(Concluída)
"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância e com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitos, mais maduros, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser."
Segunda tempora...
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Alicia
Só uma música do Coldplay pra me acalmar em uma hora dessas. Mesmo que a escolhida em questão seja Yellow, que é bem romântica e beira algo que eu nunca terei na minha vida.
Afinal, quem vai escrever uma música pra mim e colocar o nome dela de amarelo?
Ninguém mesmo.
E acho até bom, porque eu odeio amarelo. Mas poderia ser outro nome, talvez azul, porque não?
Rio de nervoso dos meus pensamentos idiotas, fazendo o motorista do Uber me olhar estranho.
Você não pode nem entrar em pânico hoje em dia que as pessoas já acham estranho.
E se tem uma coisa que eu posso falar, com toda certeza, que estou, é em pânico.
Desde ontem a noite, quando sai do banho e vi que tinha recebido uma mensagem de Shawn, com seu endereço.
Tudo piorou hoje quando estava escolhendo uma roupa pra vestir. Que tipo de roupa se coloca pra essas ocasiões?
O esquadrão da moda nunca explicou isso no programa.
– É aqui? – Saio dos meus pensamentos aleatórios com a pergunta do motorista.
– Isso.
Na verdade eu não sei, nunca estive aqui. Mas espero que seja.
Tiro meus fones de ouvido e os guardo na bolsa. Pago a corrida, que deu menos de cinco dólares e faço um esforço sobre-humano pra sair do carro.
Eu não quero ter que enfrentar a realidade.
Mas eu sei que é o necessário e que, provavelmente, nós dois nos sentiremos melhor depois dessa conversa.
Por isso, entro no prédio e dou meu nome ao porteiro, que já sabia da minha chegada, então só pego o elevador rumo a cobertura.
Quando estou na metade do caminho, meu celular, que surpreendentemente não está no modo silencioso, apita indicando uma mensagem.
Pego, achando ser uma mensagem de Shawn, mas leio na tela que é apenas minha mãe que enviou uma foto.
Agradeço o fato de estar sozinha no elevador, mas mesmo assim quase grudo o aparelho na minha cara antes de abrir a mensagem.
Nunca se sabe o que a louca mandou, e as câmeras podem pegar alguma coisa.
Quando estava em Londres, abri sua conversa, que continha uma grande foto do negão da picona, no meio do metrô cheio.
Até Ethan se assustou, mas depois riu tanto da minha cara que eu fiquei com uma vergonha absurda.
Depois disso aprendi a sempre esconder as mensagens que ela me manda.
Abro a conversa, preparada pra encontrar mais uma das diversas pornografias, mas me surpreendo ao encontrar apenas uma foto da Gretchen erguendo uma plaquinha com alguns dizeres.
