Capítulo 36

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Harry

  Haviam-se passado um mês desde o acontecido em Los Angeles, eu e Anna tiramos esses dias para descansamos do ocorrido antes de voltar para a empresa, onde tínhamos uma bola de neve cheia de trabalhos a serem feitos, fomos questionados por paparazzi no aeroporto sobre nossa casa e isso foi mais um problema para ser resolvido, mas, mesmo antes já estávamos a olhar casas para que Joaquim crescesse melhor e acabamos sendo vizinhos de Débora.

  Dirijo nas ruas de Londres para buscar Anna e Joaquim no colégio do pequeno, Anna foi resolver o porquê das faltas de Joaquim e estou ansioso para saber qual foi a desculpa. Hoje terei uma consulta com Estevão depois de dois meses sem o vê e acho que nunca ansiei tanto para colocar algo para fora.
  — O que disse lá? — olho para Anna que olha para fora, vejo claro a mecha loira em seu cabelo, a mecha que me uniu a ela. A mulher se vira para mim e sorri largo.
  — Disse a elas que depois do nosso pequeno atentado, resolvemos passar um tempo afastado, ainda mais pela saúde do pequeno enquanto investigava sobre quem queria nos matar. Foi o que disse para três paparazzo. — Sorri confirmando e volto à atenção para a estrada.
  — Entregues, irei me encontrar com Estevão para minha consulta — demos um beijo e me despeço de Joaquim que dorme.

  Espero que agora tudo corra bem, tudo o que menos quero, é que Joaquim cresça num ambiente tóxico, que Anna fique com medo ou que eu pare de ser sociável com minha família por medo de inimigos. Não quero os por numa casa na Tailândia para que ninguém descubra onde estão e o façam mal, os quero do meu lado, quero ser um homem normal a trabalhar, a ter uma família, a cuidar deles.

  Paro o carro em frente ao apartamento de Estevão, e Komiko avisa que estou a subir, no elevador o diálogo já passa na minha mente, ando pelos corredores, sorridente até sua porta, não sei de onde vem a minha felicidade, não sei o porquê estar um poço de otimismo agora, sei que a qualquer hora pode aparecer inimigos que nem sabia que existia, como apareceram os Italianos e os Chineses, mas não quero pensar neles agora. A porta é aberta e a visão do homem de óculos me fez suspirar em alívio, entro em seu apartamento com sua permissão e aperto sua mão estendida para mim.
  — E aí? Como estão indo às coisas? Vi notícias que sua casa foi novamente atacada — vamos em direção a seu escritório enquanto fala e deixo minhas mãos adentrarem os bolsos do cardigã que uso.
  — Bom, depois da festa de dois anos de Joaquim descobri que estava sendo chantageado por uma mulher que queria favores, não aceitei e levaram Joaquim. — Me sento a sua frente— foi então que eu e Annastácia viajamos para Los Angeles, a casa não era segura para ninguém, lá eu fui para a Irlanda numa viagem discreta para ninguém descobrir enquanto Anna administrava tudo. Naquele momento não me senti o melhor pai, sabia que inimigos apareceriam, mas não sabia que poderiam apelar para pegar uma criança, por mais que tentei proteger minha família, fracassei e recebi uma lição, eles não mataram ninguém agora, mas poderiam. Poderia perder meu filho e minha mulher, minha mãe ou meus tios, por um deslize meu em não dizer a ninguém que sabia sobre os inimigos. Mas, estava tão obcecado em proteger minha família que nem vi os riscos que coloquei a todos em ser capaz de fazer sozinho. Só consegui resgatar meu filho com a ajuda de Anna, então percebi que nem sempre irei conseguir pensar sozinho, e que foi isso que meu pai queria para mim, que Annastácia fosse o que Débora foi para ele por anos, Anna não só fez o plano como conseguiu um aliado para nós. Aprendi que nunca conseguiria fazer tudo a só e que minha mente nunca iria pensar por todos...

  Saí da minha consulta era sete e dez, dirijo entre as ruas livremente sem trânsito, feliz, disse tudo o que aprendi em três meses, dentro de dois meses que não o vi a curtir as minhas férias com minha família, e em um mês de luta pela vida do meu filho. Estevão achou melhor as minhas consultas serem marcadas para cada dois meses, não mais a cada um mês. Nunca iria recusar sua ajuda profissional, aliás, preciso dizer para alguém os meus pesos e receber conselhos dessa pessoa, e por mais que Anna seja toda ouvidos, sabia que não poderia a sobrecarregar, assim como ela também sabia e desabafava com seu diário. Recebo uma mensagem da mesma e olho o celular enquanto o farol está vermelho, quer me encontrar para um piquenique, era o mínimo que poderia fazer por ela, tenho ficado mais tempo a trabalhar e colocar as coisas em dia, hoje estou feliz e quero compartilhar isso com ela. Então aproveito e passo na floricultura onde costumava comprar flores para levar para ela quando estava no hospital, pego suas preferidas e deixo ao lado do banco, o cheiro maravilhoso me leva aos dias em que me sentava ao seu lado, acabado, cansado e prestes a desistir, não me lembro desses acontecimentos, triste, me lembro a sorrir. Aliás, foi por causa desses acontecimentos que consegui sair do sadismo, foi por esses acontecimentos que descobri o meu amor por Annastácia e amadureci, assim como ela amadureceu.

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