Depois de pôr o pequeno Joaquim no seu quarto e contar histórias até dormir, Harry voltou ao nosso quarto para se deitar comigo. Toda noite faz questão de ler uma página de livro para o filho, tem sido um ótimo pai, mudou bastante desde que nosso filho nasceu e penso que só faltava isso para que sua vida se resolvesse. De vez em quando Débora sempre vem aqui visitar o neto e passear com Harry, se aproximaram muito desses anos para cá, o que é ótimo. Guardo meus livros na minha bolsa me preparado para voltar a faculdade, sinto que me abraça por trás e deixa seu corpo descansar no meu, deve está tão cansado quanto estou. Estamos, cuidar de Joaquim é como um dia de trabalho.
— Obrigado — ouço da sua boca a voz mais baixa.
— Pelo que? — me viro para olhar seus olhos e vejo que sorri pequeno enquanto suas pálpebras descem.
— Por ter me proporcionado está todo dia naquela poltrona a olhar o ser mais lindo — sorri sem dentes e suas maçãs do rosto sobem deixando seus olhos pequenos, coloco as minhas mãos nas suas bochechas e o puxo para um beijo.
— Também foi sua culpa — o mesmo sorri de dentes a gargalhar baixo e nos encaminhamos para a cama. Não demorou muito para que dormisse.Faço nosso café, Harry foi ao cemitério e Joaquim está com Cristal no parque, hoje ficaremos em casa para temos nosso tempo junto. Ando pensando muito sobre o sonho que Harry me contou hoje mais cedo e lembro da nossa conversa há dois anos. Sobre ter me visto enquanto dormia, mostra o quanto me ama para ter alucinado alguém a conversar com ele, ou simplesmente a droga que tinha no seu corpo fez isso, mudou tanto de lá para cá, posso dizer que somos uma família normal agora, mesmo Harry ainda tendo uma arma na gaveta do seu escritório, mas vivemos em paz com nossa família, sua mãe e tio Mike. A campainha toca e sei que se trata das coisas que pedi pela internet para o aniversário de Joaquim. Recebo a caixa e a deixo no canto da sala correndo para ver a mensagem do meu notebook.
Logo ouço o motor do carro de Harry, chegou do cemitério! Vejo pela janela que também tem uma caixa nas mãos.
— Chegou os preparativos! — ouço sua voz assim que entra em casa, fecho o notebook depois de responder todos os e-mails e vou em sua direção vendo que mexe nas caixas.
— Tenho uma consulta com o médico amanhã — coço meu couro cabeludo enquanto ele mexe com as coisas da caixa.
— Consulta dê que? — dou de ombros olhando a mensagem no celular.
— Consulta diária — guardo ao bolso e o olho vindo em minha direção — apenas para ver meu estado de saúde — o mesmo concorda.
— O que acha de passamos as mini férias do Joaquim com Débora? — seguro em sua mão para irmos em direção à cozinha.
— Ele irá amar o condado — Harry confirma e não fala mais nada, parece bem pensativo em algo o que me intriga bastante. — O que se passa? — vejo que me olha e balança sua cabeça negativamente.
— Coisas da empresa. — Claro que não estou acreditando nisso, passei a conhecer Harry com a palma da minha mão, desde que há três anos acompanho cada passo seu. Mas não vou o questionar, se quisesse me falar já teria o dito, deixarei para ser no seu tempo. Continuamos o nosso café enquanto alguns fantasmas do passado me atormentam, enquanto penso em como Harry pode ter enlouquecido no período do meu coma, ou como a falta de dormir o fez ver coisas, imagino como deve te sido horrível essa fase e nem quero imaginar se fosse eu ao seu lugar, só de pensar que teria que cuidar de Joaquim sozinha e está a só sem ele, todos os meus pensamentos sobre essa época do meu coma, gira em torno se eu estivesse em seu lugar, se fosse criar nosso filho sozinha, me dá calafrios no corpo, me acostumei com sua presença e seus cuidados. Quando acabamos nossa comida se retira para o escritório, tínhamos realmente pouco tempo para nós, tenho que admitir que o trabalho era demasiado e começarei a faculdade novamente. Tenho medo de ficar muito ausente na vida de Joaquim e no meu casamento, terei que organizar meu horário, não sou mais uma menina não tenho mais tanto tempo como tinha antes, tenho um filho, uma casa e um marido, Mary me ajuda muito e Dafine muitas vezes, mas não quero ser para meu filho uma mãe ausente. Quero que cresça na minha companhia e na de Harry, tenha a nossa influência e educação e por mais que Harry se aposentou da máfia, nem sempre está sossegado, os Jones não eram os nossos únicos inimigos e mesmo que não saibamos quem pode estar tramando algo ou se estão tramando, devemos ter todo o cuidado com o pequeno. O inimigo é imprevisível, Harry estava a falar comigo sobre irmos para outro país, de levar suas joias para além das terras Inglesas. O apoiei na sua decisão, mas sei que está relutante, que ainda pensa no seu próprio pensamento sobre ir para outro lugar, Débora mora aqui e não teríamos um tempo para trazer Joaquim. Por mais que o apoio, penso que é melhor ficarmos por aqui. Fizemos muitos planos este ano, um deles Harry quer comprar uma casa que fosse melhor para Joaquim, que não tivesse escadas e fosse mais protegida, ainda teríamos essa propriedade, está no nome do pequeno, mas as casas no condado onde Débora mora, que não é tão longe de onde trabalhamos, parece ótimo para nosso filho. Ainda temos tantas coisas a riscar do caderno de planos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...