(Concluída)
"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância e com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitos, mais maduros, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser."
Segunda tempora...
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Estava na exata parte do sonho em que Shakira me convidava pra fazer um trisal com ela e Piqué, e já podia sentir a felicidade de dizer um enorme "sim" me dominar, quando sou desperta por um enorme barulho de algo caindo no chão.
Sento assustada na cama e olho em volta por um momento, tentando me situar. Estou no meu quarto mas não lembro de ter dormido novamente
Localizo meu celular no meio das cobertas suadas, vejo que passa das seis da tarde e me pergunto como é possível que eu tenha dormido praticamente um dia inteiro? Sempre fui de dormir muito, mas nunca tanto tempo assim.
Só posso estar derrubada mesmo.
Outro som alto vindo do corredor surge e eu me assunto com a percepção de que tem alguém ali.
– Aí, meu Jesus. – Levanto fazendo o mínimo de barulho possível e ignoro o corpo reclamando de dor.
Será que algum ladrão entrou no meu apartamento?
Como o porteiro não viu uma coisa dessas? E as câmeras, pra que funcionam?
Olho em volta, tentando achar alguma arma pra me defender do possível delinquente, mas não consigo encontrar algo útil de verdade.
No desespero, arranco o abajur da tomada e o seguro com força nas mãos.
Calço os chinelos e coloco o celular na cintura, pra poder ligar para a polícia depois que apagar o invasor.
Desencosto a porta do quarto e sigo lentamente pelo corredor, pé por pé. Conforme vou me aproximando da sala e da cozinha, os barulhos vão aumentando e eu vou ficando em alerta.
Começo a me arrepender de ter ido à apenas uma das aulas de Jiu jitsu que papai me matriculou anos atrás. Com certeza os conhecimentos seriam úteis em uma hora como essas.
Quando estou quase chegando na sala, bato o dedinho do pé em um aparador do corredor e resmungo um palavrão pela dor, mas rapidamente cubro a boca com a mão, para não chamar a atenção do delinquente.
Maldita hora que resolvi colocar aquele móvel ali.
Respiro fundo algumas vezes, sentindo toda a fraqueza no corpo, mas mesmo assim sigo adiante. Faço uma rápida prece antes de colocar os dois pés na sala e olhar em volta a procura da fonte do barulho.
Vejo de relance um vulto todo de preto na cozinha e, mesmo com a febre, sinto o corpo gelar.
Aí meu Deus, será que é a morte?
Mas o que ela estaria fazendo na minha cozinha?
Talvez seja assim que funciona o serviço, antes de nos levar ela prepara nossa última refeição.
Será que a chuva que eu peguei foi tão forte pra me fazer morrer? Ou será que os sintomas que eu estou não são por conta da chuva e sim por causa do novo vírus mortal que está atacando alguns países?
