Capítulo 33

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Voltar pro lugar onde nascemos, onde fomos criados e onde nos tornamos quem somos hoje, quase sempre é maravilhoso.

Digo "quase" porque hoje não está sendo do jeito que eu queria. Aquela sensação de saudade, conforto e lar, não veio. Hoje, definitivamente, não é um bom dia.

Todas as vezes em que voltei ao Brasil, depois que me mudei pra fora, comprava as passagens de ida e também as passagens de volta. Sempre cheguei sabendo que dia eu iria voltar. Mas não dessa vez.

A passagem aérea da ida foi comprada ontem, as pressas e só consegui encontrar um voô com escala em Washington, por isso cheguei no Aeroporto Internacional de Guarulhos duas horas mais tarde do que eu gostaria.

E pra piorar, sabe aquelas situações que você está com muita pressa pra fazer algo, mas parece que o mundo todo está disposto a te atrasar? Então...

Os passageiros do avião que estavam à minha frente  demoraram horrores pra desembarcar, com isso fiquei presa no corredor por alguns minutos, até eles tirarem todas as malas do bagageiro. Quando finalmente desembarquei, fui parada por um agente da polícia federal, que achou estranho o meu nervosismo e ficou me fazendo diversas perguntas. Depois de mostrar todas as mensagens do meu irmão, comprovando o motivo da minha viagem e que eu não estava transportando nenhum tipo de droga ilegal, fui liberada e pude andar pelo saguão, em busca do rosto familiar que veio me buscar.

– Lili.

Escuto a voz calma de William me chamar e o localizo por entre as outras pessoas que estão ali, contentes, enquanto aguardam seus entes queridos. Meu irmão não tem a mesma expressão de felicidade que os demais, na verdade ele parece bem retraído.

– Oi. – O cumprimento com um abraço apertado, faz mais de um ano que não nos vemos. – Você veio sozinho?

– Vim, a Julia foi trabalhar. – Ele se refere a minha cunhada. – Você quer ir direto ou passar em casa pra descansar e deixar essa bagagem?

Ele pega a pequena mala de mão que trouxe. Peguei a menor que tinha pois não queria correr o risco de ter que despachar e ficar refém da esteira lenta daqui do aeroporto.

– Não estou cansada. Vamos direto. – Digo mentindo, porque não consegui pegar no sono uma vez sequer nas quatorze horas de voô até aqui. Na verdade, não durmo a mais de vinte e quatro horas. Porém, não estou ligando pra isso no momento.

Durante os cinquenta minutos seguintes de trajeto, meu irmão me colocou apar de todas as informações necessárias e quando chegamos em nosso destino, eu já estava ainda mais nervosa.

" Vai dar tudo certo", repetia como se fosse um mantra, enquanto caminhava pelos corredores brancos e gelados. Também observava as outras diversas pessoas ali, algumas com a expressão mais assustada que a minha.

You Are The Reason | Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora