Pela manhã às malas de todas as meninas já estão nos carros, Mary havia ido dar uma volta com Dafine e só eu, Débora e Cris estamos divididas pela casa, os seguranças ao nosso redor e observo como a rua parece vazia hoje, vazia digamos de homens de preto, suspiro alto e resolvo desgrudar um pouco do lugar que deu a Harry a certeza que poderíamos estar sendo observados, mal sabíamos que não era pelos italianos. Seguro no meu telemóvel enquanto desço às escadas para ver se todos estão prontos, Shawn e Maven haviam saído mais cedo para pegar alguém lá fora, duvido muito que conseguiram, não há nem uma alma... Algum barulho na cozinha me chama atenção, cai como uma moeda no porcelanato, porém, mais pesado, menos barulhento, caminho para mais perto com cautela e parece que está vazando ar. Antes que chegue mais perto a força da explosão me empurra para longe fazendo meu corpo bater em alguma coisa e ir ao chão, um barulho de interferência me deixa atordoada enquanto tento me levantar pela dor, acabo por sentir mãos me ajudarem e ainda tenho a visão turva, estou sendo carregada por alguém, escuto vozes altas e mais um barulho alto, assim que minha visão retorna percebo que estou sendo levada para fora e vendo toda a fumaça a ir-se aos poucos, consigo também recuperar a minha audição e o que escuto e vejo é uma guerra dentro da minha casa, tiros para todos os lados e Shawn está ao meu lado me carregando para longe do tumulto.
— Você está bem? — olho todos os seguranças que rebatem os tiros que entram pelas janelas, Cristal e Débora também.
— Vamos todos! Temos que ir embora, com certeza irão mandar mais! — todos estão a correr para fora e Shawn me ajuda a levantar enquanto me apoia em seu ombro. Entramos nos carros com cada homem que ficou para a nossa segurança e não demora para damos partida. Respiro fundo balançando minha cabeça positivamente para todos que perguntam se estou bem não tenho uma estabilidade ainda para falar, acho que estou em choque do que acabo de presenciar a minha frente, poderia ter morrido.
— Henry temos que buscar Mary — tomo um pouco d'água que Maven me entrega numa garrafa — deve está ao parque com Dafine — já recuperada sinto a ira subir pelo meu corpo, é raiva e sede de vingar.
— Sabemos o que querem conosco — encaro Maven que se pronuncia — querem armamentos, não pensam em dinheiro nem nada, parece que a briga é realmente do passado, querem os armamentos e a vida de todos nós.
— Será que somos obrigados a fazer com eles o que fizemos com Adrovcth? — Débora começa.
— Vamos pensar em um plano quando pisamos em Los Angeles — todos me olham — não podemos deixar que Harry e Mike pense em tudo, estão a cuidar de Joaquim e dos Irlandeses agora.
— Conversou com ele? — digo que não e suspiro vendo que meu celular ficou, talvez foi destruído
— No momento que iria fazer fomos atacados. Quando chegamos, ligo para Harry e descubro como eles vão lá.
— Enquanto isso vou tentar saber se esse lugar que Kora falou existe, vamos trazer Joaquim de volta — Cris não nos olha. — E matar todos que entrem no nosso caminho atrás de um passado enterrado.Harry
Tento entrar em contato com Anna, mas seu celular está fora de área, ninguém atende e eu já estou impaciente, não sei o que acontece, mas coisas boas não me aparecem á mente. No meu terceiro copo de bebida ouço um suspiro ao meu lado, encaro Mike que também olha para a paisagem que estou a olhar.
— O que te atormenta agora? — seus olhos veem para mim e é minha vez de desviar e respirar fundo. Balanço minha cabeça negativamente tentando expulsar para fora da minha boca tudo o que atormenta a minha mente.
— É apenas o instinto de um criminoso — encaro os olhos verdes diferenciados dos meus e sinto meu estômago embrulhar — é um frio aqui dentro sabe? Que algo está acontecendo. Não sei Mike, meu filho está nas mãos de outras pessoas, estou separado da minha mulher, ela não atende o celular, ninguém atende! Estou com pressentimento ruim — bebo o último gole da minha bebida.
— É filho! — sinto sua mão pesada sobre meu ombro — isso é o que um pai e um marido sente, é o que sentimos todos os dias quando saímos de perto da nossa família. Aflição.
— Não quero viver com isso para sempre Mike. Não quero ter que ficar fugindo e sentir isso que estou sentindo. Quero apenas estar em paz com minha família foi por isso que me aposentei da máfia.
— E você assinou aquele papel?
— O papel não importa — olho minha aliança — se rasgar é como se nunca abandonei o crime. Não quero ter que me mudar sempre de casa porque uma foi destruída ou até mesmo fazer com meu filho o que Otto fez com Anna e nem dá a Anna uma vida aberta. Digo, não quero que meu filho cresça sendo vigiado por meus homens por eu ter medo de ser levado, mesmo sentindo que devia fazer isso pelo menos até ele saber se cuidar, não quero que eles vivam com medo, não quero ter que deitar na minha cama hoje e receber a notícia que perdi qualquer ente querido por um passado que nem mesmo tenho haver. Resolvi seguir o caminho do meu pai e agora estou pagando pelos pecados dele, nem pelos meus é.
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Contra o Tempo - Livro 03
RomanceDepois de por o fim na vida de crimes. Harry e Annástacia vivem felizes com seu filho em Londres. Ainda repletos dos pontos negros pelo jardim, as preocupações de Harry vai além do que apenas proteger a sua família. Mas um dia, em um pequeno descuid...