ela e o acerto de contas.

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Nove de novembro chegou e touxe muitos sentimentos em um só dia. Mina havia ido passar o final de semana em sua casa, eu relutei em deixá-la ir, mas ela garantiu que ficaria bem.

Segunda-feira normalmente era um dia agitado na editora, mas como hoje era aniversário de Momo todos estavam meio confusos sobre o que sentir.

Muitos ali odiavam Momo e sua personalidade ruim mas, amavam ela como presidente da editora. Ela realmente administrava bem.

O outono ainda não tinha ido embora, então eu estava usando roupas quentes e uma touca preta junto a um cachecol também preto.

Eu estava sentada na mesa da cafeteria que Nayeon trabalhava, havia marcado de me encontrar com Dahyun, até porque hoje também era pra ser um dia difícil para ela.

- Estava com saudades, confesso. Voltei assim que recebi a notícia. - Escutei sua voz melodiosa pelas minhas costas, sorri pequeno e me virei para encontrá-la.

Vestia uma roupa elegante, um casaco bege cobrindo seu corpinho até perto dos pés, uma blusa preta social, uma calça jeans rasgada nos joelhos e uma daquelas boinas bonitinhas.

- Posso confessar algo tambem? - Perguntei. Apontei para a cadeira em minha frente e ela se sentou.

- Claro.

- Você está radiante hoje. - Pude notar seu riso envergonhado quando ela abaixou a cabeça.

- Bom... a terapia e as férias na casa dos meus pais me ajudaram e tanto. - Dahyun era sempre tão calma, mas eu podia notar o desespero e nervosismo em seu olhar.

- Entendo que você não esteja confortável sobre hoje, mas vamos fazer isso está bem?

- Sinto falta do seu sorriso, sinto falta dos nossos beijos e toques, sinto falta da sua voz, sinto falta de tudo Chaeyoung. Dói muito.

- Você está muito apaixonada e mesmo intencionalmente Momo está fazendo você sofrer. - Neguei com a cabeça, Dahyun riu baixinho.- Hoje tudo vai se resolver.

- Eu a fiz sofrer também, acho que mereço esse sofrimento. - Fiz uma cara confusa, bebericou seu café. - Quando eu e você brigamos, Momo perguntou o que ela poderia fazer para ajudar... eu respondi que só ajudaria se ela sumisse da vida de todo mundo para sempre, quem sabe assim as coisas melhorariam. Tudo estava errado por causa dela, eu só queria resolver.

- Dahyun...

- Não, eu estava com raiva de você, eu queria resolver de algum jeito e acabou piorando. No dia que Momo recebeu a tal carta do seu pai, aquele vinho que ela bebia foi o mesmo vinho que eu derrubei nela quando nos conhecemos. Ela estava fria comigo depois daquele dia, então ela terminou comigo... disse que me amava e se foi... ela se foi Chaeyoung.

- Eu sinto muito Dahyun. Isso é fodido demais. - Baguncei meus cabelos em desespero. Não enxerguei a dor de Dahyun, sempre achei que ela estivesse errada e nem sequer tentei entender seus motivos.

- Já passou. Estou ansiosa para vê-la. Você acha que ela ainda me sente? - Encarou a xícara de café e tomou por completo. Decidi ficar em silêncio diante a sua pergunta, seria algo que só Momo saberia responder.

Apreciando meu café, nada do que eu dissesse mudaria alguma coisa então permaneci quieta durante o café inteiro.

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O hospital sempre foi um lugar do qual eu evitei entrar. Um lugar que eu temia, um lugar que eu odiava, mas hoje particularmente me deixou ansiosa para entrar no hospital.

BLOCK (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora