Contra o Tempo - Livro 03

Capítulo 25

   Depois de fazemos os planos todos calculados, combinamos de nos encontrar apenas na noite que faria a tal foto, hoje ainda, nos encontramos as dez da noite e são seis e meia. Já arrumo as minhas malas, pois não quero perder tempo, depois da noite de hoje Harry iria comigo para Los Angeles numa viagem de duas horas em seu jatinho apenas para garantir que iria chegar bem e que nosso filho iria chegar aos nossos braços, contaríamos o plano para todos que lá estão e esperaremos Mike mandar a foto pelo celular de Harry, sabemos que talvez nossos passos estejam a ser observados então fizemos tudo milimetricamente pensado. Olho o homem a minha frente a me entregar a última peça e não me seguro em alegria em pular em seu colo ouvindo a sua risada se misturar com a minha, em três dias nosso filho estará conosco e tudo isso acabará, mal sabem o que irá acontecer com eles, estão mexendo com pessoas erradas.

   Olhamos o relógio e já se aproxima a hora do espetáculo nos olhamos e ouço seu suspiro ao se levantar, estamos nervosos. Escolho um vestido muito bonito apenas para uma cena, escolhemos homens de porte forte como os irmãos para fazemos tudo, escolhemos o mesmo quartinho do Pub em que conversamos, está tudo na nossa mente para sair realista. Quando eu e Harry estiver em Los Angeles Mike irá mandar a foto, e esperamos que nosso filho logo esteja conosco. Desço com a mochila as costas e logo todos se levantam, sorrimos um para o outro, montamos uma operação tão grande apenas para salvar um pequeno menino e acabamos ganhando mais um aliado e montando uma terceira guerra mundial em uma sala com mais de quinze homens e uma mulher. Todos saíram da casa e entraram em seus carros pretos e enormes, jogo minha mochila para o banco de trás e beijo o homem ao meu lado a ouvir o rádio ser ligado, não poderia está mais feliz com tudo. Por mais que o mais fácil era só atirar na cabeça deles, temos coração para saber que são pais de família e que mesmo com o trabalho sujo esperam por uma noite onde possam abraçar seus filhos e suas esposas. Vemos nós neles e somos irmãos no trabalho sujo. Temos apenas duas semanas não completas para terminar tudo, ganhar Joaquim de volta, deixá-lo com Débora e fazer o plano. 

  Paramos em frente ao lugar marcado e olho meu marido ao meu lado que olha os seus tios a saírem dos seus carros, me olha e sorri pequeno a sair também do carro, respiro fundo sentindo um frio na barriga. Seguro o mão de Harry ouvindo o barulho dos meus saltos e entramos no lugar, o pub é fechado apenas para nós, ouvimos alguns barulhos intrigantes e alguns já tinham suas armas a mão, passando pelo curto corredor chegamos ao minúsculo quarto onde todos conversamos mais cedo e a visão que tínhamos foi algo que passava de apenas atuação, era real, havia dois homens com o mesmo porte dos irmãos jogados ao chão, com mãos e pernas atadas com cordas, seus rostos estão inchados com hematomas e muito sangue não dá para saber quem são, tiros distribuídos, sangue na parede e a iluminação está baixa.
   — Queriam algo realista? Aí está, tirem as fotos — diz um dos capangas de Simas e Felipe e o olho, está ofegante.
   — São pessoas inocentes? — receio à resposta, pois o trato era apenas uma encenação.
   — Não, são homens que deviam a nós e precisavam de uma lição. Aproveitem — o homem passa por nós e Harry me encara, Mike já tira a foto e me surpreendo com tudo isso, saio sem que nem percebam, preciso de uma bebida e me sento ao bar junto ao homem que fez o trabalho, peço uísque e respiro fundo.
   — Uma mulher bonita como você engana qualquer um — sem entender o que disse me viro para o homem que me observa e antes que pergunte ele completa o que estava a dizer. — Não parece uma dama da máfia — deixo que meus ombros relaxem e suspiro.
   — Acho que isso é bom — tomo todo o líquido do pequeno copo e o encaro — não é?
   — Parece tão inocente — não pude evitar uma gargalhada.
   — Deixo isso como um sim? Esse rostinho inocente já fez muitos matarem por ele, e já matou muitos e agora, fiz matarem para que eu tenha meu filho de volta. — Deixo o copo no balcão depois da segunda dose e vejo Harry finalmente aparecer com Mike. — Com licença, senhor.

   Caminho de volta para o carro, Harry e eu iremos para o aeroporto direto encontrar Jack. Meu estômago faz festa em imaginar meu filho, não sei o que tanto Harry falou com Mike ou o que fez lá, mas não pergunto, apenas penso no nosso filho e em como estará nos nossos braços em breve. São onze horas da noite, mas ou menos pela madrugada estaremos em Los Angeles, ainda viajaremos a Londres para receber Joaquim, só aí Harry vai autorizar Mike a mandar a foto. Temos o plano todo em mente e diremos logo a todos.

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