(Concluída)
"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância e com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitos, mais maduros, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser."
Segunda tempora...
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Ao longo dos anos desenvolvi uma incrível habilidade de dormir antes da metade de um filme. Sério, pode ser de qualquer gênero, comédia, drama, ação. Não importa. Basta eu estar em um ambiente propício, que logo pego no sono.
E hoje logicamente não foi diferente, mas tenho o que culpar. O comprimido fitoterápico que tomei um pouco antes e me arrependi assim que vi no catálogo da companhia aérea o terceiro longa de Minha Mãe É Uma Peça, que eu já estava louca pra assistir faz tempo.
Claro que fiquei revoltada quando acordei horas depois, já no pouso e percebi que tinha perdido o filme. Mas, aos poucos, a percepção de que já estava em ares canadenses foi me alegrando e me empolgando.
Agora, que já estou com minha mala em mãos e procurando que nem uma louca por Jake, meu ritmo cardíaco já está super acelerado.
Como só consegui um voô de madrugada e Shawn fez toda a questão de vir me pegar no aeroporto, não importando a hora, achei que seria muito arriscado ele ficar me esperando no saguão num horário tão movimentado. Por isso Jake, com toda sua pose de segurança, está me aguardando aqui, pra me levar até o carro onde o cantor está.
– Oi menina. – Dou um pulo quando a voz surge no lado oposto ao que eu estava procurando.
– Porra, que susto Jake. – Respondo com a mão no coração, mas rio logo em seguida quando ele faz uma expressão arrependida.
– Como foi o voô? – Ele pergunta tentando pegar a minha mala, mas logo dou um tapinha em sua mão e saio a carregando.
Não estou aleijada.
– Quase nenhuma turbulência. Foi tranquilo. – Comento enquanto desvio das pessoas e o sigo até o estacionamento. – Como ele está?
– Ansioso. Animado. – Ele sorri enquanto fala e me olha carinhoso. – Todos nós sentimos sua falta por aqui, menina. Na equipe também.
– Eu sinto falta de vocês também. A equipe é maravilhosa. – Suspiro nostálgica no exato momento em que entramos no estacionamento.
E isso me faz pensar que eu continuo sendo uma desempregada. Nesse período que passei no Brasil, não pensei nisso uma vez sequer, até porque as contas não estavam chegando pra mim lá, mas sei que assim que pisar no meu prédio, vão ter pelo menos umas quinze cartas de cobranças.
Televisão, Internet, telefone, cartão de crédito... E pagar esse último vai me custar quase todas as minhas economias.
Quando tiver um tempinho, vou conversar com Melanie. Não posso ficar assim por mais tempo.
– O carro está ali. – Jake põe a mão em minhas costas e me guia para o lado certo, já que eu estava indo para o oposto.
Assim que avisto o veículo, saio andando mais rápido e deixo Jake para trás, o fazendo rir.
