Capítulo 4 - O invasor

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    Era por volta das uma e meia da manhã, quando ele foi acordado.

    Estava chovendo, seu quarto estava escuro, apenas uma fresta de luz vindo do corredor, invadia o local. Ele não pode enxergar com clareza, mas ela estava com a mão em sua boca, lhe impedindo de falar.

    Assim que se acalmou, ela tirou a mão de sua boca e se sentou na cama.

- Léia? - indagou ele. - O que você está fazendo aqui?

    A garota estava com uma capa de chuva amarela, a água escorria por sobre ela.

- Eu ouvi meu pai no telefone - disse ela. - Uma câmera de segurança de alguma loja próxima a escola Antenorio, filmou o Maicon na noite anterior a morte dela. Primeiro a Elizabete passou, e alguns segundos depois, ele passou, como se ele tivesse seguindo ela.

- Isso é sério?

- Meu pai foi até a casa dele. Eu tentei ligar pra ele e pra você, mas não consegui.

- Eu também tentei te ligar. O Maicon está seguro, ele não está na casa dele.

- Não? - indagou ela, curiosa. - Onde ele está?

- Eu consegui proteção para ele. Ele vai ficar com os Orients. Seu pai nunca irá procurar por ele lá.

- Como você…

- A respeito disso - interrompeu ele. - Preciso de um favor seu.

- O que você precisa?

- Preciso que entregue os pertences da Elizabete ao seu pai, e consiga o dinheiro da recompensa para mim pagar a líder dos Orients.

- Está maluco? Se eu fizer isso…

- Seu pai não vai suspeitar de você. É só dizer que você achou e que quer o dinheiro.

- Tá legal, eu faço isso.

    Pedro se levantou para pegar a bolsa que ele havia trago da casa de Maicon. Mas antes de chegar até o seu armário, eles ouviram uma sirene.

- Droga - resmungou Pedro -, eu já deveria ter imaginado.

    Era o delegado. Ele tocou a campainha e a mãe de Pedro atendeu. Ele estava procurando por Maicon.

    Léia ficou escondida debaixo da cama. Porém o delegado sequer entrou na casa para procurar. Pedro foi obrigado a mentir, dizendo que não sabia o paradeiro do amigo, e isso foi o suficiente para dispensar o pai de Léia.

    Em seguida, Pedro entregou a Léia a bolsa de Elizabete. Ele colocou a bolsa dentro de uma mochila velha para não atrair atenções indesejadas. A garota pegou a mochila, mas antes de qualquer movimento, Pedro sugeriu: 

- Não vá agora. Melhor você esperar um pouco, seu pai pode estar por perto.

    Quando se deu conta, ele estava segurando o braço dela. E naquele quarto pouco iluminado, onde apenas o som das gotas da chuva chocando-se contra o telhado era audível, os jovens se olharam.

    Léia assentiu com a cabeça, e Pedro soltou seu braço. Ele ficou totalmente sem graça, então retornou para sua cama, onde se sentou.

    Ela continuou parada no mesmo lugar, com a mochila em sua mão.

- Tem razão - sussurrou ela. - Está chovendo forte também.

- Você pode pegar uma gripe - disse ele.

    Eles fizeram uma pausa. E do lado de fora a chuva continuava.

    Léia se aproximou de Pedro. Ele tentou ver rosto da garota em meio a escuridão e falhou. Ela o beijou. E em seguida, deixou o quarto dele pela janela, da mesma forma que havia entrado.

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