Capítulo 25

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Às vezes eu penso que não deveria socializar com ninguém.

Que deveria ser sozinho. Criar uma caverna exclusiva para Park Jimin.
Tem horas que eu sinto vontade de chorar de raiva com os comentários mais banais, de bater, de chutar, de explodir, de morrer.

Eu sei que todo mundo tem medo.

Tenho consciência disso.

Medo de morrer.

Medo de engordar.

Medo de perder as pessoas que ama.
Medo de não alcançar seus sonhos.
Mas eu sinto medo todos os dias, e acho que é isso que me mata cada dia mais.

Eu morro de medo de perder a fama.
Eu morro de medo de as pessoas simplesmente pararem de me amar.
E morro de medo de verem quem eu realmente sou.

Um esnobe, egoísta, perfeccionista, rude, chato e mal-humorado. E claro, gay para um caralho.

É como se tivesse algo o tempo todo me impedindo de ser feliz. Eu sempre estou com raiva de algo.

Pequenos empecilhos que me deixam com raiva ou irritado.

Um passo que não consigo acertar.
Uma foto que não ganhou tantas curtidas.

Uma espinha que nasceu de um dia para o outro.

Eu não consigo ser feliz. Eu quero mas eu vivo constantemente irritado. E não é como se eu tivesse um motivo para não estar feliz, eu alcancei o meu maior sonho, sou considerado um dos homens mais bonitos do mundo, tenho milhares de fãs que me amam. Então eu não deveria estar eufórico?

Meu verdadeiro sonho é conseguir ser feliz todos os dias.

Quando estou feliz é como um meteoro, passa tão rápido quanto um piscar de olhos.

Meus dias são recheados de tédio e desânimo, e claro, muito trabalho duro..

Ou pelo menos era assim até Jungkook chegar na minha vida. Meus dias estavam menos tediosos e mais felizes. Eu estava mais sorridente e alegre. Eu definitivamente me consideraria feliz. Mas é claro que o meteoro, ou no caso eu, cagou tudo e tudo está uma merda de novo.

Jimin sabia que havia magoado Jungkook. Quando acordou no sábado não havia nenhum rastro dele, claro suas coisas ainda estavam lá, afinal ele morava ali, mas ele em si havia saído. Provavelmente não queria dar de cara com Jimin. Olhou no relógio e suspirou cansado. Havia dormido umas 13 horas seguidas. Com dificuldade, levantou da cama, lavou o rosto e se dirigiu a cozinha.

Jimin pôs um pouco de cereal na tigela e comeu desanimado. Passou algum tempo olhando para o nada, se esforçando para não pensar em Jungkook. Se assustou com o toque de seu celular.

E ai, Jimin?

Oie, Suga, como é que você está?

Na verdade, estou péssimo. Quer sair para beber?

São 4 da tarde, Suga.

É daí?

É verdade. Foda-se. Também estou precisando beber.

Beleza, me encontra no bar da esquina da Rua 8.

Jimin só trocou de roupa, pegou uma máscara e um boné e saiu andando. O bar era alguns blocos de sua casa, e era melhor voltar andando do que voltar dirigindo e mata alguém no caminho. Jimin era um ótimo motorista, mas bêbado ele não conseguia nem distinguir qual era o pedal do freio e da embreagem.
Sentou-se no banco alto do bar e já pediu um uísque com gelo. Abaixou um pouco a máscara e deu dois goles, sentindo a familiar ardência do álcool.

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