Capítulo 32

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   Depois que Mike havia chegado só tive tempo de ficar com Joaquim e vê-lo dormir, planos estão na minha mente e sei que não vou conseguir executar o que Mike pediu. Respiro fundo segurando em um casaco pesado pondo por cima do meu pijama. Olho uma última vez para meu filho encima da cama e saio do quarto, pelos corredores desço até a sala onde reuni as mulheres para temos uma conversa.
   — Então — me sento na poltrona afastada do sofá onde vejo todas — Mike pediu para que fossemos embora, com certeza eles voltarão e não é mais uma briga para nós. Colocamos a vida de Dafine e Joaquim em risco. Mike disse que a briga é dele agora.
   — Concordo com ele — Tina se pronúncia e todas nós a olhamos. — Querida, perdeu seu marido não tem nenhum dia completo ainda, entendo o seu desejo de vingança, mas tem um filho, precisa protegê-lo.
   — Entendo — meus olhos vão ao chão — amanhã as sete iremos, já falei com nossos homens e eles nos levarão para um lugar seguro.
   — Porém onde? Não podemos voltar para a casa de Mike, a sua foi destruída saiu até nos jornais. Vimos aqui, a imprensa está a se perguntar e falar sobre você e Harry, é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais — Mary me olha mostrando o celular — minha casa é humilde, mas...
   — Não Mary! Não vamos por você ainda mais em risco, sei para onde irmos — Débora suspira e deixo um pequeno sorriso triste deslizar meu rosto.

    Mais tarde todos já haviam se recolhido e tomo um copo de leite quente com Joaquim no colo, brinco com o garoto aos silêncios enquanto voltamos para o quarto.
   — Débora? — digo assim que passo pela porta e a vejo.
   — Sei que você não vai, por mais que concordou com Tina — suspiro colocando Joaquim entre nós. — Iremos para minha casa, levarei Joaquim e cuidarei dele. Tome cuidado! — sua voz carrega uma preocupação intensa. — Vingue nosso homem — sorri para a mulher e a abraço.

   Foi como disse que seria. Logo pela manhã me despedi do meu pequeno e todas as mulheres se encaminharam para a garagem, depois de dez minutos, creio eu que Débora discutiu com os seguranças por minha causa, todas saíram em carros pretos de vidros igualmente, fico quieta no quarto para que Mike não perceba que fiquei. Estou ali, perto da janela escondida com um rifle ao meu lado e o pingente que tenho a foto de Harry e Joaquim. Olhando aquelas fotos me pego a chorar, tive tanto medo de ter o perdido há dois anos e deixar meu filho sem pai e agora o perdi, Joaquim sentirá sua falta e não sei como irei cuidar dele a só, Harry era muito presente em sua vida e sentirá muita falta do pai. Tenho um pano à boca para reprimir meus soluços enquanto olho para o céu a fazer a pergunta que fiz de ontem para hoje, por que Deus? Só queríamos paz, apenas viver como uma família normal, e agora? Tornei-me uma viúva aos vinte e um anos. O barulho de pneu me faz rapidamente olhar o carro que acaba de chegar, com a mão já sobre o rifle vejo que o automóvel preto entra na garagem, pode ser parte do plano de Mike, são amigos ou algo do tipo. Não demora muito para ouvir passos no corredor e me esconder atrás do armário para caso abram a porta para analisar aqui dentro, escuto a voz de Mike a ditar pontos onde o pessoal ficaria para atirar, ninguém foi citado para entrar nesse quarto, ouço a porta abrir e fico quieta apenas tentando respirar normal.
   — Anna sei que está aí, Débora me informou para dá-lhe apoio. Ficarei aqui com você na hora que chegarem — saio para ver Maven, sorri pequeno para ele e recebo seu abraço. — Nossos capangas informaram que saíram de lá, e que qualquer hora chegaram aqui. Estão vindo com o dobro que vieram antes — sinto meu coração acelerar com essa notícia e meus olhos caem para seu peito, olhando para os colares que tem ali.
   — Temos pessoas o suficiente para a guerra que terá nesse lugar? — não posso deixar de não notar o meu tom preocupado e como minhas mãos estão tremendo.
   — Maven? — escutamos a voz de Mike e corro para o banheiro, a porta abre e ouço — está a falar com quem? — escuto a voz abafada de Mike e Maven demora em responder.
   — Com Anna, me disse que já estão a chegar ao aeroporto — não é dito mais nada, apenas ouço passos e logo o barulho da porta, saio do banheiro e suspiro pesado, vou até a porta vendo que as chaves que estavam aqui não estão mais e que me trancou. Melhor assim, volto para a janela vendo homens a sair com Snipers, outros com rifles e submetralhadoras, tenho medo do que vai ocorrer aqui, ouço daqui de cima a voz de Mike pedindo para que façam uma varredura de todo o local para ver se só há nós aqui, que tipo de pessoa viria para esse fim de mundo? Tenho certeza que nenhum paparazzo apareceria sendo que nem sabem que estamos aqui. Dois carros saem para dentro da mata e os homens se dividem com suas armas a mão, aposto que aqui dentro cada um também está muito bem posicionado, as barreiras improvisadas também são bem arrumadas e vejo que alguns sacos de alguma coisa é posto para ao lado de cada barreira, todos aqui não estão de brincadeira e tenho certeza que abaixo desse chão onde Mike pisa para voltar a esta casa no meio de um lugar sem nada a não ser floresta e campo, há vários corpos enterrados de brigas passadas e guerras entre facções.

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