Capítulo 36 - Senhora Simus

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    Murilo e seus amigos ficaram hospedados em uma pousada de Gallituba, enquanto resolviam os desentendimentos e toda a parte burocrática.

    Receberam a notícia de que Elton estava bem, e já havia até acordado. E a mãe de Murilo, por sua vez, não ficou um dia sequer no hospital de Gallituba.

    Foi feito um funeral para seu pai com direito a policiais honestos, bandeiras e até disparos. E logo após o enterro, Mendes apareceu. 

- É oficial - disse o delegado. - Estão todos livres.

- Só de saber que podemos voltar para casa sem a paranóia de um psicopata assassino no meu cangote, está ótimo pra mim - disse Murilo.

- Na verdade, não sinto ânimo algum em voltar para casa - disse Evelyn. - Ele não vai mais estar lá.

- Mas daremos um jeito - disse Murilo, na tentativa de animá-la.

- É - respondeu a garota, enquanto limpava as lágrimas que ousaram escorrer. - Daremos um jeito.

- Seja lá como for, boa sorte, garotos - disse Mendes. - Se tiverem problemas, podem correr pra cá, não estarão sozinhos.

- Obrigado - disse Evelyn, enquanto abraçava o delegado.

- E se servir de consolo, eles morreram como heróis - completou Mendes, enquanto apertava a mão de Murilo.

- Valeu - respondeu o garoto.

    Mendes se retirou, e então foi a vez de Pedro se despedir. 

- Foi mal ter chamado você de idiota.

- Relaxa, não é nada pessoal - disse Murilo.

- Então é isso - disse Pedro. - Até mais?

- É - respondeu Murilo. - Até mais.

    Os jovens apertaram as mãos.

    Murilo, sua mãe, Evelyn, Lara e Henrique receberam escolta particular de alguns policiais de Gallituba, rumo a Augustina. Deixaram combinado com Mendes de abafar seus nomes em relação à imprensa, que por sua vez já passava a pegar no pé do delegado de Gallituba.

    O carro parou em frente ao condomínio Chagas, e os jovens, incluindo a mãe de Murilo, desceram do veículo.

- Adeus amigos - disse Henrique na despedida.
    
- Porque é isso que nós somos, né? - disse Murilo.

- Amigos - disse Evelyn. Ela abraçou Henrique. - Mas pra mim, você vai continuar sendo sempre um idiota - disse ela ao desfazer o abraço.

- Vou sentir a falta de vocês - disse Lara, enquanto abraçava Murilo e Evelyn.

- E pra onde vocês vão agora? - indagou Evelyn.

- Meio óbvio - disse Lara -, encontrar o Elton. Depois, voltar para casa.

- Eu também - disse Henrique. - Tenho que buscar minhas coisas, e entregar isso para os meus superiores. - Ele se referia a cópia do pendrive.

- Tome cuidado - disse Murilo. - E não se venda.

- Jamais - respondeu Henrique. - E a respeito do Marcelo. Eu sinto muito. Ele era de fato meu informante, trabalhava pra mim. Tudo o que ele sempre quis, era conseguir dinheiro para focar no seu futuro. Ele amava muito você.

- Não culpo mais você - disse Evelyn. - Está tudo bem, era a escolha dele.

- Descobrimos que o apartamento setenta e quatro está no nome do seu pai, e acredito que ele usava para esquematizar o plano dele para desmantelar a organização do Lincoln. - disse Henrique. - E quando ele descobriu que o Marcelo estava envolvido, resolveram trabalhar juntos. Infelizmente, é um ramo de serviço muito complicado. Eu e o Marcelo não tínhamos contato direto por motivos de segurança. Mas se ele tivesse me falado dos planos do seu pai, bem… Talvez, eu…

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