III

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Ano novo, capítulo fresquinho saindo do forno!

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Millie Evans era a face do nervosismo naquela noite.

"Vampiros? Lorde Cummings caça vampiros?"

Não podia acreditar que aquele homem tão tranquilo, educado, aparentemente racional, poderia ser alguém ligado ao sobrenatural. Por que ele apreciaria esse tipo de coisa? Seu pai sabia daquele costume? Daquele hábito?

- Boa noite, Srta. Evans. – Edward adentrou a casa sorrindo. Deixou a casaca no cabideiro e manteve os óculos escuros dentro da casa iluminada à exaustão com luzes de velas.

- Boa noite, milorde. – Millie levantou-se, mãos nervosas, observando como Edward caminhava pela sala.

- Parece-me curiosa a respeito do que te relatei hoje à tarde...

- Sim... Vampiros? Eu...

- Não acredita na existência do sobrenatural?

- Tento ser racional, mas creio que há coisas no mundo que não tem explicação.

- Pois esses seres da noite não tem explicação, Srta. Evans, eles apenas existem, e Londres é o local perfeito para que eles circulem.

- Por ser populoso e repleto de becos escuros?

Edward escondeu um sorriso.

- Sim, mas também por causa do tempo. Vampiros apreciam Londres pelas chuvas muitas vezes intermináveis, que os deixam circulando à vontade entre os vivos.

Sentou-se à uma poltrona em frente à jovem e cruzou as pernas elegantemente.

- Agora precisarei daquele vinho.

- Sim, milorde, está na cozinha.

Enquanto Millie buscava a garrafa, Edward refletia sobre o que vira na delegacia, as informações passadas por Alexander e a curiosidade de Millie. Ele sabia que precisava dar explicações sobre sua atividade para a hóspede, e não poderia estender ainda mais a natureza de verdade de suas funções – por exemplo, o último caso em que ele estava trabalhando, mas percebeu a curiosidade e normalidade crescentes dela.

"Isso é bom, tolo. Nossa rosa não se afetará quando descobrir quem somos."

"Por favor, criatura, deixe-me ouvir Srta. Evans com calma."

"Eu a quero, nós a queremos."

"Vincent, seja paciente!"

- Milorde abrirá o vinho? Nunca fiz isso na vida...

Millie logo apareceu com a garrafa. Tímida, segurou o vinho esperando que ele a ajudasse a abrir. Estava com uma taça na mão, e entregou também ao nobre

- Não vais tomar um pouco, também?

- Eu não bebo, milorde.

Edward procurou na sala um saca-rolha para abrir o vinho, e em poucos minutos ele apreciava a bebida, sorvendo lentamente cada gole. O gosto era suave, com mais vinho do que álcool, e ligeiramente doce. Para Edward, a melhor parte de beber vinho era sentir Vincent sumindo num canto distante da mente, já que ele preferia whisky escocês.

- Há quanto tempo realizas esse tipo de investigação, milorde?

- Provavelmente desde que voltei da guerra. Não tinha nada de produtivo a fazer, e o herdeiro do título ainda estava vivo, então preferi fazer algo de útil com as minhas pesquisas pessoais. Casos do sobrenatural sempre foram um interesse para mim desde a mais tenra infância, então fiz apenas o óbvio: apresentei meus predicados para a polícia quando a situação se fazia necessária. Mas antes, cheguei a escrever alguns livros, histórias de terror que saíam em jornais, mas ninguém costumava ler.

Os Monstros que me AmavamOnde histórias criam vida. Descubra agora