ela e o contrato falsificado.

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Faltava menos de duas semanas para o natal, as coisas finalmente estavam perfeitas novamente a não ser por um detalhe: Sana. A falta de notícia me agonizava ultimamente, li sua carta novamente e percebi que talvez ela nunca retornasse do Caribe, tive vontade de encontrá-la.

Momo havia voltado a trabalhar esse mês, todos a parabenizavam por ter sobrevivido do "acidente" que havia sofrido. Mina estava cada vez mais próxima de sua irmã desde o aniversário de Momo, eu quase não a via mais. Dahyun era outra que não saía do encalço de Momo, e tinha até mesmo cancelado as sessões com seu psicólogo assim como Mina.

- Quer uma bebida? - Jeongyeon me tirou do meu transe, se sentou no banquinho ao meu lado logo chamando o barman.

- Quero, essa festa está um verdadeiro tédio Jeongyeon. - Revirei os olhos e aceitei o copo de whisky com duas pedrinhas de gelo.

- Só mais algumas horas e vamos embora, tudo bem? - Piscou e seguiu em direção ao salão onde estavam Nayeon e Ryujin, tinha tantos fotógrafos ali e mais uma multidão de convidados.

A festa mais esperada por todos havia chegado, livros, muitos livros, a editora abriu uma biblioteca pública para todos os cidadãos. No início achei a idéia horrível quando foi dada por Yuna, a ex-presidente, mas Momo a melhorou cem porcento deixando tudo perfeito e finalmente o local havia ficado pronto.

- Obrigada a todos que vinheram para a inauguração! - Ouvi a voz de Momo soando alta pelo microfone, não pude deixar de sorrir quando ela rodou o salão com o olhar e me encontrou, levantei o copo de whisky como se a cumprimentasse. - Isso tudo aqui significa muito para mim... lembro de ter pensado que jamais teria o prazer de ler um livro novamente e cá estou eu, abrindo uma biblioteca para nunca me esquecer da minha real paixão. - Gritos e palmas ecoaram para Momo e ela sorriu envergonhada. - Agradeço a cada pessoa que passou pela minha vida, pela editora e por toda a história de vida da empresa. Não costumo ser sentimental, mas estive tão perto de perder tudo isso e só de pensar em tal ato agora me deixa em desespero, e não, não é um desespero por estar com medo de morrer. É o desespero de não ter vivido o suficiente, de não ter feito tudo o que eu desejava e até mesmo o que eu não desejava, de não ter dito e de não ter feito, de simplesmente não viver.

As lágrimas de Momo se tornavam brilhantes em meio a todo aqueles flashes, seus olhos se tornando como diamantes lapidados. Mina estava de longe comandando sua equipe de fotografia e também pude ver seus olhos brilhosos por causa das lágrimas.

- Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar. Então, desde tudo aquilo vivo perfeitamente em harmonia sem medo de arriscar, sem medo de errar até porque somos meros humanos e errar está no nosso sangue. - Encerrou seu discurso agradecendo mais uma vez e se retirou, pude vê-la caminhando até o bar onde eu estava agora.

- William Shakespeare nunca erra não é mesmo? - Disse assim que chegou perto o suficiente para me ouvir.

- Se ele errou algum dia eu não lembro. - Piscou dando de ombros, ri baixinho. Pedi mais uma bebida ao barman e Momo se sentou ao meu lado onde Jeongyeon estava há minutos atrás.

- Esse lugar é incrível. - Comentei ainda apreciando o lugar rústico e com estilo anos 60's.

- Você gosta dessas coisas meio diferentes né? Suas roupas são bem... engraçadas. - Comentou tomando um gole de sua bebida, a encarei com as sombrancelhas arqueadas como se estivesse ofendida.

- É moda! - Soltei indignada e ela me acariciou no cabelo rindo de minha cara.

- Sim é moda, a moda que ninguém quer usar. - Zombou ainda mais de mim, rindo um pouco mais alto chamando atenção para nós. Dois rapazes se aproximam de repente nos assustando ambos seguravam um microfone e tinham cameramans ao seu lado.

BLOCK (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora