Contra o Tempo - Livro 03

Capítulo 31

   Anna

   Emma dá dois passos para trás e olha seus companheiros. A essa altura os irlandeses não tem mais a arma apontada para Shawn que entrou para casa. Os sentimentos que sinto por estar aqui no meio de pessoas que poderiam simplesmente levantar a arma e deixar meu filho sem pai e mãe, era diferente de todos os sentimentos que já havia sentindo numa situação dessas. Mas, não irei abaixar a cabeça, ainda mais para a mulher causadora da morte do meu marido, deixou meu filho sem pai, o que irei dizer a ele?
   — Vocês caíram direitinho no meu plano — mudando de assuntos pessoais para sobre os da máfia, apenas tive vontade de sorrir perante o que a mulher deixou sair de sua boca, olho por uns breves minutos a vista que é o bosque e por um segundo me sinto longe a correr pela grama com Harry atrás de mim e Joaquim.
   — Não, você caiu no nosso plano direitinho — o semblante de Kora, Emma e do homem que digo ser o líder dos chineses, se tornou algo em confusão e surpresa ao ver que quem diz isso em voz alta é Simas, um dos irmãos que pensavam estar morto, sai de casa, parando a beira do seu capanga armado — E nesse momento o nosso plano está sendo executado de uma forma que vocês nem cogitam — deixo um sorriso sair da minha boca ao saber o que agora deve está a acontecer e não me sinto arrependida como me senti há dois anos atrás.

   Minutos antes de todos chegarem aqui e eu e Débora estavámos a lamentar a morte do meu marido e do seu filho, Dantas, Dallas, Henry, Thomas e Piers colocaram explosivos nos carros dos chineses, mataram três seguranças deles e avisaram a Shawn. Já do outro lado, capangas pagos por Mike e por Felipe colocaram explosivos na casa de Kora.

   Agora mesmo deve está acontecendo uma explosão lá e quando os chineses acharem que podem correr para longe do que isso pode se formar, nós os transformaremos em pedacinhos minúsculos e em chuva de sangue e destroços mecânicos.

  Emma lança um olhar desigual para sua companheira e logo todos já estão ao meu lado Irlandeses e nossos capangas. Um tiro em algum  lugar é ouvido e meu corpo é jogado para trás. Entro para a casa e Kora e Emma entram no carro. Chineses e italianos trocam tiros junto aos nossos aliados e Cris corre comigo para o andar de cima. Com o corpo abaixado corro entre os irlandeses que atiram daqui, eu e ela entramos para um quarto onde Shawn e Maven atiram pela janela com submetralhadoras, Dafine e Mary estão junto a Joaquim e peço que continuem escondidas, Débora e eu seguramos rifles para atirar nos carros que ousam se ir. Uma coisa eu sei, aqueles carros ou atiradores profissionais não são palho para duas mulheres machucadas e com ódio, sinto muito, mas o meu ódio é maior que minha dor nesse momento. A figura de Harry está na minha mente a sorrir enquanto estou a atirar nos homens do lado de fora, tive compaixão de não deixar pais de famílias morrerem, mas não tiveram compaixão de deixar meu filho sem pai.
   — Cris agora! — Meu grito é o suficiente para que nossos ouvidos sejam estourados com a explosão dos carros, com o braço na frente de meus olhos evito que algo me cegue ou até mesmo a iluminação do fogo, Débora continua a atirar para que Emma e Kora não se vão e para minha alegria um tiro acerta o pneu do seu carro que desgovernado freia bruscamente quase batendo. Os nossos capangas estão escondidos atrás de barreiras de areia que colocamos quando chegamos aqui, enquanto nosso inimigo atrás dos carros, o cheiro da fumaça chega ao meu nariz como pura morte. Não demora muita para homens estarem ao chão.
  — Há carros ao leste estão retirando as mulheres por lá! — o grito de Mary me faz correr até sua janela vendo que já se vão. Os tiros cessam e eu ofegante corro para o andar de baixo vendo que os homens daqui já não estão mais a atirar, meus olhos vão em marcas de tiros e vasos quebrados, engulo em seco voltando ao andar de cima para ver como está Joaquim, abro o armário de casacos de inverno onde Débora o escondeu com Dafine e Mary, abraço com força seu corpo enquanto ouço que chama pelo meu nome assustado, o plano é Cris ir embora com ele, mas não tivemos tempo.
   — Vai ficar tudo bem, mamãe está aqui — o olho nos olhos — fica com a tia Mary e a Dafine tá bom? Não saia daqui — Joaquim confirma com um aceno e corro para o andar de baixo, lá já vejo homens a trabalhar.
   — Se foram — Simas e Felipe dizem a andar em minha direção, ambos com armas em mãos, foram poucos segundos de tiroteio, mas o bastante para deixar muita coisa destruídas. A cena não é boa, há homens feridos enquanto outros estão a espreita esperando a confirmação que os inimigos foram embora. — Com certeza voltaram quando menos imaginamos, tem algo em mente?
   — Eu tenho! Leve seu filho para longe daqui, proteger as mulheres agora é nossa prioridade — Mike aparece e vejo todos os outros junto a eles, não aguento em o ver e o abraço forte sentindo seu aperto — eu sei querida, eu sinto muito — choro em seus braços por saber que tudo é verdade e que meu homem não está entre eles. — Peça para que Débora e Cris vão com você, essa luta agora é dos homens. — Olho para seus olhos e aceno.

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