BLOCK (hiatus)

ela me fez chorar.

Quinta-feira
2:49 am

O quarto estava mais quente que o normal e mesmo com o ar-condicionado ligado eu sentia a temperatura esquentar cada vez mais, os olhos mais escuros e a pupila dilatada dela me faziam arrepiar, me olhava e parecia me comer com olhos eu tinha certeza que eu iria cair nos braços dela a qualquer momento. Ela traçou beijos por todo meu corpo nu, se encontrava do mesmo jeito, a pele quente e suada junto da minha fazia o encontro perfeito como sempre.

O seu rosto carregava todo prazer e luxúria possível e eu não estava tão diferente, ela me tocava como ninguém e eu me sentia desejada como nunca, a pouca luz do quarto era o suficiente para eu poder ver os seus movimentos, os toques singelos, mas não tão calmos também, que logo não duraram muito tempo. Eu já não estava aguentando aquela tortura e meu corpo vibrava em excitação, eu estava abusando do meu próprio limite.

- Me fode Myoui! - Disse desesperada por um contato a mais e ela me olhou sorrindo malicioso, aquele maldito sorriso que eu tanto gosto, e ela sabe bem disso, desgraçada.

Sem delongas ela enfiou seus dois dedos em mim, me fazendo ir ao delírio, gemia seu nome cada vez mais alto e enquanto rebolava sobre seus dedos ela me dizia palavras sujas e dizia o quão eu era gostosa. Ela era tão atenciosa comigo e me fazia me sentir desejada na cama e meio que isso quase... quase me fez pensar que seria assim pra sempre.

Eu me enfraqueci em seus braços e logo gozei, minhas pernas estavam moles e depois de mais alguns rounds tanto eu quanto ela estávamos realmente cansadas.

- Eu estou tão cansada. - Falei para ela que logo se deitou ao meu lado e me puxou para deitar em seu peito mesmo com minha relutância.

- Eu te faria uma massagem, mas estou pior que você. - Falou baixinho e eu comecei a rir. - Foi bom pra você? Acho que estou enferrujada... - Perguntou olhando para o teto, sua respiração ainda estava alterada, seu corpo suado e seu cabelo bagunçado caia pela sua testa, e mesmo assim ela ainda continuava linda. O que? Pare de pensar nisso, você já se decidiu.

- Foi ótimo como sempre. E você está longe de estar enferrujada.- Disse sorrindo fraco e dando um beijinho em seu pescoço, eu não devia fazer aquilo, mas ia além das minhas vontades. Ficamos ali em silêncio acalmando os nervos, de repente ouço um telefone tocar.

Só podia ser o meu, Mina não trazia o celular. Bufei e me levantei pegando a blusa social que eu vestia anteriormente e a coloquei em meu corpo coberto apenas pela camada grossa de suor.

Procurei o celular por meio do restante das roupas espalhadas pelo chão do quarto até que encontrei, Mina ja não estava mas na cama, suponho que ela tenha ido tomar banho.

- O que? - Perguntei assim que atendi o telefone e já tinha duas chamadas perdidas do mesmo número.

- Chaeyoung? - Perguntou a voz grossa, murmurei um "sim?" - Eu me chamo Hyuk, é que bom... Daeshim está bêbado aqui na boate do BO, e nós não sabemos o que fazer, ele está desmaiado praticamente! - Gritou no telefone, já que a música alta da boate não deixava ele falar direito, eu não acredito que esse porra tá bêbado em plena quinta-feira... eu vou matar esse desgraçado maldito.

- Ok, estou a caminho. - Respondi com uma raiva imensa me consumindo e ele murmurou um ok. Virei para trás encontrando Mina já arrumada com suas roupas habituais: calça rasgada, blusa simples branca e sua jaqueta de couro, ela sempre saía antes de mim, e já se passavam das 3:00 da madrugada. Mas essa rotina iria mudar hoje, como eu disse eu já tinha decidido que seria nossa última noite, e agora isso do Daeshim fez meus planos se adiantarem um pouco.

-Tenho que ir. - A japonesa disse para mim, enquanto pegava seus pertences e a chave daquela coisa enorme que ela chama de moto. - Te vejo depois?

- Claro... - Disse simplista, mas na verdade eu ainda estava criando coragem para contar tudo a ela. Quando me decidi que era a hora ela já estava na porta. Quando a chamei, eu me sentia triste, e com raiva, mas eu não podia continuar assim com esse sentimento que me engolia a cada segundo e com essa maldita consciência pesada.