Capítulo 10

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   Harry

   Saio mais cedo do que Anna, irá se levantar daqui a pouco e já sei que não irá para sua empresa, estou em direção do lugar que haviam marcado para uma nova proposta, com certeza estão com Joaquim, espero que não tenham feito nada com meu filho, não sei o que seria capaz e nem sei o que Annastácia seria capaz. Paro em frente a uma casa, Thomas e Piers me encaram e suspiro, o grande portão se abre e vejo que dois seguranças falam algo com Thomas, minha cabeça está tão cheia que não sou capaz observa-los e querer saber o que tanto eles falam apenas espero que o carro pare em frente a porta e seja encaminhado com mais dois seguranças, entramos em um corredor escuro da casa parece mais que estou sendo levado para a sala do juiz. Paramos em frente de duas portas que assim que se abre reparo que na iluminação são apenas duas luzes amarelas para uma sala tão grande, as cortinas estão fechadas dando um ar de noite, reparo na mulher em pé de costas para mim.
   — Podem ir — os dois homens ao meu lado saem e ouço a porta a se fechar nas minhas costas, não deixo de encarar apenas a figura de costas para mim, olho também todo o ambiente. Consigo ouvir que suspira e enfim se vira para mim, se trata de uma mulher que aparenta ter entre os seus trinta e cinco anos. — Lamento muito que tenhamos que ter apelado para o lado dolorido da sua vida.
   — Não tinha que pegar o meu filho! — dou um passo a frente vendo que se senta a sua secretária.
   — Não teria — acende um cigarro — mas tive, já que não aceitou a minha proposta, era simples Vitsky.
   — Mão faço favores a ninguém.
   — Sei, a última vez que alguém apelou para que me matasse, sua mulher matou um deles e a esposa dele — Gabriel estava junto a Gibson? Queriam que eu matasse essa mulher? — mas agora ou faz, ou não terá mais seu filho. Sinto muito — olho em seus olhos, minhas mãos em punhos tento conter a minha raiva toda. — Sente, por favor, quero propor para você algo menos complicado, será um pequeno favor a mim que ajudará muito — me sento a poltrona a sua frente e suspiro.

   Ando sozinho pelos mesmos corredores que me levaram, meu celular vibra no bolso, quem ela pensa que é para me propor algo assim, tenho um contrato guardado na bolsa dentro daquele cofre, mas tudo será por Joaquim, tudo pelo meu filho. Thomas me acompanha assim que saio da casa, no carro seguro o celular para ver a mensagem de Anna.

"Me desculpa por ontem, eu estava esquentada".

"Vamos pegar nosso filho" A.V

   Sorrio com sua última mensagem, não poderei fazer isso sozinho e sei que Anna poderá me ajudar com algumas coisas, sei que mesmo se não aceitasse iria fazer algo sem que ao menos soubesse. Fico a pensar onde está Joaquim, o que poderiam estar a fazer e se estão o tratando bem, é uma mistura de culpa e medo. 

  Bato a porta assim que entro e Débora e Cristal descem as pressas pela escada, da cozinha sai Mary e Mike, do corredor do escritório Anna.
   — Sentem, por favor — me sento no sofá enquanto vejo os quatro a minha frente — Mary — encaro a mulher que iria sair — você também — caminha e senta ao meu lado. — A máfia italiana tem um problema com a máfia irlandesa — suspiro e esfrego minha mão uma na outra — querem que eu faça o trabalho por eles. Antes tinham me propondo que matasse todos da casa como fizemos com os Jones — olho Mike — mas como não aceitei e levaram Joaquim, agora pediram que mate apenas dois irlandeses, como um aviso dado, tenho o tempo de um mês e meio para isso, caso ao contrário — olho para Anna e engulo em seco — matam Joaquim.
   — Mais que droga, estamos sendo vítimas da Itália? — Débora se levanta — se matamos os irlandeses eles irão se safar e teremos um inimigo.
   — Não, eles querem que nós matemos os irlandeses e por fim nos matam — todos encaram Anna — não importa, todos nós iremos fazer isso juntos, podemos bolar algum plano até lá. Temos um mês, dentro dessa semana descobrimos onde eles estão e qual a melhor possibilidade de os pegar, se marcaram esses dois irmãos porque alguma coisa tem. — Me olha nos olhos — não importa o que vem a seguir, importa o Joaquim. Vamos pegá-lo. — Se levanta, Mike e Cris também, suspiro e olho para meus sapatos, não importa nada que vier a seguir, apenas minha família. Me levanto junto a eles e cada um põe a mão no centro, encaro Mary que também se levanta e põe a mão junto a nós.
   — Irei ligar para os rapazes e seus tios, chamarei alguns amigos também para podemos investigar, temos que lembrar que um mês e meio começa de hoje, amanhã mesmo estarão aqui — Mike sobe as escadas.
   — Irei procurar algo na internet — Cristal também desaparece.
   — E eu tentar fazer algo que os ajude — Débora me abraça — vamos trazer Joaquim de volta.
   — Obrigado mãe — a abraço — vou falar com Dallas para que se prepare, vou adiar algumas coisas da empresa e as viagens — a mesma concorda comigo e vira-se de costas atrás de Cris.
   — Vou ver a comida — sorri para Mary que corre para a cozinha, olho Anna que olha para mim. Sinto seu abraço e a agarro para mim.
   — Vou com você — diz baixo — não pense de me deixar aqui e dizer que é perigoso — suas sobrancelhas estão franzidas, um pequeno sorriso surge no meu rosto e tiro seus cabelos para trás de sua orelha.
   — Você vai comigo para onde eu for. Não vou deixar que máfia alguma ameasse nossa família, me desculpe por não dizer a você, tive medo pensei que poderia ser algo da minha mente, desde que eu vi você, falei com você enquanto estava numa maca, eu delirei. Mas sei que só foi pelo meu momento ruim daquele tempo, pelas drogas e bebida.
  — Vamos pegar nosso filho.

Contra o Tempo - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora