(Concluída)
"O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância e com os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitos, mais maduros, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser."
Segunda tempora...
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Um mês depois
Uma das coisas que eu mais admiro no corpo humano é a capacidade que ele tem de se expandir o suficiente pra abrigar outro ser humano. Deve ser uma coisa incrível, e ao mesmo tempo aterrorizante, a sensação de sentir os órgãos darem espaço para o pequeno embrião em formação.
Eu nunca tive aquele desejo incontrolável de ser mãe, mas confesso que, vendo Haysla tão radiante e tão linda, eu fico tentada.
Ela está na frente do espelho, alisando sua pequena barriga de quinze semanas, seja lá quanto tempo isso signifique.
Desde que revelou a gravidez, minha amiga só conta o tempo em semanas. E eu, que sempre fui péssima em matemática, nem perco o meu tempo tentando fazer as contas e descobrir à quantos meses ela está se referindo, mesmo que ainda esteja na "primeira fase" da gravidez.
– Você acha que esse vestido está evidenciando a ervilhinha? – Ela pergunta concentrada na barriga.
"Ervilhinha" é como ela e Cameron estão chamando a bebê, mesmo que agora ela já esteja mais ou menos do tamanho de um limão, segundo um aplicativo para gestantes que ela tem no celular.
– Está sim, mas você ainda não consegue bater a minha barriga depois almoçar a feijoada da minha mãe. Ela consegue ser bem maior que a sua, portanto o recorde de maior barriga da dupla ainda é meu. – Digo apertando minha gordurinha da barriga.
Hayla está muito feliz com a barriga crescendo, portanto faz questão de usar roupas mais justas, para deixá-la mais evidente.
Mas eu também desconfio que ela faz isso para poder pegar a fila preferencial em alguns lugares.
– Aproveite enquanto esse record ainda é seu. – Ela pisca em minha direção e eu acabo de amarrar as sandálias em volta do tornozelo. – E eu achei que você perdeu uns quilinhos esse mês.
– Sou uma rata de academia agora. – Levanto da cama e dou uma voltinha pra ela conferir como meu corpo ficou na roupa escolhida.
– Mentira, eu sei que você é uma preguiçosa. Jamais viraria uma musa fitness. – Ela cerra os olhos pra mim. – Mas o corpinho está ótimo.
– Ok, na verdade eu só parei de comer comida congelada e fiz alguns dias de jejum intermitente. Passei uma fome danada. – Caminho até a penteadeira e seleciono um dos meus perfumes, borrifando por todo o meu corpo em seguida. – Mas de vez em quando eu dou uma passada na academia, até que é legal por lá.
– Garota, você precisa arrumar emprego. – Ela diz e tira seu celular do meio dos seios. – Cameron chegou, vamos.
Dou uma última conferida na minha saia e top cropped branco no espelho, pego minha pequena bolsa e seguimos rumo a boate que John alugou para sua festa de trinta e dois anos.
