Capítulo 14

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Anna

   Estou no quarto tentando um contato com Harry pelo computador que Débora me emprestou, devo imaginar que o mesmo já tentou contactar-me e não conseguiu e também o conhecendo do modo que conheço o mesmo deve está a flor da pele, não nego que em seu lugar eu também estaria.
   — Anna! — Harry parece realmente preocupado pela sua feição, vejo que ao seu lado aparece Mike e logo após milhares de rostos. Deve está conectado a televisão. — O que aconteceu? Por que não consegui contactar ninguém mais cedo?
   — Fomos atacados — respiro fundo — estamos todos bem, mas perdemos a casa e perdi meu celular, por isso não consegui dar notícias a todos, Maven descobriu o que queriam e Mike está certo, acerto de contas do passado e armamentos. Estamos seguros aqui, Cristal está tentando ver os lugares que Kora nos passou, creio eu que até o fim da noite tenham a localização em mãos. Se tudo correr certo, você sabe se Kora passou essa localização para essa semana?
   — Se me deu um mês tudo tem que está no tempo certo — parece pensativo.
   — Se for isso amanhã mesmo talvez tenham compromisso. — Concordam — Notícias de Joaquim?
   — Te enviarei um vídeo...

   Tenho um copo de uísque na mão enquanto vejo a notícia da nossa casa passando na televisão, Harry desde o primeiro ataque nunca deixa nada de importante na casa, a não ser nós que ficamos em perigo, então, nada de importante se perdeu, Cristal envia a Harry a localização do primeiro lugar que Kora listou, nunca abandono dentro de mim o sentimento que tudo isso cheira mal. Nada se encaixa na minha mente e tenho algumas hipóteses de coisas que me perturbaram durante o dia inteiro e a metade do jantar.

  Estou no meu quarto vendo o vídeo que Harry me mandou de Joaquim a brincar com uma moça, repeti esse vídeo vinte vezes ou mais para que as saudades do meu pequeno parecesse menos intensa, na verdade, é que parece que aumenta ainda mais. Estou impaciente pelo simples fato de saber que tudo isso não seria feito em um passe de mágicas e que sim tem etapas como um jogo. Mas acontece que não consigo encaixar as peças, tenho certeza que tem algo faltando e que Joaquim não é a peça líder nem mesmo Harry, pode ser os irlandeses, pode ser eu, pode ser todos nós. Ou apenas mais uma luta pela morte que carrego no meu pescoço. Enquanto observo o colar nas minhas mãos, ouço a porta ser batida, o guardo na caixinha da escrivaninha do lado da minha cama e caminho em direção a porta.
   — Oi Shawn — sorri para o homem bem vestido — entre, por favor — seu corpo passa por mim e fecho a porta a minha frente ouvindo sua voz em seguida.
   — Vi você distante hoje. Algo te perturba ou pensa em alguma coisa que não sabe se pode compartilhar?
   — Na verdade, tenho uma percepção diferente do jogo que estamos jogando. Não sei se só eu tenho essa visão de cima do tabuleiro ou se vocês também enxergam desta maneira — me sento a poltrona e vejo que faz o mesmo enquanto tenho a visão de fora pela grande janela.
   — Me diga então o que tanto atormenta você — está tão aconchegante que me lembra de Harry e por um minuto parece que estou longe do mesmo a tanto tempo e só foram horas.
   — Percebe que só foi a Itália aparecer com essa proposta para o Harry que os homens de Hong Kong voltaram a estar em frente á casa? Depois de dois anos, primeiro quando Harry estava a planejar uma vingança aos franceses e supostamente os franceses contra nós. Agora depois que Kora quer algo conosco e se isso é um desvio e se os irlandeses tiverem contra nós e querem matar eles que estão lá? Enquanto lidamos com os daqui? E se tudo isso não é só uma desculpa para apagar nós do mapa como fizemos com os franceses? Sabemos que acertos de contas melhor que a morte não tem e que isso sempre será o caminho para a máfia, pode passar milhões de anos, mas a morte sempre será um acerto de contas insubstituível. — Shawn parece concordar — mas também vale pensar e se Kora estiver junto aos japoneses e pretender nos usar para tirar de circulação os irlandeses e depois nos tirar de circulação?
   — Caramba Annastácia — Shawn apoia seus cotovelos nos joelhos e analisa tudo o que acabei de falar sozinho em seus pensamentos — Joaquim é o jeito de Harry não furar com eles e os matar — seus olhos vêm a mim — precisamos falar isso para Harry antes de amanhã. Já irão encontrar os homens no restaurante, vamos alertar as mulheres e Maven lá embaixo, precisamos todos ter uma boa segunda opção para qualquer coisa, se é isso que realmente pensa, tentaram nos atacar aqui, enquanto Harry e Mike atacam lá também. — Concordo — não é só a vida de Joaquim que está em risco, a nossa também se não tivemos um bom plano de como dar a volta por cima.

Feliz ano novo a todos 🎉❤️

Contra o Tempo - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora