- É aqui - disse Vitor.
Eles entraram na barraca, onde um velho homem estava deitado lendo um velho livro.
- Pai, ela chegou!
O homem guardou o seu livro, e se levantou ao ver sua filha. Mas pela expressão da mesma, ele pode notar que ela não estava afim de abraço.
- Você deve ser o Murilo - disse o homem.
- É, sou eu.
- Pelo visto, você se acertou na vida - disse Evelyn.
- Eu tive que tomar uma decisão.
- Sem enrolação - disse ela. - O Marcelo te entregou uma coisa, e eu preciso dela agora.
O homem mexeu em seus pertences, e pegou um pequeno papel. Claro, mais uma charada, ele entregou para a garota.
- Ele disse alguma coisa sobre isso? - indagou Evelyn.
- Não - respondeu seu pai. - Ele apenas disse pra mim guardar, que em breve você e o Murilo viriam buscar.
- Obrigada - respondeu ela, se retirando.
- Espere!
- Eu sabia - resmungou ela, se virando para ele novamente.
- Sei que não fui um bom pai…
- Nem comece - interrompeu ela.
- Eve - advertiu Murilo.
- Você não conheceu ele antes - disse a garota. - então, não se intrometa.
- Você também não conheceu o meu pai antes - disse Murilo. - E se intrometeu quando eu estava prestes a matar ele. Deveria no mínimo ouvi-lo.
- Está tudo bem garoto - disse o pai de Evelyn. - Um dia a gente conversa.
- Isso - disse Evelyn. - Um dia.
Eles se retiraram da barraca. E seguiram até o local onde Américo estava em reunião com Henrique e Lara.
- E aí? - questionou Henrique ao ver Murilo.
- Mais uma charada - disse Murilo.
- É, só que essa não tem nada haver comigo.
- Sério? - indagou Murilo.
- Eu saberia se tivesse - se justificou a garota. - A primeira, eu só demorei entender porque não sabia que fosse algo tão pessoal assim, a segunda eu peguei de primeira. Mas essa, não é pessoal.
- Tem que ser pessoal - disse Henrique. - Temos vidas dependendo disso.
- Você acha que eu não sei. Eu não consigo desvendar essa.
- Deixa eu tentar - disse Lara, pegando o papel da mão de Evelyn. - "Você veio me salvar e passou direto. Como não me viu?"
- Espera aí - disse Américo -, repete isso.
- "Você veio me salvar e passou direto. Como não me viu?" - repetiu Lara.
- É um poema - disse Américo.
- Como assim um poema? - indagou Murilo.
- Quantos anos seu irmão tinha mesmo? - indagou Américo.
- Vinte e seis - respondeu Evelyn.
- Eu sabia - disse ela. - Acho que sei como desvendar essa charada.
- Como? - indagou Murilo.
- Eu explico no caminho, agora vamos.
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Gallituba
PertualanganBem-vindos à Gallituba. Uma pequena cidade com pouco mais de dezoito mil habitantes, localizada na região sul do estado de São Paulo. E nem por isso deixa de ser bela. Com uma enorme praça no centro, decorada com belas árvores e bancos de ma...