Anna
Fico um bom tempo aqui só esperando que algo aconteça, saio de perto da janela, mas nunca deixo de olhá-la, se há atiradores pelas árvores logo me denunciaria aqui ou até mesmo receberia um tiro de um inimigo inesperado, e isso é o que menos quero, pois o que Harry falou sobre derrubar o líder da máfia ainda está na minha mente, se eu cair tudo o que fizemos até hoje será em vão. Uma coisa que não vou deixar acontecer é sua morte ser em vão, vou vingar meu marido, pelo meu filho.
Enquanto olho minhas botas nos pés e tenho minha testa encostada sobre o rifle ouço barulho de carros, foi algo tão rápido que só tive tempo de me assustar com os tiros que saíram vingativos do cano das armas, tão perto de mim. Indo para o lado da janela vejo que nossos homens já atiram nos pneus dos carros, espertos para que não fujam.
Sem diálogos, sem cenas, os tiros rolam soltos, sei que além de mim, haviam homens aqui que também tinham sede de vingança e descarregam o pente de suas armas nos carros.
— Estão vindo mais! Vão apelar para as granadas — assustada viro para Maven.
— Granadas? Não basta atiramos daqui? — Maven se posiciona ao meu lado deixando um fuzil de precisão ao seu lado enquanto carrega uma submetralhadora.
— Eles estão vindo para valer Anna e se deixamos avançar, nós quem morremos — logo começa a atirar e seguro a arma junto a mim olhando pela janela vendo pontos negros, agora há homens por trás das barreiras improvisadas que construímos, enquanto os inimigos estão atrás de seus carros e de muros, o barulho do tiro de um sniper me faz ficar em alerta, mas sei que o tiro não é de inimigos quando mais quatro surge e vejo que homens caem de trás de lugares escondidos, um cai de um lugar alto e desvio meu olhar e minha atenção de seu corpo para os inimigos, me sinto numa verdadeira guerra, onde não podemos avançar nem eles, usamos nossas habilidades para matar o máximo que conseguimos, amigos de outros ângulos matam o que não vemos e granadas fazem estragos. Um carro acaba de explodir, ouço ordens se gritadas por alguém, mas a voz não me faz saber quem é por está misturada aos tiros. As balas que saem da minha arma talvez nem mate pelo lugar que atinge, mas pelo ódio na qual deposito nelas.De surpresa algo entra pela janela quebrando o vidro que cai encima de mim e me protejo, faz barulho pelo chão e Maven segura meu pulso me levando com ele, assim que a porta do banheiro se fecha ouvimos um grande estrondo no quarto e meus ouvidos ficam em interferência, tenho a mão em cada lado do meu rosto tentando para a dor que é ter quase meus miolos estourados por uma granada, o homem a minha frente diz algo, mas não compreendo e nem ouço. Assim que Maven abre a porta a fumaça que tem no ambiente se alastra para o banheiro e o cheiro horrível me faz tossir. Os tiros estão longe de acabar e o chão do jardim agora está repleto de corpos e sangue, tenho medo de depois de tudo isso descer daqui e descobri que morremos mais que matamos.
Daqui de cima reconheço Thomas a atirar atrás de uma barreira, é o único junto a mais um homem de capuz. Os sacos que haviam do lado deles não estão mais lá. Estou a por mais um cartucho na minha M4 quando ouço o grito de Maven, em susto deixo que caia minha arma e ajoelho em sua direção vendo que é atingido no ombro. Droga!
— Aguenta — seguro em um pano a por encima da sua ferida — segura e pressiona.
— Eu consigo con...
— Não, você foi ótimo! Descansa aí escondido. Fez o que pode — sorri o confortando — por favor, não quero perder mais ninguém! — sinto como minha voz sai numa súplica dolorosa, sei que tudo isso aqui é uma merda, mas não quero que piore.De tanto me preocupar com Maven e seu ferimento acabo de perceber que o barulho de tiros se foi, Maven respira ofegante enquanto vejo que suor desce de sua testa. Olho para a janela e logo para o homem atrás da cama, sussurro um "fique aqui" e pego na arma ao meu lado, caminho até a janela e me escondo atrás da cortina de um modo que não me vejam. No meio de toda aquela morte, meus homens ainda estão abaixados a ver que há um carro andando em nossa direção com uma bandeira branca, o homem de capuz se levanta e se retira cuidadosamente para dentro da casa, não sei quem é, mas era ele que ditava as regras, foi ele quem trouxe as granadas. Thomas permanece no seu lugar, o que chama minha atenção é o barulho da porta do carro, de dentro do automóvel sai três pessoas de branco. Emma, Kora e um chinês que ainda não sei o nome e sei que não preciso saber. Os três andam em direção a casa, Emma tem uma pequena bolsa na sua mão, Kora observa a cena horrível de morte ao nosso redor, o cheiro de pólvora e corpos queimados é presente, repugnante, ofusca até mesmo o cheiro da natureza.
Mike aparece no meu campo de visão, anda em direção a Emma calmo, não sei o que falam quando se aproxima. Maven também observa da sua janela escondido com a mão em seu ombro, não demonstra dor alguma, por mais que o pano já esteja encharcado de sangue.
— Toma segure isso — me entrega o fuzil — segure firme, mire e atire certeiro. — Não entendo o porquê de me passar à arma, mas sei que assim como eu, pensa que tem algo fedendo mais do que essa guerra toda e prometi que não matariam mais ninguém.Vote e comente 🖤
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Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...