Chegando ao restaurante fomos muito bem recebidos e levados a nossa mesa, onde já está reservada por Cristal. Harry faz uma breve varredura no local e parece que não encontra o que procura, por outro lado, admiro o aquário ao meu lado a pensar em Joaquim, nesse exato momento estaria chegando da empresa, Harry já teria o buscado na escolinha e o receberia com um lindo e gostoso abraço. Me pego a sentir as lágrimas vir e tento me distrair com os peixes no aquário.
— Anna? — olho Harry que segura em minha mão — está tudo bem? — olho seus olhos para ver seu semblante franzido em preocupação, acabo por me ajeitar perfeitamente na cadeira e antes que qualquer coisa saía da minha boca o garçom chega. — Obrigado.
— Obrigada — sorri ao homem que saiu e volto a atenção ao homem da minha frente — são só pensamentos do nosso filho. — Ouço um suspiro de Harry e relaxa suas costas na cadeira a olhar ao redor.
— Logo, logo o teremos junto a nós, só precisamos conversar com Simas e Felipe — respiro fundo vendo o que tem no cardápio, já que estamos no restaurante, por quê não comer, sim? — ali, o homem de terno e gravata laranja, Gael. — Abaixo o cardápio e encaro Harry, tentando olhar disfarçadamente o homem que ao se sentar atrás de Harry tira seu chapéu em minha direção. Tentando ser formal e confortável solto um pequeno sorriso e um aceno breve, voltando a olhar o homem à minha frente.
— Nada parecido com um simples representante. Discreto e muito bem formal para quem trabalha na máfia. Quem o olha o julga um simples advogado. — desvio meu olhar para o aquário.
— Exato, seu trabalho na polícia o ajudou bem. — Harry suspira.Depois de jantar, achamos prudente saímos mais cedo e esperar para que Gael também saia, poderemos o seguir até sua casa já que Harry não teve a oportunidade de falar com ele apenas de confirmar que os irmãos chegariam amanhã, e enfim Harry poderia fazer o que viemos fazer. O motor é ligado assim que o jaguar saí a nossa frente, acabo de perceber que nunca vi essa carro onde estou e talvez Harry o alugou, não estou no momento para perguntar simples coisas, parece pensativo e não quero interromper seu raciocínio de um plano, talvez.
O carro de Gael para numa padaria próxima e Harry continuou seu percurso, não sei qual é o seu plano a partir daqui e continuo não sabendo até paramos em um bairro calmo e provavelmente rico.
— Se mora aqui, tenho certeza que os irmãos pode morar a um ou três quarteirões. — Harry me olha nos olhos tirando seu cinto, faço o mesmo e saiu do carro.
— Mas você me disse que não sabia onde ele morava — olho o prédio de luxo.
— Provavelmente aqui — ele também observa.Em frente à porta do apartamento de Gael, julgo se é certo o que fazemos. A porta é aberta revelando um moça da minha altura com cabelos ruivos, abre um largo sorriso e pede para entramos.
— Quando Juan o porteiro me avisou que havia visitas para Gael fiquei feliz. Nunca me deixa conhecer seus amigos — encaro a Harry que olha a mulher e abre um sorriso segurando sua mão e beijando ao dorso.
— Ficamos lisonjeados também, somos amigos de faculdade, estou em viagem com minha esposa Annastácia — apertamos nossas mãos, ela ainda sorridente — achei interessante uma visita. Sou Harry.
— Lia.Depois de mais ou menos trinta minutos na qual brincamos com a filha de Gael, uma bebê de oito meses, ouvimos a porta da frente bater enquanto.
— Amor estou em casa — anunciou e escutamos a porta fechar, eu e Harry estamos no seu escritório particular a ver algumas coisas, quadros, pequenas esculturas de argila, fotos do tempo jovem, medalhas como típico adolescente americano, sua mulher com certeza não sabe da sua vida dupla, o que é triste, ser representante de criminosos, não te da uma vida longa, Otto não viveu muito. Creio que os passos rápidos no corredor, foi Lia quem deu a notícia de queridos amigos vindo os visitar.
— O que fazem aqui? — Gael entra no sítio onde estamos e para a me olhar, seus olhos quase saem da órbita quando me vê com sua filha no colo.
— Viemos saber se fez o pequeno favor que pedi. — Harry sentado em uma poltrona ao meu lado se levanta chegando perto de mim.
— Não faça nada com minha filha, por favor! — me levanto com a pequena nos braços e o olho nos olhos.
— Então você entende a dor de perder alguém? — pude ver o medo nos seus olhos — não estamos aqui para matar sua família nem mesmo você, não queremos fazer mal — entrego a menina aos seus braços vendo que a abraça — estamos aqui por nosso filho e se possível para contar o porque queremos uma conversa com os homens a quem presta serviços privados.
— Queremos saber se disse a eles, sei que voltam amanhã — enquanto Harry fala, Gael coloca a menina sentada no brinquedo ao canto e nos olha.
— Não eu não disse, é meu dever os proteger e é por isso que faço serviços privados — Gael me olha com suas mãos na sua cintura — e se for fazer vocês saírem não vou dizer a eles, não quero confusões e os O'Sullivan não fazem reuniões com pessoas que eles não selecionem.
— E se tivemos falando sobre os Italianos? — Gael olha para Harry, parece se perguntar como sabemos tanto da vida "secreta" dos seus patrões, Harry escreve algo no papel e o entrega. — Estamos aqui para ajudar.
— Se não fizer por ele. Faça por mim ou por sua família. Porque todos correm riscos — me levanto segurando minha bolsa.
— Está ameaçando a mim e minha família? — paro à beira do mesmo e faço questão de ir até seu ouvido e deixar claro tudo o que acabamos de falar.
— Não sou eu quem é o perigo aqui — olho nos seus olhos enquanto me afasto e acompanho meu marido que já está a porta. Ao chegamos na sala vejo um garoto, dezessete anos talvez e uma moça.
— Mas já vão? — Lia vem até nós pegando a criança do colo de Gael e antes que qualquer coisa saísse da boca de Harry é interrompido.
— Eles tem um voo para pegar Lia, mas agradecemos a visita.
— Nós ainda mais por nos receber — a voz rouca se intensifica enquanto aceno para ambos sentados sem entender nada.
— Outra vez viemos com mais calma e conversamos, sim? Tenho um filho também e ele adoraria brincar. — Sorrio para a mulher que sorridente olha para o marido não entendo seu semblante sério.
— Adoraria o conhecer — a cumprimento e brinco um pouco com sua filha. Enquanto Harry aperta a mão de Gael.
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Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...