Capítulo 37

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Acho que nunca senti meu coração acelerar tanto. Principalmente pelo fato de que as coisas só acontecem quando eu não estou por perto.

Praticamente morei no hospital durante todo esse tempo. E quando não estava lá e sim em casa "descansando", tinha um sono tão rápido e leve que o barulho de um fio de cabelo caindo no chão poderia me acordar e num passe de mágica eu já estaria pronta pra qualquer emergência.

Mas como nem tudo são flores...

No único dia em que realmente descansei de verdade, em que me joguei na cama e cai num sono profundo, papai me ligou diversas vezes e eu não ouvi.

E agora estou correndo e entrando em desespero pelos corredores do hospital, porque eu sei que alguma coisa aconteceu.

Hoje mais cedo, assim que Ethan foi para seu hotel, papai trocou de turno comigo e eu pude ir pra casa dormir.
E eu sei que ele não me ligaria tantas vezes por um motivo besta.

Tentei retornar as suas ligações, mas ele não atendeu. Então minha única solução foi me vestir mais rápido do que o flash faria e pegar um Uber até aqui. Tenho certeza de que vesti alguma coisa pelo lado avesso ou calcei um par de sapato diferente do outro, mas não tenho tempo de verificar agora.

Quando entro no elevador que me levará ao andar onde mamãe está, fecho os olhos e tento controlar a respiração acelerada e os pensamentos pessimistas.

Assim que as portas se abrem, saio com o coração na mão. Não preciso nem entrar no quarto dela pra notar a movimentação anormal. Tem mais enfermeiras que o costume e Doutora Fernanda está lá, junto com o Guilherme. Eles conversam sobre alguma coisa.

De onde estou, não consigo ver meu pai e nem a cama, portanto conto até três e entro com tudo no quarto, mas fecho os olhos assim que piso lá dentro. Não tenho coragem pra olhar.

Todo o papo que estava acontecendo é encerrado com a minha chegada. Posso sentir todos os olhares focados em mim, mas não ligo.

– Minha mãe morreu, não é? – Pergunto num sussurro, ainda de olhos fechados.

Um silêncio enorme se instala no cômodo branco e eu me encolho no canto da parede, sentindo uma falta de ar tomar conta de mim.

Ah mãe. Você não pode ter feito isso.

– Estou mais viva do que nunca.

Escuto a voz fraquinha e levanto a cabeça tão rápido que sinto vertigens. Mas assim que olho para a cama, engasgo com a saliva.

Mamãe está lá, meio sentada, me encarando com os olhos vermelhos.

E abertos. Os olhos dela estão abertos.

– Mãe? – Consigo dizer em meio às lágrimas que começam a descer por meu rosto. Ela sorri e abre os braços. – Meu Deus, mãe.

Desvio dos médicos e me jogo em seu abraço, encostando a cabeça em seu ombro e deixando toda a agonia dos dias anteriores sair do meu corpo.

You Are The Reason | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora