Capítulo 34

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– Oi, vocês são os parentes da senhora Eliana Valdivia?

Sentindo o coração pular dentro do peito, dou um pulo da cadeira e levo papai junto, apertando sua mão.

– Sim, eu sou a filha dela.

A mulher sorri contida e nos olha atentamente antes de começar a falar.

Arrisco dizer que o tempo nunca passou tão devagar quando nesses pequenos segundos que levou até ela começar a explicar a situação.

– Eu sou a Doutora Fernanda, residente aqui do hospital e eu participei da cirurgia da sua mãe, junto com o cirurgião principal, o doutor Guilherme. – Ela diz enrolando e me deixando ainda mais nervosa.

Porque não vai direto ao ponto?

– A cirurgia acabou agora a pouco e deu tudo certo, ela está sendo preparada pra ir pra unidade de terapia intensiva.

Aí meu Deus, obrigada.

Não consigo explicar como é a sensação de ouvir isso, parece que um peso enorme saiu dos meus ombros.

A única coisa que consigo fazer é puxar meu pai pelos ombros e abraçá-lo forte, sorrindo pela notícia boa.

– Quando ela vai acordar? – Questiono, limpando os olhos brilhantes de emoção, mas a doutora Fernanda não me olha com a mesma alegria que estou sentindo, o que me deixa com a pulga atrás da orelha.

– O Doutor Guilherme já está vindo explicar toda a situação pra vocês, tudo bem? – Ela coloca a mão em meu ombro. – Eu vim aqui bem rapidinho, só pra contar que a cirurgia deu certo, mas já tenho que ir. Não se preocupem que daqui a alguns minutinhos ele vem aqui.

Sinto o peito murchar um pouco pela forma como ela diz isso. O que tem de errado? O que não estão dizendo?

Respondo um "tudo bem" e ela sai, voltando para o corredor de onde veio e me deixando com o coração na mão, agoniada por mais alguns minutos.

Mas papai parece feliz, talvez não tenha percebido a forma como a Doutora falou. Ou será que fiquei paranóica e vi coisas onde não tinha?

Tomara que seja isso.

– Pai, quando foi a última vez que você comeu alguma coisa? – Pela primeira vez desde que cheguei, constato a palidez de sua pele, quando ele volta a sentar.

– Eu comi um pãozinho de madrugada. – Ela mexe os ombros, como se não ligasse para isso.

– Vou lá no refeitório comprar alguma coisa pro senhor. Não pode ficar tanto tempo sem comer. – Começo a me levantar, mas ele me segura com a mão.

– Não precisa minha filha, agora não. – Ele suspira visivelmente cansado. – Só fica mais um pouquinho aqui com o seu velho, depois nós vamos comer.

You Are The Reason | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora