Capítulo 15

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   Tentei por vários minutos falhos me conectar com Harry, já se passam das meia-noite e deveria estar a dormir, é tão importante que não sei se o ligo ou se tento avisar amanhã antes que fossem, estou tão eufórica que não sei como penso nisso. Não adiantará a pressa de todo modo teremos que fazer o que está previsto.

   Desço as escadas e estão todos sentados, assim que chego perto me olham, Shawn está ali, com certeza a informá-los o que acabei de deduzir, caminho sem dar nenhuma palavra para ninguém, me sento na poltrona olhando cada um depois de deixar a visão dos meus pés. Respiro fundo olhando Débora na outra ponta da sala e distribuo meu olhar para cada um sentado na roda.
   — Não tenho o que falar, pois, tudo o que Shawn provavelmente disse, na minha mente não é nada além de perigo. Estamos em perigo, estamos perto de sermos massacrados como fizemos com os Jones.
   — Não esquece que você é um...
   — Uma Vitsky — olho Maven — e sempre fui — não deixo seus olhos — se não queremos acabar debaixo de sete palmos temos que dar a volta por cima e tenho certeza que Kora está junto com os japoneses.
   — Mas Hong Kong não é na China? — encaro Maven.
   — É? Importante lembrar disso — sussurro para mim ouvindo algumas risadas — tudo bem! Japoneses ou Chineses o que sejam, temos que ser mais espertos.
   — Falou com Harry? — digo que não apenas com um aceno como resposta a Cristal e suspiro.

   Ao terminar a conversa todos se retiraram para seus aposentos, fiz o mesmo e agora estou olhando as malas que nem mesmo desfiz, com o pingente na mão e junto a foto de Joaquim, não sei se o que irei fazer é o certo, mas tenho quase certeza que preciso. Seguro na mala e olho o relógio ao meu lado são três da manhã, com certeza chego pela tarde na Irlanda. Abro a porta e ando os corredores com cuidado. Assim que chego embaixo e vou em direção á porta onde Henry me espera ouço uma voz vindo do fim da sala.
   — Onde pensa que vai sem ao menos me dizer o que pensa em fazer? — viro sobre meus calcanhares e perto da cozinha está Débora com pijamas e uma xícara andando em minha direção, deixo meus ombros relaxarem enquanto suspiro.
   — Vou à Irlanda, chegarei pela tarde e avisar Harry de tudo, sei que conseguem se cuidar, foi a grande dama da máfia por muito tempo, sei que sabe dominar tudo melhor que eu ou qualquer um dessa casa, prometo que volto quando eu e Harry planejamos e tudo estiver resolvido perante os chineses e os italianos, vou tentar convencer Harry de virar os irlandeses a nosso favor — vejo que seu semblante logo se vira para uma confusão
   — Como assim? Se o fizer matarão Joaquim — chega perto de mim
   — Débora! Ela pediu uma foto! Podemos fazer tantas coisas que podem a enganar, ela não se importa, deveria pedir o corpo, o que Kora quer é apenas nos por contra os irlandeses para matamos eles e depois nos matarem. Se tentamos uma aliança com os irlandeses, talvez iremos saber uma vez por todas de tudo, mas para isso eu tenho que ir! — Débora parece pensar, para mim passou pareceu horas enquanto ela estava a olhar um quadro besta de um leão besta, por fim, depois estalar a língua se virou para mim concordando comigo calada, suspira e passa a mão pelo rosto.
   — Tudo bem, vá logo e me ligue quando chegar, irei avisar todos também — balanço minha cabeça observando-a virar as costas e subir as escadas devagar, pego minha mala e saio da casa. Entro no carro vendo que Henry me olha pelo retrovisor, logo o carro entra em movimento e iremos de carro até a Irlanda, é uma viagem cansativa de dez horas mais ou menos, por volta das uma da tarde estarei por lá e espero encontrar todos em casa, é uma droga está sem o jatinho e os voos terem sido cancelados pela tempestade que está chegando, tudo isso está uma droga. Se sairão lá para às oito então tenho tempo o suficiente para dizer para eles e todos terem uma noção do que iremos seguir daqui para frente.

Harry 

   Eu e meus tios voltamos para casa depois de um almoço com os velhos amigos da família, amigos que se aposentaram e quiseram ir para bem longe da máfia Inglesa. Suspiro enquanto ando em direção ao quarto onde estou, tenho algumas coisas para organizar nos papeis que trouxe já para adiantar coisas pendentes nos momentos que não tiver ocupado com o trabalho que vim fazer, trabalho tal que nem mesmo queria executar, fui obrigado da pior forma possível. Assim que entro no quarto vou direto para o closet tirar a roupa e vestir algo mais confortável para encontrar com meus tios, mas antes de voltar, ouço um barulho que vem do quarto, seguro na arma que carrego comigo e ando devagar até encontrar Anna na porta do banheiro, confuso não tenho nem tempo de lhe dizer algo quando vejo que há papeis na cama, papeis que estavam na minha maleta, já sei o que tem na sua mão e sei que terei que explicar. Abaixo a arma mais calmo, sabendo que foi um vacilo meu deixar os papeis ali, tão exposto, qualquer um que queira se vigar de mim, poderia fazer algo.

   — Quando ia me contar sobre o contrabando de bebidas?

Merda!

Contra o Tempo - Livro 03Onde histórias criam vida. Descubra agora