XI

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Este capítulo é em homenagem às #TeamVincent... 

Para bom entendedor...

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Não era comum para Alexander Swift investigar qualquer coisa dentro da residência de uma família abastada inglesa.

Entretanto, quando o advogado da família Wharton apareceu na delegacia pedindo sigilo em sua visita à residência do aristocrata, ele entendeu que algo muito sério havia acontecido.

Assim que chegou à casa, quase no limite da cidade, um chalé – dentro do que as pessoas consideravam uma mansão de dez quartos e três andares um "chalé" – ele encontrou o chefe da família, a esposa, o filho mais velho, a segunda filha e a mais nova, uma criança. Reconheceu no ato os quatro primeiros – estava na mesma festa que eles na noite anterior, o baile do duque Sin.

- Bom dia... Inspetor... Eu o vi na festa do duque de Gloucester... – cumprimentou o pai, lorde Wharton, visivelmente assustado e com os olhos vermelhos. – Por isso que... Que optei por sua presença... Disseram-me que era policial... E terá a discrição para manter essa história em segredo... Por favor...

Alexander simplesmente assentiu. Ele via no rosto do homem que havia algo muito errado em sua óbvia tristeza e não fez muitas objeções.

Foi conduzido pelo mordomo da família, seguido por Lorde Wharton, até o quarto da segunda filha mais nova do casal. Ao entrar no aposento, todo em cores brancas, da penteadeira, parede, tapete felpudo de pele animal até as cortinas, viu uma cena assustadora – e familiar.

A donzela que vira na festa, valsando hipnotizada pela beleza do duque Sin, jazia morta na cama. Os cabelos vermelhos que ele lembrava serem brilhantes, belos, vivos, estavam secos, cinzentos, o corpo seco, murcho, deixando a camisola conservadora mais larga que o cadáver; e os olhos assustados, saltados. O pescoço estava furado com dois buracos – os dois caninos. Em torno do quarto, tudo parecia limpo, impecável, como se ninguém tivesse aparecido ali.

Era como se o corpo da jovem tivesse murchado sozinho, e Alexander sabia que aquilo não era possível: um vampiro passou por ali. E ele sabia bem de quem se tratava.

"A moça é virgem, uma perfeita escrava de sangue. Por que ele não a teria transformado em alimento eterno?"

- Alguma coisa foi mexida neste quarto? – perguntou Alexander, colocando as mãos nos bolsos.

- Não, nada... – Lorde Wharton não queria olhar para o cadáver da filha. Concentrou a atenção no policial, segurando as lágrimas. Na noite anterior, havia se despedido de Lilibet, dado um beijo de boa-noite e visto o sorriso de sua menina, tão feliz com a valsa, a alegria de uma noite de sonho, em seu belo vestido.

Agora, estava morta, os sonhos evaporados junto com ela.

- Isso... Como uma pessoa pode... Como um corpo pode...

- Milorde – Alexander queria começar aquela conversa com o maior tato possível, sabendo que talvez Wharton não acreditasse no que ele viesse a dizer.

O aristocrata respirou fundo, tentando não chorar.

- Estamos investigando casos similares aos que ocorreu com sua filha. – os olhos verdes de Lorde Wharton arregalaram. – Estes não são os únicos, e já ocorreram outros.

- Há um criminoso destruindo vidas de donzelas inocentes e a polícia não faz nada? – o aristocrata parecia estar perdendo o prumo.

- O criminoso está seviciando mulheres, milorde. – respondeu o policial, firme. – E não é um assassino comum. Espero que acredite no que tenho a dizer, mas este criminoso não é um humano como todos os outros.

Os Monstros que me AmavamOnde histórias criam vida. Descubra agora