XXVII

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A mesa do café da manhã no jardim dos fundos na Cabot House era farta naquela manhã: pães quentes e frescos, maçãs apreciadas por Lady Cummings, um suco de laranja que Edward sempre tomava antes de colocar o café em sua xícara de porcelana; e a geleia de morango – desta vez um pouco mais suave e menos concentrada.

"Adoro geleia de morango! Corte dois pães e deixe pra eu comer!"

"Faça isso depois, monstro! Não sou teu servo!"

"Não seja um idiota, corte logo!"

- Desconheço o motivo da discussão, mas espero que se resolvam. – a voz suave de Millie interrompeu a querela dos dois homens; Edward pôs-se a responder:

- Vincent quer que eu corte dois pães e encha de geleia de morango.

- Qual o problema, Edward? Não seja tão teimoso, não é nada demais!

- Pois o monstro não pede "por favor!"

A jovem cruzou os braços, divertida.

- Parecem duas crianças pequenas fazendo birra. Vincent, peça "por favor".

"Hum... Por favor... Tolo... Corte dois pães e coloque geleia para mim!"

"Obrigado pela suprema educação, Vincent", respondeu o nobre, enquanto cortava mais um pedaço de pão e fazia o que o hóspede pedira.

- Estão vendo como podem ter uma convivência tranquila e sem sobressaltos? – disse Millie, tomando um pouco de café.

- Continue a ensinar bons modos ao monstrengo e teremos uma boa companhia.

"Eu tenho bons modos. Só não tenho interesse em usá-los contigo!"

Os dois prosseguiam o café conversando amenidades, mas logo entraram em detalhes sobre o plano de Edward em invadir a mansão de Sin em Piccadilly e finalmente capturarem o vampiro. O nobre informou ainda que passaria mais informações a Alexander Swift...

- Para que preparemos este ardil o mais rápido possível. Mas não quero apressá-lo, o pobre está em lua de mel.

- Crês que Sin está planejando algo para ser realizado num futuro próximo?

- Sim. Os capangas dele chegaram até nossa casa, arriscaram-se bem próximos da residência, que está conjurada. Ainda tem Leona Midler, que daqui a pouco aparece por aqui pensando que ainda caio em seus charmes.

- Fico contente em ouvir isso.

- Oras, minha adorável esposa está com ciúmes da vampira? – provocou Edward, o que surpreendeu Millie, já que ele não era dado a acessos de humor.

- Ela não me preocupa, é visível que a tentativa de enredo dela é sob a influência de Sin. Apenas penso se não há... Se ainda existe algum daqueles sentimentos que tiveste no passado por ela, mas...

- Mas...?

- Sei que me amas. Não posso olhar para o lado e pensar se uma das damas que circula na rua foi alvo de teu interesse ou de Vincent. Elas fazem parte do passado. Caso elas os tivessem amado como eu os amo, você teria revelado o segredo que guardas dentro de ti.

Sorriu.

"Somos dois bastardos sortudos."

A conversa dos dois foi interrompida por um bater de palmas ouvido do lado de fora da casa.

- Ô de casa! Entrega!

- Pediste algo, meu amor? – perguntou Millie, curiosa.

- Não, nada. O que deve ser?

Os Monstros que me AmavamOnde histórias criam vida. Descubra agora