedos do inimigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônicas de Eretz: Queda de Reis (Concluído)
FantasyA terrível guerra entre elfos e humanos está aproximando-se de seu fim. De um lado, os malignos e antigos elfos, liderados por Elendor, buscam conquistar o último reino dos homens e expandir ainda mais seus territórios. De outro, os homens, liderad...