Capítulo 19 - Base B

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    Parte 2

    Era sábado. A noite havia finalmente chegado. E dentro de seu apartamento, Murilo estudava na mesa da cozinha, em paz, num silêncio quase que absoluto.

    Dentre os livros, cadernos, canetas e outros mais objetos que havia ali com ele no momento. Havia também um baseado, estava apagado, era só uma ponta. E também, havia seu celular que acabara por começar a tocar.

    Era seu amigo Thiago, e sem precisar atender, ele já tinha uma noção do que se tratava.

    Murilo recusou a chamada, e assim que o celular parou de tocar, ele abriu suas mensagens, onde numa delas, Thiago dizia, "Você vem?".

    Ele respondeu com outra mensagem positivamente. E deixou o aparelho de lado novamente.

    Não demorou muito, para novamente o celular tocar, porém dessa vez, se tratava de sua mãe. 

- Oi mãe - disse ele.

- Só vim pra checar se está tudo bem.

- Eu já sou adulto, sei me virar - respondeu rindo.

- Eu sei filho - disse sua mãe. - Você falou com o seu pai hoje?

- Falei, ele disse que volta provavelmente na semana que vem.

- Ele disse o mesmo pra mim. Aliás, tem planos pra essa noite?

- Vou encontrar com o pessoal, como sempre.

- Divirta-se Murilo, e tenha juízo.

- Relaxa mãe.

- Chego amanhã de manhã, qualquer coisa me liga.

- Pode deixar.

- Tenha uma boa noite.

- O mesmo pra você - respondeu ele.

    Faltavam dez minutos para as oito da noite. Ele então levantou, pegou seu celular e saiu de casa. Deixando toda a bagunça de seus materiais de estudos lá na mesa. 

- Você vai ir hoje? - disse a garota apoiada no batente da porta do apartamento que ficava bem em frente ao seu, cujo número era setenta e três.

- Por que? Você não vai? - rebateu Murilo, enquanto trancava o apartamento setenta e dois.

- Estou pensando ainda. Eu sei que o Henrique vai estar lá hoje, e eu não sei se é uma boa - disse a garota, ela era morena de pele clara, com os cabelos cacheados.

- É só agir como na última vez, eles no canto deles, e a gente no nosso.

- É, eu sei disso. Mas ainda assim, é arriscado. Você sabe como aquele idiota adora uma confusão, né?

- O Thiago vai estar lá, ele nos defende - disse em tom de piada. E a garota respondeu com um riso, seguido da frase:

- O Thiago não nos protegeria nem contra um jiló.

    Murilo riu, e com seu olhar de por favor, ele convenceu a garota a ir. Ela então retirou da bolsa um cigarro de maconha, e disse: 

- Acabei de bolar, eu ia fumar sozinha. Mas já que vamos, dá pra gente ir fumando no caminho.

    Ele riu. E ambos entraram no elevador.

- E a sua mãe? - indagou ela assim que acendeu o baseado.

- Volta amanhã cedo, eu acho.

- E o seu pai? - indagou novamente a garota.

- Volta na semana que vem, eu acho também.

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