Contra o Tempo - Livro 03

Capítulo 26

Anna

   Já no jatinho de Harry a sobrevoar a mais ou menos uma hora o mesmo dorme a minha frente, parece tão calmo a sonhar e descansar. Estou a olhar o meu e-mail para ver o quanto estou cheia de mensagens da empresa e várias outras coisas, agradeço que não perdi nenhuma reunião, confirmo algumas coisas com Fineas e digo-lhe que em mais ou menos uma semana estou de volta a Londres. Deixo o notebook de lado e sem sono pela euforia de encontrar Joaquim, olho para fora. A cidade quase toda apagada a se ir da minha visão tão rápido. Espero que tudo dê certo, arquitetamos tudo de um jeito que não daria nem para pensar como poderia dar errado, só quero meu filho aos meus braços e não poder pensar em mais nada. Sei que posso começar a ver maneiras diferentes de tudo sair errado, pois, até mesmo o maior plano de Harry contra Adrovitch deu errado, porque esse poderia dar certo? E se os irlandeses são apenas mais um aliado dos italianos a fingir que são nossos amigos para no fim nos matar todos juntos? Tento tirar esses pensamentos a olhar o relógio de pulso, é meia-noite. Pego meu celular e deixo um único aviso no celular de Cris avisando que estamos perto de pousar e ir para casa.

  Pela manhã quando todos acordavam, eu e Harry já estavámos em pé desde cedo, comemos todos juntos por um momento a rir de várias coisas e matar as saudades, foram dias, mas aprendemos que cada momento é único, uma vez que um de nós pode não estar aqui amanhã, mas não ri, deveria estar feliz por ter meu filho nos braços em dias e sinceramente agora tenho medo do meu próprio plano. Estou à varanda a pensar, olhando apenas para o jardim e para os seguranças, meus pensamentos cheios a me questionar se realmente estive a correr como pensei.
  — Anna — me assusto com a voz grave e meus olhos vão aos verdes do homem que se senta ao meu lado. — Está estranha desde ontem, fechada com seus pensamentos, o que há? — suspiro olhando em seus olhos, aos poucos o ar saindo dos meus pulmões, estou com tanto medo de tudo der errado, e se eu pus nossas vidas em risco? Agora só sinto vontade de chorar e chorar.
  — Estou com medo — minhas palavras o faz ter um semblante em dúvida, não sou capaz de olhar seus olhos, apenas fico a me perguntar várias coisas — minha cabeça está um turbilhão Harry, minha mente está a me fazer perguntas e estou a questionar meu próprio plano, não quero acreditar nas coisas que surge, mas, ao mesmo tempo, não quero dizer que não é verdade que pode acontecer.
  — Vamos entrar? Contar a eles o nosso plano? Tira da sua mente isso, ou será incapaz de ficar feliz até quando ver o seu filho — abano minha cabeça enquanto seguro sua mão para entramos a ver todos. Sento-me ao lado de Harry e logo vemos Débora aparecer.
  — Nosso primeiro plano foi aceito por Simas e Felipe, somos aliados agora e estamos juntos para derrubar os italianos e os chineses — solto por fim um longo suspiro — como sabem Kora só nos queria colocar contra eles, então achamos um jeito de forjar a foto, Harry dará um sinal para Mike mandá-la da Irlanda, assim se estivemos a ser clonados saberão que Harry está lá, e quando Joaquim estiver aqui Harry volta para não levantar suspeitas.
  — Sabemos que podemos ser atacados a qualquer hora, Kora acha que os irlandeses virão para cima de nós e vai aproveitar esse momento para nos matar e matar todos, mas o que ela não sabe é que os irlandeses virão para cá para nós nos juntamos, eles contra os italianos, nós contra os chineses, sabemos que se um tiro for deixado nas testas deles, os outros param de seguir seu comando, talvez até se tornem nossos novos capangas, não sabemos se isso levantará alguém da família deles para vingá-los, mas pelo menos traremos Joaquim e teremos um aliado — completa e nos olhamos.
  — Ótimo plano, mas só temos uma semana para tudo isso acontecer, nosso tempo está a acabar — Débora diz e encaro a mesma liberando um sorriso.
  — É suficiente, quando Mike mandar a foto e Joaquim estiver conosco todos estarão aqui em horas para matamos Kora e acabar com toda essa guerra — suspiro a levantar me direcionando para fora, preciso de um ar.
  — Tem algo mais — a voz de Maven me atrai para o olhar e paro meus passos — fomos atacados pelos chineses, e vimos sim italianos com eles — meus olhos se arregalam e o encaro, antes que Harry demonstre sua fúria faço primeiro.
  — E não nos avisaram? — o olho nos olhos e o mesmo dá de ombros despreocupados.
  — Não poderíamos, iríamos denunciar que você não estava conosco, poderiam desconfiar de algo — meus ombros relaxam e apenas abano minha cabeça saindo do lugar fechado. Resolvo dar uma volta para sair da pressão que minha cabeça criou, ninguém me segue, Harry sabe que preciso de um tempo, meu celular toca e o pego, é uma mensagem sua me pedindo para tomar cuidado. Jogo o celular no casaco e mantenho minhas mãos no bolso enquanto ando pelas calçadas e me assusto ao ouvir uma freada brusca, olhando para a van que parou ao meu lado não tenho tempo para reagir e mesmo quando tento sou pega e arrastada para dentro do carro.

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